Irmãos... (Sasunaru)

28

Observei os dois discutirem e percebi que Itachi realmente o tratava como seu caçula, mas seu jeito era apenas com Sasuke e por dentro me sentia em perigo.

-Eu não sou o vilão, explica melhor pra ele. -Itachi pedia repetidas vezes o que fazia o mais novo rir.

-Explica você a história pra ele então. -Sasuke retrucou.

Depois de um longo suspiro Itachi me encarou serio e isso me fez encolher na defensiva.

-Quando voltei de viagem, como Sasuke disse eu estudava em outro lugar. -ele começou. -Sasuke ja esta morando aqui, no início eu não estranhei porque meus pais realmente eram legais e acolheriam qualquer um. Porem depois de um tempo percebi hematomas no corpo de Sasuke ate aí eu não sabia da marca, suspeitei de meus pais afinal Sasuke não saia de casa. -parecia se lembrar bem e vi Sasuke parecer desconfortável com a quantidade de detalhes. -Eu comecei a cuidar, ficava em casa vigiando, mas foi só no dia que fingi sair com Dei que vi... -ele fechou o punho em cima do balcão. -Não eram meus pais. Pareciam qualquer coisa, menos meus pais, eram como marionetes. Eu agi na defensiva para proteger Sasuke. -olhou para o mais novo que sorriu fraco em compreensão como resposta ao seu olhar. -Houve muitas mortes, não vou mentir. Mas eu não acredito que eram meus pais naquela noite. Não mesmo

-Vamos supor que sejam marionetes. -Sasuke se pronunciou. -Onde esta seus pais?

-Pelo que eu sei, para criar uma marionete perfeita precisa do corpo da pessoa. E eu só consigo pensar em um nome. -vi os olhos de Itachi escurecerem de raiva.

-Você nem sabe se o Madara existe. -Sasuke retrucou como se ja soubesse de cor cada palavra do mais velho.

-É o único que imagino ter a maestria para isso. -rebateu e os vi discutirem novamente.

Madara era uma lenda que os pais contavam para os filhos, um cara que tinha vários poderes e que dizimava cidades. Pelas histórias ele ainda poderia estar vivo, mas era absurdo demais acreditar nisso.

Itachi acreditava que seus pais estavam vivos, então o quarto era realmente importante pra ele... Me senti um pouco culpado de invadir seu espaço.

Sorri fraco os vendo brigar e por um momento me perdendo em pensamento lembrei da marca, isso podia ser facilmente resolvido.. "Eu me ofereço como tributo."

-Eu não consegui falar com vocês antes. -Itachi falou de repente chamando nossa atenção. -Descobrimos que existem vários marcados, porem ate agora só em família de alto escalão. E na verdade tem algo que nos deixou intrigado. -fez uma pausa dramática e pedimos que prosseguisse. -Os mais velhos não possuem a marca, por exemplo seus pais. -me olhou e fiquei intrigado, de fato ja havia visto meu pai sem camiseta e não havia marca. -Isso me faz crer que podemos resolver. -pareceu esperançoso pelo mais novo.

-Sobre isso... -comecei chamando atenção de ambos. -O cara que me sequestrou falou dela pra mim. Disse que eu valia mais por ter a marca. -expliquei e vi Itachi ficar surpreso.

-Droga, quando? -Itachi ligou os pontos.

-Ele deve ter dito algo assim pra mim também. -Sasuke disse me deixando confortável pois chamara atenção para si.

-Algo mais que vocês consigam lembrar?

-Eles me disseram que era marca de união. -respondi analisando a reação deles a informação. -Ele disse que estava surpreso que Sasuke ainda estivesse vivo.

Itachi se alarmou, Sasuke apenas parecia pensativo e isso me intrigou, pois eu não sentia a dor que ele sentia, não sabia no que estava pensando e isso me preocupava.

-Droga.. -Observamos o mais velho. -Nossa prioridade é tirar isso de vocês. -Itachi falava serio, quando olhei para Sasuke ele estava olhando pra mim e não desviou o olhar o que me fez olhar para o outro que parecia pensar em mil coisas. -Vou falar com os outros. Vamos dar um jeito.

Bati em Sasuke para ele parar de me olhar e prestar atenção e o vi se mover desconfortavelmente. Acompanhamos com o olhar Itachi sair, depois Sasuke se moveu para a cozinha em silêncio e começou a preparar algo para comermos, ele apenas não disse nada, eu não conseguia puxar assunto então fiquei mechendo minha perna pra ter noções de limite de dor e não doía tanto quanto o dia anterior mas ainda sim doía.

Tomamos um cafe e Sasuke me prometeu fazer lamen no almoço. Isso descontraiu o clima um pouco mas o silêncio novamente reinou. Eu me perguntava o que ele estava pensando.

Depois de um tempo, Sasuke disse que ia buscar algo no quarto e eu fiquei na sala devido a perna, estranhei seu jeito mas não quis questionar.

Olhei para a televisão sem vontade de liga-la, me senti sozinho depois de um tempo, não por Sasuke estar no andar de cima, saudade da escola, saudade da Hinata no meu pé do Lee me zoando e da Sakura se achando, saudade das discussões de nossos pais toda vez que Minato fazia uma piada sem graça sobre a vida alheia.

Agora o que eu tenho é Sasuke, um mafioso que ele chama de irmão, os amigos dele que não apareceram ainda desde que ele acordou e... Só. Só isso mesmo. Não que eu esteja reclamando, mas me sentir sozinho me faz lembrar do passado.

Antes me preocupava com notas, fugir da hinata, odiar Sakura, fingir ser amigo de todos naquela escola... Agora tenho que me preocupar que não me sequestrem e me vendam, me preocupar com uma marca que pode matar tanto a Sasuke como a mim. Me preocupar para não ser morto pelo irmão de meu irmão..

-Isso é uma merda. -comento alto sem perceber para os meus pensamentos. -Ah porra! -me assusto ao ver o reflexo de Sasuke atras de mim na televisão desligada.