#37 - Chegando em casa

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Hello, Dragons! Um novo capitulo chegou, é hora de ler e aproveitar!

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Tudo está na carroça e pronto para partir, Netty voltou trazendo Cane acordado e nos informou que não havia nenhum perigo nas proximidades, antes de se juntar a mim e Lilia dentro da carroça. 'Como ele conseguiu acordar essa pedra?' Eu penso, totalmente pasmo, antes de Cane olhar para mim com aqueles olhos frios e me dar um frio na espinha, eu me deito no piso da carroça, desejando que ele pare de olhar para mim.

Nilio já na frente da carroça, começa a viagem incitando os cavalos a andarem, eu os chamo de cavalos, mas não são iguais os cavalos que eu tenho em mente, não sei por que. A carroça começa a se movimentar a uma velocidade decente, Cane nos acompanhando surpreendentemente a pé, mas treme bastante por causa dos buracos na estrada de terra, pelo menos não falta muito para chegar em Fóris.

Deitado no piso da carroça, eu vejo Cane nos seguindo habilmente, sempre com aqueles olhos sem emoções. {Netty, por que seu irmão vive me olhando de um jeito que fosse me matar a qualquer momento? Isso está me assustando.} Eu digo com medo, estou achando que ele combina mesmo com sua classe. Por um momento, Netty olha para Cane, vendo ele nos seguindo facilmente, antes de se voltar para mim. "Ele quer os seus materiais." Ele diz gesticulando de leve para mim, mas eu não entendo o que quer dizer, eu não tenho nem um material comigo, então eu apenas inclino minha cabeça em curiosidade, um gesto normal para mim. Lilia suspira e Netty, sem graça, continua: "Ele quer suas escamas para melhorar a armadura dele e seus ossos para melhorar as facas..." Quando ele diz isso, eu fico pasmo, eu poderia jurar que fiquei branco. "...e ele sabe que você é perigoso, isso explica por que ele fica olhando para você, mas você deve ter notado que ele não expressa nenhuma emoção." Eu concordo com a cabeça, ainda atônito.

Lilia entra na conversa. "Nós humanos não nascemos com emoções, mas como você pode ver, a maioria de nós tem emoções, o motivo pra isso é a cerimônia, realizada com todos nos seus 10 anos de idade em sua terra natal. Na cerimônia, a alma do indivíduo é amarrada a uma criatura magica que, em troca de receber 5% da mana da pessoa amarrada constantemente, nos proporciona emoções. A cerimônia é realizada pela igreja que, por sua vez, chama essa criatura magica de anjo." Lilia termina de explicar e eu fico extremamente surpreso, os humanos não tem emoções naturalmente? Que loucura, mas eu me pergunto por que eu penso que deveria ser diferente.

Netty volta a explicar, com uma hesitação em seu rosto. "Eu e Cane somos gêmeos, nós dois fomos juntos a cerimônia para receber emoções, mas, diferente de mim, Cane acha essa ideia de receber emoções... apenas papo furado, um jeito da igreja controlar sua cabeça, te manter sob controle, então, depois de mim receber emoções, ele virou as costas e abandonou a cerimônia, eu, agora preocupado, fui atrás dele e descobri que ele estava indo embora de casa e... decidi vir junto com ele, depois disso vivemos em um orfanato em outra vila e quando ficamos com idade suficiente para cuidar de nós mesmos sozinhos, passamos a viver como aventureiros." Netty termina de explicar com um leve desconforto e eu me assusto quando Cane pula dentro da carroça em movimento e me encara, seu rosto bem próximo do meu, sem um único vestígio de emoções. "Essa é uma informação pessoal, acho bom não espalhar." Ele me diz sem expressar raiva, sua ameaça sem emoção me faz suar frio, ele pula de volta pra fora da carroça, antes que Netty diga qualquer coisa, que assustador...

Agora eu tenho um pouquinho mais de noção de como as coisas funcionam entre os humanos, eu fico um bom tempo absorvendo a informação na parte de trás da carroça, um pedaço sem uma cobertura, olhando a estrada e a natureza enquanto a carroça se move, as rodas fazendo atrito na estrada de terra, as árvores passando e ficando para trás, mas não consigo ficar muito tempo sem olhar para o Cane seguindo a carroça com facilidade. Cansado de olhar para Cane, eu passo a olhar para as nuvens, é desconfortável deitar de costas, meu peso pressionando minhas asas contra o piso da carroça, mas dá pra ignorar um pouco, não sei por que é tão reconfortante se deitar assim como se fosse algo familiar e natural, mas as nuvens me distraem desses pensamentos rapidamente, elas sempre foram algo fascinante para mim, elas assumem formas diversas e estranhas com tanta naturalidade, embora eu não saiba de onde vem esse fascínio, eu gosto de olhar para as nuvens, de vez em quando eu vejo uma nuvem que me deixa confuso do por que um nome aleatório aparece na minha cabeça, como aquela, que me faz lembrar de um tal de computador, o que é um computador? Eu passo muitos minutos tentando lembrar de onde vem esse tal de computador, mas nada vem a mente, nada, isso é muito estranho.

Além da EscamaOnde histórias criam vida. Descubra agora