Cap XXV

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S/n on:

 Depois de ir à cozinha e comer com Luffy, voltei ao meu quarto. Abri um livro qualquer, tentando me enganar e escapar daquela realidade esmagadora, mas meus pensamentos logo vagaram até Ballador.

 Eu sabia minha resposta. Quando ele viesse com aquela proposta absurda, eu diria "não" sem hesitar. E se ele ainda assim tentasse me levar... bem, eu lutaria até o fim, mesmo que fosse até a morte.

 Minutos depois, Robin apareceu. Chegou devagar, com a serenidade de sempre, mas seus olhos eram diferentes. Havia um ar de decepção que ela não conseguia esconder. "Aquilo que você fez foi errado, sabia?", ela disse, com a voz suave, mas firme. Meu coração aberto.

 Respirei fundo e contei toda a verdade. No final, ela suspirou aliviada, deixando escapar um sorriso breve. No entanto, a mágoa já foi feita. Mesmo com Robin acreditando em mim, algo dentro de mim se partiu. Ela era a única pessoa em quem eu confiava nos segredos mais profundos, coisas que nem Nami sabia. E só de pensar que Robin chegou a desconfiar de mim, que achou que eu fosse capaz de algo assim...

 Eu sinto meu coração rachar de novo. Será que, por mais que eu goste e confie nas pessoas, elas realmente gostam e confiam em mim?

 Fico pensando nisso no resto do dia, e quando a noite cai, me deitei na cama antes de eu cair num sono profundo, pesado.

Q.D.T

 Acordo de repente com a sensação de braços fortes me levantando. Estou sendo conectada no colo, no estilo noiva. Abro os olhos, atordoada, e vejo aqueles cabelos castanhos brilhando sob a luz da lua que entra pela janela. Os olhos caramelo me fitam com uma intensidade que me deixa sem fôlego. Ballador.

 Arregalo os olhos, preparada para gritar, mas ele é mais rápido. Sua mão se estende e cobre minha boca antes que qualquer um escape. "Shhhh," ele sussurra, em um tom que me arrepia.

 Me debato contra seus braços firmes, meu corpo lutando instintivamente para me soltar. Tento acessar meu poder, mas estou tão desorientada, tão cansada, que falho. Minha mente parece uma névoa, confusa e lenta, sem conseguir processar a situação.

— Eu só vou te soltar quando você parar de se mexer e prometer que não vai gritar – ele proclama com firmeza, mantendo a mão sobre minha boca.

 Aos poucos, forço meu corpo a relaxar e parar de resistir, sinalizando que não gritaria. Ele remove a mão lentamente e me coloca sentada na cama, seus olhos fixos nos meus.

— Que horas são? – discuto antes mesmo de dar a chance dele falar.

 Ele dá de ombros, mantendo o tom casual.

— Uma e meia da manhã.

 Eu franzo a testa, agora entendendo melhor a razão para ele estar aqui.

— Espera... você ia me sequestrar? – pergunto, indignada, mas minha voz sai mais baixa do que eu pretendi, treinando o nervosismo que começa a crescer dentro de mim.

—Talvez. — Ele dá um leve sorriso de canto, como se estivesse se divertindo.

— E o nosso acordo? — respondo, minha voz elevando-se mais do que deveria enquanto a raiva assume o controle. — Você não pode simplesmente aparecer e me sequestrar antes de ouvir minha resposta.

 Ballador revira os olhos, cruzando os braços com um sorriso sarcástico.

— Então tá, princesa. Qual é a sua resposta?

 "Não" é o que estou prestes a dizer. Eu sei que não vou com ele, que não posso ir com ele...

 Mas, de repente, as memórias começaram a me invadir, pesando sobre mim como uma maré resultante.

A melhor amiga do meu capitão (IMAGINE ZORO)Onde histórias criam vida. Descubra agora