A melhor amiga do meu capitão (IMAGINE ZORO)

Cap XXIV

S/n on:

 Depois daquilo, Ballador foi embora, mas eu ainda não conseguia acreditar... Ele realmente me ameaçou. Meu peito se apertou, e a raiva misturada com medo me dominou por alguns segundos. Como tudo chegou a esse ponto?

 Lembrei do dia em que o Zoro me olhou nos olhos, sério como nunca, e me prometeu que nunca deixaria nada de ruim acontecer comigo. Naquele momento, eu tinha acreditado de verdade, mas agora...

 Eu gritei com ele. As palavras ásperas ainda ecoavam na minha cabeça. As coisas vão ficar mais difíceis entre nós agora...

 E a culpa era minha.

 A porta se abre com um leve ranger, e eu me viro rapidamente, vendo Chopper entrar. Ao me ver de pé, ele sorri, com aquela carinha fofa de sempre, que quase me faz esquecer da agitação interna que sinto.

— Você acordou... — Ele dá uma olhada rápida para a mesinha ao lado da cama e franze o cenho ao ver o remédio intocado. — Por que não tomou o remédio?

— Me desculpa, Chopper, eu nem tinha visto. — Minha mão vai direto à testa, tentando disfarçar o nervosismo que cresce dentro de mim. Ele não pode saber.

— É melhor você tomar o remédio para melhorar... ou pelo menos comer alguma coisa. — Ele insiste, preocupado.

 Sinto a vontade de dizer "não, Chopper, eu não desmaiei por estar com fome", mas seguro as palavras antes que escapem. Seria pior se ele soubesse a verdade.

— Eu já estou melhor, Chopper. Não precisa se preocupar.

 Ele cruza os bracinhos e me encara com seriedade, o que para ele significa mais preocupação do que repreensão.

— Mas se você não comer, vai passar mal de novo. — Sua voz é suave, mas cheia de razão, e me sinto ainda mais pressionada.

— Aham... já vou. — Respondo automaticamente, mas minha mente já estava longe, pensando em como eu iria encarar Ballador amanhã. Como eu poderia esconder o que realmente estava acontecendo?

Zoro on:

 Quando saí da sala, minha mente era um verdadeiro caos, um nó impossível de desatar. Meu sangue fervia de raiva, cada músculo tenso, com a vontade incontrolável de ir atrás do desgraçado que tocou nela. Eu queria quebrar tudo. E o que mais me destrói é que ela escondeu isso de mim. Por quê? Por que ela não confia em mim o suficiente?

 Mas talvez a culpa também seja minha. Eu sou tão protetor que acabo sufocando. Será que foi isso que a fez não me contar?

 Eu queria muito poder dizer para S/n que eu a amo, gritar isso ao mundo. Mas toda vez que tento... eu travo. As palavras morrem na minha garganta, como se algo me puxasse para trás, me impedindo de seguir em frente. E essa angústia me consome, deixando um vazio insuportável.

 Vou dar um tempo para ela, e depois, vou falar com ela e pedir desculpas. Mas ela também estava errada, e ela sabe disso.

S/n on:

 Saio da sala, tentando ignorar o peso da situação, e sigo em direção à cozinha, torcendo para que não tenha ninguém além do Sanji. E que sorte a minha! Ao entrar, vejo Sanji lavando a louça, e só ele está ali.

 Movendo-me de fininho, espero que ele não me veja ainda, mas...

— Melhorou? — A voz do loiro me pega de surpresa, e eu me assusto, já que ele não tirou os olhos da louça desde que entrei.