Capítulo 32

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Flashback...

— Olha só como você é talentosa... — Minha mãe diz sorrindo olhando pra paisagem que pintei. —...queria poder dizer que você puxou a mim mas você sabe, eu mal desenho uma flor.

Rimos e eu limpo o pincel pensativa.

— Talvez a meu pai? Ou...a família dele?

Ela me olha hesitante parecendo pensar no que vai dizer, no fim sorri

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Ela me olha hesitante parecendo pensar no que vai dizer, no fim sorri.

— É...talvez. Continue pintando. — Aperta meu ombro e eu assinto a vendo se afastar dali.

Flashback off...

Sou despertada dos meus pensamentos com barulhos de pancadas no banheiro, franzo as sobrancelhas e me levanto da cama rapidamente, abro a porta assustada.

— Dante?!

E ai ele lentamente se vira para me encarar e eu fico tensa, há meses eu não via aquele olhar. Por um momento, não falo nada sentindo a tensão no ar.

— O quê você quer? — Dante diz e eu franzo ainda mais.

— O quê eu quero?! Você estava socando a parede Dante! — Digo desacreditada e olho para suas mãos, os nós dos dedos em carne viva e ensanguentados pelo impacto.

— Não é nada... — Ele se afasta, seus olhos se fixando nas rachaduras no azulejo.

Dou um passo a frente.
— Dante...

— SAIA!

Ele grunhe e eu fico tensa completamente confusa, solto e ar e me viro voltando pro quarto.
Volto pra cama e suspiro ainda confusa mas de certa forma triste pois sei que o comportamento de Dante com certeza tem a ver com Pedro e...e sua revelação.

10 minutos depois...

Estou deitada encarando as cortinas quando escuto a porta do banheiro se abrir e passos, permaneço imóvel e torcendo que Dante pense que eu estou dormindo.

— Está acordada? — Sua voz rouca me faz ficar em silêncio, não estou afim de discutir hoje. — Responda Maria.

— Sim. — Digo friamente ainda sem me mover.

— Pare de agir como uma pirralha e se vire. — Diz autoritário...o que está acontecendo com ele?

Até que ele agarra meu ombro, me virando com um movimento brusco de costas e me prendendo na cama, o encaro brava mas tensa.

— Eu quero ouvir a verdade... — Fala com os dentes cerrados, sua voz ficando fria e exigente, eu o encaro confusa e ele parece perceber. —...eu quero ouvir a verdade sobre sua lealdade, sobre seu pai....você é leal a mim, ou a ele?

O encaro surpresa e confusa, minha voz quase um sussurro em descrença.
— O quê?!

— Você me ouviu, responda a pergunta. — Diz bravo apertando meus ombros.

— Dante você tá me machucando... — Grunho baixo tentando tirar ele de cima de mim.

— Eu não vou perguntar de novo...responda, cazzo!

— Sim! — Praticamente grito o encarando brava mas a expressão dele não muda.

Ele fala mais baixo dessa vez.
— Por que eu deveria acreditar em você?

— O quê?! O que diabos você tá falando Dante?

— E seu pai?

— Eu... — Desvio o olhar baixando meu tom de voz. —...eu não conheço ele, eu...eu não sei o que pensar...

— Você não sabe o que pensar... — Ele ecoa minhas palavras, e eu o encaro encontrando seus olhos.

— Eu estou com você...como sempre estive, eu e Luca...

— Você...jura pela vida do Luca?

— Eu... — Fecho a boca hesitante...não posso fazer isso.

— Você hesita... você hesita em jurar pela vida de Luca...?

— Não posso jurar sobre outra vida, eu... — Ele bufa saindo da cama irritado. —...Dante, me escute...

— Se você escolher ele...você vira minha inimiga também.  — Diz firme me encarando e eu o encaro tensa...Dante me mataria?

Antes que eu abra a boca ele se vira saindo dali, suspiro e agradecendo aos céus que Luca não acordou com todo esse alvoroço.

Puxo o lençol pra ter o que apertar e não consigo segurar as lágrimas que ameaçam em vir, minha mente ainda um turbilhão com tudo que tem acontecido nessas últimas horas

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Puxo o lençol pra ter o que apertar e não consigo segurar as lágrimas que ameaçam em vir, minha mente ainda um turbilhão com tudo que tem acontecido nessas últimas horas.

2 horas depois...

Dante ainda não voltou, suspiro e saio da cama pra ir atrás dele, percebo uma movimentação na biblioteca e adentro me encostando na porta.

— Você não vem dormir? — Dante continua encarando a janela em silêncio e eu suspiro frustrada adentrando. — Dante estou cansada disso então por f...

— Cansada?! — Ele se vira em minha direção, seus olhos furiosos. — Sou eu quem está cansado aqui, cansado de salvar sua bunda desde que te conheci... e para quê? Pra ver você hesitante em ser leal a mim ou não...

Fico tensa e surpresa com seu tom e palavras, minha expressão séria.
— Eu larguei tudo para ficar com você e você sabe disso... você não salvou minha bunda, você me forçou a ficar na sua vida!

— E você adorou! — Dá um passo em minha direção, seus olhos se fixando nos meus. — Não aja como se você fosse a vítima...

— E não sou...e é por isso que ainda estou aqui...

— Não significa que você é leal a mim

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— Não significa que você é leal a mim...— Diz e eu rio fraco desacreditada, o que faz ele se aproximar agarrando meu queixo firme.  — ...você é minha esposa e Luca é meu filho, eu mereço sua lealdade!

— E você tem! — Esbravejo e estapeio seu braço fazendo ele me soltar. — Eu te dei tudo Dante, tudo! O que mais você quer de mim?

— Quero que você prove sua lealdade a mim! — Se aproxima novamente, seus olhos queimando nos meus. —...mate Alvarèz.

Meu corpo fica tenso e eu o encaro surpresa....

...o que?!

Poder e salvação - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora