DANTE POV
Eu olho para ela, meu coração se parte quando olho em seus olhos e vejo o desafio ali. Eu sei que ela não vai me ouvir, que não vai mudar de ideia. E esse pensamento me enche de uma sensação avassaladora de tristeza e raiva.
Eu abaixo a arma, sentindo-me derrotado e vazio por dentro.— Certo, se é isso que você quer, que assim seja...você fez sua escolha e não vou impedir, mas não espere que eu te perdoe por isso.
Eu me viro e vou embora, meus passos pesados e derrotados. Não me preocupo em olhar para trás, não quero ver o rosto dela, não depois do que ela acabou de fazer. Eu sei que perdi algo que nunca poderei recuperar, que nosso relacionamento nunca mais será o mesmo.
Itália...
Eu entro na mansão, a raiva queimando dentro de mim como um incêndio, não posso acreditar no que aconteceu, não posso acreditar que a única mulher em quem pensei que poderia confiar mais do que qualquer coisa me traiu. O pensamento me deixa furioso e começo a atacar, destruindo tudo e qualquer coisa, quebrando móveis e vidros. Preciso destruir algo, liberar a raiva e a dor que estão me consumindo.
Deixo escapar um grito primitivo de raiva e frustração enquanto continuo destruindo tudo que está à vista. Os móveis estão reduzidos a pedaços, vidros se estilhaçando por toda parte. O som da destruição enche o ar, a violência liberando a raiva e a decepção reprimidas que vêm crescendo desde que deixei Maria para trás no México.
Quando finalmente me esgoto, caio no chão, cercado pelos restos de móveis e vidros quebrados. Minhas mãos tremem, meu corpo está encharcado de suor e posso sentir o gosto amargo do fracasso na minha língua. Uma parte de mim quer vingança contra Maria por sua traição, mas uma parte maior de mim sente o coração partido. Eu a amei, confiei nela e agora ela se foi.
1 semana depois...
Uma semana se passou desde a traição de Maria. Tenho sido uma tempestade ambulante de raiva e fúria, minhas emoções agitando-se logo abaixo da superfície. Quanto mais penso no que ela fez, mais minha raiva e meu ódio aumentam. Um simples olhar errado de um membro da minha organização é suficiente para me irritar. Estou mais frio, calculado e implacável. Minha tolerância para quaisquer deslizes e erros é inexistente. Tornei-me ainda mais monstro do que era antes, governado pela minha dor e amargura.
Meus homens me observam com olhos cautelosos, eles podem sentir a mudança em mim, a escuridão crescente que consumiu minha alma. Alguns deles sussurram sobre mim pelas minhas costas, perguntando-se se eu perdi a cabeça.
Mas eu não me importo. Eu só quero vingança, quero machucar Maria como ela me machucou. E não vou parar por nada para conseguir isso.Batidas na porta e Nick entra, minha expressão dura e fria.
— Don...
— O que é?
— A Ordem se reunirá em Roma amanhã pra uma reunião.
— E?
— E se eles perguntarem por Maria? Ou Luca...
— Eles não irão perguntar, e se perguntarem eu suportarei tudo....ninguém vai tocar no meu filho, ninguém.
— E quanto à Maria?
Faço uma pausa, a raiva e a mágoa ressurgindo com a menção do nome dela.
— Ela não é mais minha preocupação, ela me traiu, eu não vou protegê-la.
Nick suspira e sai, eu me recosto na cadeira, minha mente correndo com pensamentos sobre Maria. Apesar da minha raiva, uma pequena parte de mim ainda sofre por ela. Mas afasto esse sentimento, concentrando-me na raiva e na dor. A reunião de amanhã será um teste, terei que controlar meu temperamento e manter minhas emoções sob controle...mas não será fácil.
Dia seguinte...
Chego ao local do encontro, flanqueado pelos meus guardas. Minha expressão é fria e controlada, não revelando nada da raiva e da dor que ainda fervem sob a superfície. Os líderes da Ordem já estão reunidos e posso sentir seus olhos em mim quando entro.
É uma reunião típica que acontece todos os anos, a Ordem se reúne com cada líder do país e discute as mesmas ou novas regras.
— E ouvimos falar que você tem um herdeiro Porcello...
Eu assinto com a cabeça, meu queixo tenso.
— Sim. Um filho, Luca.— Então ele será o proximo Don... — Um deles diz casualmente com as mãos pra trás.
— Sim, ele será. — Digo firme já não gostando do rumo dessa conversa, vejo eles trocando olhares.
— Também ouvimos dizer que Alvarèz tem novos herdeiros no México.
Meus punhos cerram firmemente ao meu lado.
— Sim, eu ouvi isso também.— Não toleramos traição Porcello, acredito que você saiba muito bem disso...— outro diz e começa a andar devagar. — ...a Ordem criou regras para que cada líder em seu país possa manter a ordem e a paz.
Eu assinto, meu queixo cerrado.
— Estou ciente...e sempre honrei as regras.— Nós nunca permitiríamos que alguém de outra raça liderasse a máfia italiana. — Um deles diz e cerro os punhos...eles sabem que Luca também tem sangue mexicano.
— Luca é o herdeiro legítimo. Sua linhagem não importa!
— A linhagem sempre importa para a máfia... — Diz com firmeza e eles me encaram. —...essa criança é como uma aberração para a Ordem e não podemos permitir mestiços no império.
— Ele não é uma aberração, ele é um Porcello! — Posso sentir minhas veias pulsando com raiva.
— Ele também é um Alvarèz...e por isso precisa ser eliminado.
Eles começam a ir embora, posso sentir meu coração batendo forte no peito, minha raiva ameaçando transbordar. mas eu me forço a ficar calmo.
— Não vou deixar ninguém tocar no meu filho.
Eles param e se viram pra me encarar, suas expressões calmas e com desdém.
— Qualquer um que tentar intervir contra a Ordem...também será eliminado.
Eu os vejo partir, mal controlando minha raiva, mas sei que não posso fazer nada. A Ordem falou e sua palavra é lei...por enquanto, terei que arrumar uma maneira de manter Luca e Maria escondidos.
Mas eu juro, se alguém encostar um dedo neles...
...farei com que sofram.
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Poder e salvação - Livro II
Ficción GeneralLIVRO I | PODER E PAIXÃO - DANTE PORCELLO LIVRO II | PODER E SALVAÇÃO Depois da morte de Max Lambertinni, Maria tenta viver uma vida normal sendo mãe e esposa, porém ser casada com o chefe da máfia italiana Dante Porcello a faz duvidar se ter uma vi...