Sensação inexplicável de tá fazendo mais um show lotado e perceber que a recompensa de todo esforço está chegando.
Vim participar de um evento em uma grande casa do show aqui em São Paulo.
Como era um show muito importante pra mim, veio muitos amigos meus, e então minha namorada resolveu ficar em um camarote junto com eles.
Insisti pra ela ficar comigo no palco, mas ela não quis e falou que iria ficar pra lá mesmo, pra conseguir aproveitar com as amigas dela.
O problema é que lá no tinha apenas amigos nossos, mas também alguns desconhecidos por mim.
Quando tava indo iniciar a penúltima música do show, olhei pro camarote e senti um ódio inexplicável.
Tinha um cara de papinho com a S/N, e pra piorar ela tava rindo muito, como se o assunto tivesse interessante.
Eu esperava que quando iniciasse a música ela fosse parar de conversar com ele, e fosse prestar atenção no show. Mas não foi isso que aconteceu.
No meio da música senti meu ódio aumentando, e resolvi dar um migué qualquer, só pra terminar aquele show logo.
Terminei a música e pedi perdão pros meus fãs, falando que não tava me sentindo muito bem e que não iria conseguir terminar.
Fui pro camarim e alguns minutos depois meus amigos e minha namorada veio até o camarim para me encontrar.
Eles estavam com cara de que não tava entendendo nada, então provavelmente vieram ver o que tinha acontecido.
-- oi, amor! -- S/N veio me dar um selinho e eu desviei -- o que tá acontecendo, vida?
-- o que tá acontecendo, S/N? me diz você o que tá acontecendo -- Falei sendo ignorante -- o assunto lá acabou tão rápido assim?
-- não tô entendendo, luuky -- Me encarou -- do que você tá falando?
-- você só entende o que os outros machos falam, né? -- Falei sarcástico.
-- me respeita, garoto! -- Falou alterada -- você consegue conversar igual gente?
Por sorte no mesmo momento que ela terminou de falar, o meu produtor veio avisar que o camarim ia ser liberado para os fãs entrarem e tirarem foto.
Eu tava com a cabeça quente, não ia conseguir conversar com ela sem brigar.
Enquanto tava tirando as fotos conseguia sentir o olhar da mais nova queimar sobre mim, mas roda vez que eu ia olhar de volta, ela quebrava o nosso contato visual.
Chegou a hora de ir embora, e eu ia ter que enfrentar ela. Morávamos juntos e como ela veio comigo, vai embora comigo também.
-- vamo embora! -- Chamei a atenção dela assim que paguei minhas coisas e ele me ignorou -- tô falando com você, S/N. vamos logo!
-- eu não vou com você -- Falou mexendo no celular sem me olhar -- com você assim, eu prefiro voltar de uber.
-- você já viu mulher minha andar de uber? -- Perguntei mais irritado e ela negou -- então vamos logo.
Segurei sua mão e puxei a mesma pra fora da casa de show. O pessoal já tinha pegado meu carro, então conseguimos sair de lá mais fácil.
Tentei iniciar uma conversa, mas ela me cortou na minha palavra.
-- sem muita conversa -- Se arrumou no banco do passageiro e me encarou -- vai me explicar o que aconteceu mais cedo?
-- ah vida, vai dizer que você não sabe o que aconteceu -- Falei de forma cínica e ela negou -- com quem você tava conversando?
-- com várias pessoas ué, o que não faltava lá era gente pra conversar.
-- quem era aquele homem que você tava conversando durante o meu show? -- Falei pausadamente -- tinha um específico que você tava cheia de papinho com ele.
-- ah, era o Pedro -- Me olhou com um sorriso no rosto -- ficou com ciúmes, amorzão?
-- deu tempo até de descobrir o nome dele? -- Dei uma apertadinha no volante de raiva -- então o assunto realmente tava bom.
-- deixa de ser ciumento, cara! -- Deu um tapa no meu braço e eu resmunguei de dor -- ele estudou comigo, é um colega de anos.
-- não tem como não sentir ciúmes, eu vi como ele tava olhando pra você.
-- amor, ele é GAY! -- S/N gritou a última palavra -- ele gosta da mesma fruta que eu gosto.
-- mentira vida, é sério? -- Perguntei sem graça e ela concordou -- puta que pariu, por que você não falou isso antes?
-- porque você não me deu a oportunidade de falar, ué -- Falou rindo -- você tem que parar de ser assim.
-- assim você quer dizer ciumento? -- Ela resmungou que sim -- com uma mulher gata igual você do meu lado, fica difícil.
-- você é muito palhaço! -- Riu e me deu um selinho -- te amo, ciumento!
-- te amo, gostosa!
Depois te termos conversado e se resolvido o caminho parece até ter fluido melhor.
Chegamos em casa e fomos curtir um pouquinho assistindo nossa série, e depois fomos dormir juntinhos.
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