Este será um dos temas principais que tenho para falar. A sociedade está totalmente confusa dentro de si. Pessoas vão, pessoas vêm, mas quase ninguém aparenta saber para onde está indo. Acredito que é bem possível que existam muitas pessoas que saibam para onde estão indo, porém eu não costumo ver elas por aí, tão pouco elas me procuram para me dar alguma explicação. Vejo na história o ser humano procurando metais preciosos, pedras raras, madeiras fortes para construir várias coisas, petróleo para poluir o mundo, enfim, porém eu não costumo ver a busca por pessoas preciosas, raras, fortes. Para dizer a verdade, isto é mentira, vejo sim, porém só as procuram para correrem atrás do vento, ao invés de aprenderem a sentir o massagear da brisa em qualquer parte do corpo. Para mim isto é precioso. Tudo aqui é ilusão, todos nós vamos morrer, absolutamente todo mundo vai ter que deixar as suas conquistas para a próxima geração. Agora, dentro da consciência das pessoas, existem esperanças em formas de histórias, como as da reencarnação ou da ressurreição. São histórias que muitos tratam como mentiras e estas muitas costumam mesmo ser "estórias", mas se estas histórias são mentiras, qual é a verdade num pedaço de metal que se usa como colar? Qual é a verdade que existe numa pérola que se encontra numa ostra para fazer joias preciosas? A dificuldade de encontra-las faz o seu valor real? Ou é só um valor induzido pela consciência da sua raridade? A verdade é momentânea, o tempo passa e as coisas mudam, então tratar como sendo importante estas coisas, para mim é tão banal quanto banalizar a esperança de alguém que sonha em viver novamente. Por isto, eu prefiro "brincar" com a ideia de guardar tesouros no céu ao invés de viver aventuras perigosas ou supervalorizar objetos que são propriedades da Natureza e não nossa. Por causa da força física, o medo que se produz numa outra pessoa, provoca um sentimento de inferioridade. As crianças acabam sendo submetidas a um sentimento de inferioridade, como se não fossem seres humanos para se levar a sério, ao menos não na enquanto ainda são crianças, entretanto elas também têm o seu mundo e a sua maneira de viver. Elas crescem e se tornam os opressores. Quando o ser humano percebeu que as crianças crescem imitando os adultos, então os adultos passaram a se preocupar mais com a maneira de educar. Assim começou a revolução pedagógica. Paulo Freire e vários outros como Piaget, Vygotsky e por aí vai, tiveram suas ideias em relação à educação. Estas ideias nos ajudaram a entender melhor o mundo das crianças para que o mundo adulto pudesse ser melhor dividido. Acontece é que o tempo desta construção nunca seria da noite para o dia, para falar a verdade, tenho visto que ela tem até demorado um pouco diante do tempo da humanidade. Ao longo da história da humanidade, a educação já poderia ter dado um salto muitíssimo alto, mas a falsa intenção religiosa ainda tem travado a mentalidade de muitas pessoas. Fato é que tanto as crianças quanto os adultos, ainda só não conseguiram conviver dentro da mesma história corretamente, principalmente dentro do Brasil, pelo fato de que as pessoas não perceberam a ilusão dos objetos. As crianças adoram brincar com seus brinquedos e tratamos como brinquedos os seus instrumentos, mas os instrumentosdos adultos "não podem" ser tratados como brinquedos, definitivamente não tive ainda a capacidade de ver diferença entre um e outro. A diferença para mim está apenas no termo usado. Eu vou chamar de "brinquedos mortais", estas são as ferramentas dos adultos, e assim como as crianças eles brigam por causa destas coisas. Se matam por causa destas coisas. Carros matam, e as pessoas ostentam exageradamente tais objetos. Agora não são apenas os brinquedos, são também as brincadeiras. Quando criança eu jogava tacobol no interior de Minas, onde morei, na cidade de Prados, próximo a São João Del Rei. Lá brincávamos de várias coisas, essa brincadeira de tacobol era bem divertida, era muito semelhante ao "Pente Alta" (nem sei se é assim que escreve, não encontrei esta palavra no google). As pessoas nascidas na década de 70 para trás provavelmente vão saber do que estou falando. Brincadeiras são divertidas, mas qual é o sentido de levar uma brincadeira tão a sério a ponto de espancar a outra pessoa por causa de uma vaidade? Uma diversão? A ponto de sentir-se na obrigação de prender o outro por participar da brincadeira social da ostentação de modo "trapaceiro" só porque uns não dividem seus pertences. Pois é exatamente assim que fazem os adultos. Os pais brigam com seus filhos quando eles brigam por causa de um jogo, mas durante o trabalho, muitos destes pais discutem e até brigam por causa do trabalho. Sem nenhum sentimento os patrões humilham seus empregados, os empregados cheios de ódio bolam planos para reivindicar a favor das suas vaidades. O trabalho é algo para se levar a sério tanto quanto a brincadeira das crianças, mas se for para brigar por estes motivos, então o trabalho deveria ser levado como uma brincadeira que não contém nenhuma seriedade verdadeira. A polícia brinca de prender invejosos, os invejosos brincam de se sentir oprimidos pelo sistema, enquanto que programas como a CEAPA e o PRESP brincam de fazer os invejosos caírem na verdade social, e quando eles caem nesta verdade, percebem que até o mundo dos "bonitinhos" é um mundo que gira em torno da inveja, tanto é que mesmo no fundo eles se sentem de alguma maneira humilhados, seja de forma intensa ou de forma moderada, mas as brincadeiras nas escolas como os bullyings também amadurecem e se tornam guerras, por isso são todos crianças que não olham para a morte, apenas brincam. É exatamente aqui que entram as pessoas sacos vazios e as pessoas de sacos cheios. As mulheres procuram status, os homens procuram o status para conquistar as mulheres. Para manter este status eles precisam serem reconhecidos socialmente através de algum tipo de diploma que fica registrado na história dos títulos. Para mim esta brincadeira é meio banal. Não me fazem a cabeça ficar brincando com estes joguinhos de status, mas vi um único motivo para participar deste jogo. Meu motivo também é simples, eu não quero me sentir sozinho a ponto de não ter valor algum, mas também não quero brincar desse jogo onde os valores são trocados. O que faço? Viro um mendigo amoroso junto de uma garota que também se sente rejeitada? O que trás a vida adulta são os valores, e neste contexto, a vida social é mais valiosa do que a vida do "poder" de dominação e controle, mas as pessoas insistem em achar que um precisam do outro para funcionar. Pobres iludidos. Dizem que é para o bem, mas praticam algo que dói internamente. Para nós, pessoas civilizadas, adultas e dignas, é fácil viver urbanizado e difícil de viver na natureza, tratamos a urbanização como civilização e a vida na natureza como uma vida primitiva. Quanto medo ainda vamos alimentar? Da mesmíssima forma é mais fácil amar aos objetos que se conquistou para conquistar as pessoas que nos "amam" do que amar as pessoas que não possuem nada como moradores de rua ou andarilhos. Quando os invejosos sacaram este detalhe, sentiram a injustiça e se tornaram bandidos sanguinários, prontos para matar,pois percebem o desamor contido nas brincadeiras de status social e fingem não se importar, com a velha desculpa de que tudo é vaidade, a mesma que uso para proteger a ideia de estarmos unidos.Fascinante sociedade do sorriso bobo alegre. Rir de tudo é tão prazeroso, parece que ser sincero é coisa de gente tola, e o mais sensato seria ser como um coringa, que apenas com uma carta pode mentir e dizer a verdade, sobretudo confio que a verdade prevalecerá.
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Vomitando Gritos de Silêncio
SpiritualUma experiência que me propus a fazer, que me deixou à beira da sanidade ou da loucura. Uma forma de aprender a ouvir melhor as pessoas. A experiência se passa em Belo Horizonte em 2014.