Dentro da maneira como agimos no mundo, assim que encontramos um sentido na vida, estamos sempre em busca de uma atitude que corresponda corretamente ao nosso objetivo. Quantomais certeza temos, mais radicais ficamos. Quanto menos certeza temos, mais ficamos vulneráveis às certezas ou incertezas dos outros. E então damos um passo para frente ou para trás, mas nunca ficamos parados, pois o tempo não para, querendo ou não nós andamos para algum lugar. Acredito que qualquer ser humano deveria concordar que a comunicação é a ferramenta natural mais importante que possui o nosso instinto. Sem ela, não saberíamos agir, até os animais, que são muito mais instintivos que nós, possuem as suas maneiras de dialogar. Entram em diálogos constantemente para diversas coisas, cada grupo com a sua própria língua. As formigas se comunicam com aquelas anteninhas bonitinhas. Acho super legal. As orcas e os golfinhos fazem aqueles barulhos dentro do oceano. Enfim, não há de faltar exemplos. Por estar seguindo no sentido da humanidade, percebo o tanto de maneiras que o ser humano possui de comunicação. Músicas, livros, palavras, códigos binários, cálculos matemáticos, regras de conduta que transmitem uma comunicação dentro da ética. Nós humanos possuímos diversas maneiras de comunicação, e ainda não tenho uma opinião formada sobre uma posição ou oposição de todas elas, mas de duas em específico sim. Tenho um ponto de vista ainda em construção e acredito que sempre será assim até o dia da minha morte, mas depois de um término de namoro conturbado, aprendi a detestar a mentira (falácias) e as palavras ao vento (fofocas). É fácil entender o ódio contra a mentira, apesar de que da boca para fora existem muitas pessoas que dizem não gostar de mentiras, mas na prática elas não vivem sem esta maneira de comunicação detestável. Há quem diga que todo ser humano mente constantemente, mas lutar contra esta atitude é realmente uma maturidade verdadeira. Com o tempo venho observando as práticas de comunicações que manipulam a verdade. Não necessariamente é preciso dizer uma mentira para praticar uma falsidade. Um exemplo clássico é a mídia. Para não estender de mais este tema repleto de exemplos, quero explicitar esta condição a seguir:Existe um programa numa emissora de TV do Brasil que utiliza uma arrecadação de ofertas de milhões de pessoas para enviar a instituições de caridade que trabalham para ajudar crianças carentes. Não há nenhum tipo de mentira sendo apresentada no programa de forma nítida, porém perceba como uma coisa liga à outra. A mesma emissora (que na teoria se apresenta para o mesmo público com maior frequência) faz várias campanhas em prol do programa e comove as pessoas em toda parte do país com muito sensacionalismo, porém eles não fazem as mesmas campanhas para outros programas que promovem o convívio social de modo competitivo e não comunitário. "Eles mesmos pagam" o campeão dos programas competitivos. Na realidade acho que quem paga são as empresas com as propagandas durante a apresentação dos programas. Sabem que seria muito difícil que as pessoas fizessem doações para pagar um bando de playboys e patricinhas se esbaldando em falácias e fofocas dentro de uma mansão (e ainda dizem que isto é atitude de um grande amigo). Então a emissora finge que separa uma coisa da outra. Talvez aparentemente não haveria nenhuma hipocrisia nisto, mas repare nos detalhes. Quanto mais tecnologia, mais nos sentimos confortáveis e o conforto facilita que sejamos empurrados e guiados, um tipo de hipnotismo. Deixamos de ser o motor dos nossos próprios movimentos, também não nos permite sermos o volante que guia as nossas próprias vidas. Assistir a um jogo de futebol é fácil. É fácil brigar com o jogador no estádio com o apoio de milhares de torcedores, mais fácil ainda é xingá-los pela televisão, difícil mesmo é ir lá marcar o gol. A televisão apresenta programas confortáveis, as matérias dos jornais mais impressionantes ficam por conta daquelas que são difíceis de engolir. Acontecimentos trágicos, estes dão à mídia central o maior poder de persuasão. Por isto existem programas de enorme audiência há anos. Eles apresentam o conforto e também o trágico dentro de apenas um programa como em noites de domingo. Tudo isto tem algum objetivo. Aparentemente pode não haver erro nisto, mas repare que tanto um programa comunitário cheio de sensacionalismos em conjunto com outro que apresenta um monte de contradições são uma das maiores audiências de uma mesma emissora. Para mim ela apresenta a persuasão, já para os fãs ela apresenta uma resposta (um modelo) para a vida, não vivo na pele das crianças que seriam (ou serão) beneficiadas pelas arrecadações do programa e nem dos "atores", mas a melhor desculpa que os fãs têm para defender seria dizer que "se colocam no lugar deles" para se divertirem com as situações, dizem que dá para aprender muita coisa com aquilo. Por que eu deveria me preocupar? Neste livro estou tratando do silêncio e da sua importância para a minha vida e na frente da televisão posso falar, mas não tenho voz. Logo se torna uma vida mentirosa repleta de manipulações "invisíveis". O que engulo dali não vomito nas ruas, e pouca gente o faz. Destas poucas tenho admiração. A falácia é a forma mais escrachada de mostrar uma verdade manipulada. Distorcemos uma coisa ou outra, colocamos os pontos onde queremos, adulteramos o sentimento real e assim muita coisa muda segundo nossa própria intenção. Quando ficamos em silêncio, ficamos neutros diante de qualquer situação. Por isto o silêncio tem uma voz tão profunda. Ele não mente, ele apenas aceita as coisas como elas são. Confesso que minha necessidade de ter ficado em silêncio faz parte de um aglomerado de erros que tive e me fizeram entrar na realidade de outra maneira, mas meus erros não foram maiores que minha necessidade de vencer. Por tanto com certeza entrei na realidade com estilo e personalidade. Este cartão de entrada na sociedade me levou a ter muitas preocupações. A principal delas tem sido a de ser tratado como louco, e para vencer este medo, me preocupei um pouco em saber o que de fato é uma loucura. Então descobri que a loucura também faz parte de uma manipulação da verdade. Certa vez li no facebook uma frase que não me lembro exatamente da frase, mas ela expressava o seguinte: "A sociedade necessita de um hospício para perceber que não é louca". Esta frase tinha sido publicada em referência a Michel Foucault. Vou comentar logo mais sobre um tema onde o título é "Igualdade", e dentro dela farei uma curta análise "particular" sobre a desigualdade. Tudo o que falo está linkado de alguma forma, mas continua sendo de modo aleatório. É como uma teia ou rede de pensamentos, nem sempre dará para entender apenas um único pensamento se em primeiro lugar não for conectado a um princípio e sua finalidade. Fazemos da desigualdade o nosso espelho, quando que na verdade ela é apenas a nossa mentira. No fundo do nosso coração utilizamos a mente para formar indivíduos "iguais" (semelhantes). Talvez você já tenha visto e/ou ouvido o termo que diz "cada um vê o que quer ver". Esta oração profere, quase que ao mesmo tempo, uma verdade e uma mentira. De fato cada um de nós vemos o que queremos ver, porém não é sempre que isto acontece. Há momentos de incertezas e outros de convicções. A matemática é linda por não nos deixar dúvidas, mas aquelas pessoas que não a entendem, acham ela ridícula. Acredito que a verdadeira qualidade de um professor não seja ensinar o aluno a aprender e sim ensinar o aluno a gostar de aprender. Esta é a escola nova, ao contrário do antigo método pedagógico de educação, onde os professores consideram o esforço dos alunos, que provavelmente no futuro passam a defender a meritocracia, criam um exército de humanos que lutam entre si para serem o que já são. Minha intuição diz que isto sim é loucura. O silêncio tem me motivado a não alimentar dos mesmos frutos sociais que distorcem a nossa essência. Não posso negar que já comi o suficiente destes venenos, então sei que morrerei dentro desta sociedade globalizada, mas não posso passar em branco sem dizer o quanto as pessoas falam de mais. Não posso passar desta vida sem dizer o quanto as fofocas são desnecessárias e as falácias (mentiras de torto à direito) são destrutivas. As fofocas são parte principal do meu silêncio em meio à sociedade, porém elas não possuem a maior porcentagem, pois os motivos são consideravelmente diversificados, tantos que acho impossível dizer o número de motivos. Talvez apareça alguém me dando um motivo mais importante (para este voto de silêncio) do que os que já tenho em mente. Não cheguei a fofocar de mais, mas o fiz e admito meus erros. Sobre isto, se formos comparar com outras histórias no meio da sociedade, não exagerei nos meus erros, apenas foi o suficiente para que uma das minhas bombas cognitivas estourasse de alguma maneira. As crianças fazem pedidos aos pais de algum tipo de brinquedo, o pai diz "primeiro terá de fazer o seu dever de casa", caso seja um brinquedo mais caro, eles dizem "terá de passar de ano primeiro". Tem pessoas que fazem jejum de alimentos, fazem uma oração a Deus, pedem alguma coisa e em troca oferecem um jejum de comida. Há quem faça pedidos a Deus e em troca fazem um jejum de televisão. Existem vários tipos de jejuns, mas todos são com algum pedido em troca. Quando percebi que todo tipo de jejum é proveniente de um desejo de receber alguma coisa, resolvi ficar em silêncio e fiz este jejum sem pedir nada a não ser a minha mudança interna. Meu objetivo com isto não é nenhum a não ser o de aprender. Pode ter certeza, as fofocas não param. Não tanto para mim que não sou uma pessoa importante, mas sei que a importância da minha atitude não está na minha pessoa e sim na minha própria atitude em si. Sei o quanto isso influencia a vida das pessoas. Todas as pessoas que me conheceram durante este período de silêncio, acharam uma atitude louvável e pesada (muitos consideram desnecessária). A fofoca se espalha na sociedade e ela tem tudo a ver com o status. O status está intimamente ligado às desigualdades e nós mesmos criamos elas em conjunto. Também falarei sobre o tédio, que é um tema recheado de imaginações, e para matar o tédio, faça uma boa fofoca sobre a vida de alguém, você poderá ver o tanto de turbulências que sua vida poderá se envolver, com certeza você terá muita coisa para fazer, só não garanto que serão muito agradáveis. Ela passará a ser mais agitada, os olhares se cruzam e você pensa mais para saber como agir e reagir diante de cada situação. Tudo é para fugir do tédio. Você força a barra para criar situações onde você é, será ou foi agente ativo e/ou passivo. Você promoverá conflitos internos e externos. Os conflitos internos você mesmo participará, os conflitos externos você imaginará o que estaria acontecendo para que então possa se prevenir caso tenha necessidade de alguma intervenção no futuro. Realmente a fofoca move nossas vidas. Imagine que uma destas pessoas passasse a ficar muda. Tirariam uma das peças de diálogo onde o motor dos conflitos daria início a um processo de anulação natural. Sempre admirei as mulheres, sempre achei elas muito inteligentes, mas ainda não entendi porque a maioria dos conflitos são gerado inicialmente pela maioria delas, sendo assim, mulher de verdade são poucas, tal como homens de verdade não se deixam conduzir por qualquer palavra. As briguinhas de fofocas em salões de beleza, na igreja ou no trabalho, por vezes na família, ficam sempre por debaixo dos panos e na hora que o ambiente esquenta, você tira a coberta e descobre que o calor estava mesmo intenso. Você sente a brisa refrescante que entra só depois de descobrir a verdade, porém as coisas ainda podem ficar mais quentes se em algum momento você descobrir que ao menos uma destas verdades não se passou de uma falácia (uma mentira), se então for descoberto mais de uma, dificilmente o perdão é liberado. Não preciso prolongar ainda mais este tema, ficou perfeitamente óbvio para qualquer cidadão globalizado o peso de um silêncio premeditado. Como eu já havia dito, já sei qual é meu destino e quando vi que eu não tinha um sentido de viver, passei a viver para ter sentido. Agora estou caminhando. Este passo eu dei. Caso você insista em achar que sabe o que falar, continue falando o suficiente ao ponto de fazer o jogo rodar, porém a vida é mais do que apenas um jogo. Nossas palavras são como movimentar uma peça nesse lindo tabuleiro da vida. Faça um movimento em falso e talvez perderá algo que nunca imaginou que poderia perder. Os primeiros que fingem terem ganhado muito, são as próprias mídias, entretanto elas trabalham desde o princípio com a ilusão, por isto eles sabem o que estão fazendo quando não sabem o que fazer. Embora saibamos qual é o nosso destino, não é nosso costume buscar o sentido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vomitando Gritos de Silêncio
EspiritualUma experiência que me propus a fazer, que me deixou à beira da sanidade ou da loucura. Uma forma de aprender a ouvir melhor as pessoas. A experiência se passa em Belo Horizonte em 2014.