O silêncio também tem sido um fardo para mim.
Não é fácil fingir ser mudo. Quando leem o papel dando a explicação da minha experiência de forma resumida, o que mais me perguntam é se falo libras. Até tenho uma prima que fala em libras, ela já foi intérprete na igreja da Lagoínha ou Getsemani, sei lá, também já tive vontade de aprender, mas graças a Deus não aprendi, se não ficaria menos difícil. Quero que esta experiência seja mesmo difícil, então, o fardo tem sido também a minha mochila que vai juntar minhas memórias para quando precisar. É como fazer uma faculdade, o tempo de aprendizado tem me mostrado o quanto é difícil concluir uma faculdade, mas como eu não iria mesmo fazer uma faculdade com o objetivo final de ganhar dinheiro (acho que me sentiria meio hipócrita por motivos quase fúteis). Preferi fazer algo mais autêntico. Me ajoelhei no banheiro do escritório onde trabalho e pedi a Deus debaixo de catarros e lágrimas para que Ele pudesse me ajudar a esquecer meu antigo fardo e me dar um novo, uma vez que este fardo estava pesado de mais para a minha força visível (só agora vejo o quão leve ele era), pedi a Deus uma nova oportunidade de mostrar minha capacidade de dar frutos e em silêncio tenho tentado ouvir a Sua voz que diz para que eu caia na realidade. De fato tem sido um peso, mas eu sei que logo tudo vai ficar equilibrado. Não acredito que exista alguma vida na história deste mundo que não tenha passado por alguma turbulência existencial.
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Vomitando Gritos de Silêncio
SpiritualUma experiência que me propus a fazer, que me deixou à beira da sanidade ou da loucura. Uma forma de aprender a ouvir melhor as pessoas. A experiência se passa em Belo Horizonte em 2014.