Elara sempre sonhou com um amor platônico, algo que acendesse sua chama e desse um propósito à sua existência. No meio desse caos, ela encontrou Trevor. No entanto, desde o primeiro encontro, a conexão entre eles foi marcada por um turbilhão de emoç...
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Só você sabe, como me deixar assim.
ELARA NSOKI
Nem em toda a minha vida imaginei que acordaria com a sensação de que um caminhão tivesse passado por cima de mim. Minha cabeça lateja, meu corpo inteiro dói, e cada movimento parece exigir um esforço monumental. Sinto alguém se mexendo ao meu lado e, ao levantar a cabeça, vejo Ivy ainda deitada no sofá, com a expressão serena, completamente alheia ao caos que foi a noite passada. Olho ao redor e me sento na cama, tentando me situar. Quase dou um salto ao perceber Hazel e Cristos deitados em um colchão no chão. Então, tudo o que aconteceu ontem à noite não foi apenas um sonho louco? A tontura ainda domina meus sentidos, mas, determinada a não acordar ninguém, coloco meu corpo para o lado do sofá e pulo no chão, tentando fazer o mínimo de barulho possível.
Minha mente tenta processar os acontecimentos. Trevor realmente me pegou nos braços e me colocou deitada no sofá? Que cavalheiro da parte dele... penso, com uma mistura de irritação e surpresa. Por que ele teria feito isso? Ainda assim, não consigo ignorar a sensação incômoda de que algo mais está por vir.
Ao entrar na cozinha, dou três passos para trás instintivamente, mas já é tarde demais. Trevor está lá, me esperando, com uma expressão que não consigo decifrar.
ㅡ Não vou jogar essa água na sua cara ㅡ Trevor diz, sua voz carregada de sarcasmo. ㅡ Eu prometo.
Solto um suspiro resignado e me aproximo, evitando ao máximo qualquer contato físico com ele. Pego um copo e encho com água, bebendo tudo de uma vez, tentando acalmar a secura na garganta. Enquanto bebo, vejo Trevor enfiar a mão no bolso e colocar algo sobre o balcão.
ㅡ O que é isso? ㅡ pergunto, desconfiada.
ㅡ A cura para a sua ressaca ㅡ Ele responde com um meio sorriso. Sem pensar duas vezes, pego o comprimido, coloco na boca e engulo com o resto da água. ㅡ Na verdade, era droga ㅡ Confessa, mal contendo um sorriso de diversão.
Minha reação é imediata; arregalo os olhos, a mente já girando em pânico.
ㅡ Isso não tem graça, Trevor! Você me deu droga?! ㅡ Minha voz sai desesperada, enquanto meu coração começa a bater mais rápido.
ㅡVocê acredita em tudo que te dizem, não é? ㅡ Ele ri, bebendo mais um gole de água, como se nada tivesse acontecido.
ㅡ Idiota! ㅡ Bufo, encostando-me no balcão da cozinha. Quando me viro, vejo um sanduíche, já com uma mordida, repousando em um prato. Um sorriso escapa antes que eu possa contê-lo. Estava faminta.
Decido me afastar de Trevor, porque sei que o sanduíche é dele, mas antes de me afastar completamente, não resisto à tentação. Num movimento rápido, pego o sanduíche e saio correndo, rindo enquanto dou uma mordida. Meu coração acelera de adrenalina e diversão, uma sensação bem-vinda depois de tudo o que aconteceu. Encontro refúgio em uma pequena salinha de produtos de limpeza. Lá dentro, a luz é fraca, mas é o suficiente para eu me esconder e devorar o sanduíche. Minha fome era grande demais para esperar até fazer outro, e, admito, depois de tomar o remédio que Trevor me deu, minha cabeça já começa a dar sinais de melhora.
