14- Desobediente

8.1K 470 90
                                    

Meu corpo doía muito. Eu nem conseguia me mexer. Abri meus olhos com dificuldade e vi Dimitri no telefone gritando. Ele falava em outra língua. Parecia russo. Ao me ver, ele desligou e veio em minha direção, mas eu comecei a chorar novamente. Ele acariciou meus cabelos, mas eu vi sua mão com sangue e me assustei.

- Acalme-se, meu amor. Eu já fiz curativos em você e já chamei um médico.

- Não encoste em mim.

- Elena, me desculpe. Eu não queria fazer isso, eu estava fora de mim.

- Saia daqui. Me deixe em paz.

Naquele momento, a campainha tocou e ele atendeu a porta. Um médico de mais ou menos 60 anos, careca e grisalho entrou. Ele se assustou ao me ver e deu um empurrão em Dimitri.

- Meu Deus, Dimitri. O que fez com ela?

- Eu não queria, Bóris. Eu juro, mas ela me irritou e eu perdi o controle.

- Parou com os remédios e a terapia á quanto tempo?

- Já faz um ano.

- Por quê?

- Eu não sei, eu só decidi parar.

- Pois então volte a tomar, porque da próxima vez essa garota talvez não sobreviva. Quem ela é? Uma de suas vítimas? Quando iria matá-la?

- Ela é minha.

- Como assim, Dimitri?

- Ela não será uma de minhas vítimas. Ela é minha. Eu a peguei para mim mesmo. Vocês não disseram que eu precisava de uma namorada? Então, aqui está.

- Quando dissemos aquilo, não significava sequestro, seu tolo!

- Olha só Bóris, cuide dela e dê a ela o que ela precisa. Não se intrometa.

- Que Deus tenha piedade da alma dela.

- Ninguém terá a alma dela, apenas eu. Ela me pertence desde que coloquei meus olhos nela.

- Dimitri, a sua mãe não gostaria que fizesse isso com essa moça. Ela é uma criança.

- Ela irá fazer dezoito anos daqui á uma semana e nesse dia eu a tornarei minha. Depois disso, ninguém irá separá-la de mim.

- Está doente, Dimitri. Precisa voltar a tomar a medicação ou essa garota não irá sobreviver á mais espancamentos.

- Eu nunca quis que ela se machucasse, mas porra ela vive me provocando! Ela nunca me obedece.

- Dimitri, escute bem uma coisa: você precisa...

- Socorro. - eu disse com a voz falhada enquanto eles discutiam, tomando a atenção de seus olhos para mim.

- O que disse? - o homem perguntou.

- Socorro. Me tire daqui. Ele vai me matar.

- Elena, cale a porra da boca.

- Cale-se você, Dimitri! Veja o estado em que elá está!

- Ou você cuida dela ou eu cuido e será do meu jeito.

- Tudo bem, mas preciso que saia daqui.

- Como assim?

- Eu sou um médico profissional. A partir do momento em que eu tocá-la, ela será minha paciente e eu preciso estabelecer um sigilo entre mim e ela.

- Bóris, pelo amor de Deus!

- Dimitri, saia. Se ficar aqui, não poderei cuidar dela. Ou quer que sua amada morra?

- Eu vou sair pelo bem dela, somente por isso.

Dimitri foi até o lado de fora e fechou a porta irritado. O médico limpou minhas feridas e fez curativos, depois fez alguns pontos na minha cabeça enquanto aplicou uma dose mínima de anestesia em mim. Eu estava sonolenta e catatônica.

- Eu peço desculpas. Ele não era assim, mas infelizmente ele abandonou o tratamento e agora parece um louco. - o médico disse com certo sotaque.

- Por favor, me ajude. Ele é louco. Ele vai me matar, ele é cruel, não sente afeto nem remorso.

- Moça, perdoe-me pela indiscrição, mas eu preciso lhe perguntar: Dimitri estuprou você?

- Ainda não, mas ele disse que iria me tornar dele quando chegasse a hora. Ele me forçou á fazer coisas com ele. Eu me sinto perdida, por favor me tire daqui. Chame a polícia!

- Jesus Cristo, o que ele se tornou?

- Um monstro.

- Descanse, moça. Prometo ajudá-la quando tiver a oportunidade, mas infelizmente não posso fazer nada por ora.

- Por favor...

Foi a última coisa que eu disse antes de apagar pela anestesia.

Algumas horas depois...

Abri meus olhos e percebi que estava no quarto de Dimitri novamente. Meu corpo estava pesado por causa das dores e da anestesia. Olhei para o lado e o vi de pé em frente a janela olhando para a chuva. Já estava escuro, a noite estava totalmente tensa.

- Como se sente? - ele perguntou.

- Você se importa por acaso?

- Olha Elena, eu sei que está com raiva e você tem esse direito, mas quero que saiba que eu estava descontrolado. Não irá se repetir.

- Não minta. Não sou burra, Dimitri. Você fez o que fez, porque você sentiu prazer em me espancar. Graças á você, não sinto mais meu corpo. Tudo o que você fez até agora, foi me atormentar com sua obsessão em mim.

- Você não deveria ter me provocado.

- Está dizendo que a culpa é minha? Não fui eu que espanquei uma pessoa.

- Elena, eu sinto muito. Eu não queria te machucar, mas é que...

- Mas o quê? Mas você sentiu tanta satisfação que não conseguiu parar, né? Você é um sádico.

- Elena, precisamos conversar.

Meu Stalker Possessivo 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora