31- Traumas do passado

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Dimitri

Faziam dias que eu estava tendo pesadelos e terrores noturnos. Eu não sabia bem o porquê daquilo, fazia muito tempo que eu não tinha mais eles. Eu acordava apavorado durante a noite, suado e completamente perdido. Elena me acalmava e me dava um remédio pra dormir para que eu não ficasse histérico. Bóris duplicou minha medicação e os surtos estavam diminuindo, mas eu ainda tinha medo de machucar o meu amor: Elena.

Ela era a pessoa mais importante do mundo pra mim. Ela era o que se encaixava comigo. Era como se fosse uma parte que faltava em mim. Ela era tão especial. Seu sorriso, sua timidez, sua inocência, seu astral, tudo nela elevava a minha felicidade. Eu não conseguia viver sem ela.

Eu estava sentado no jardim, olhando para a paisagem, quando Elena veio até mim e sentou-se em meu colo, me beijando logo em seguida.

- O que foi, princesa?

- Dormiu bem? Fiquei preocupada com você.

- Dormi sim, o remédio ajudou.

- Já falou sobre isso com o Bóris?

- Já sim, ele duplicou minha medicação. Não se preocupe, amor. Eu vou ficar bem.

- Espero que sim, não posso me casar com um mafioso que tem medo de escuro hahahaha!

- Esse mafioso aqui não tem medo de nada.

- Ah jura?

- Na verdade, só há uma coisa que me deixa com medo.

- O que é?

- Perder você.

- Dimitri, eu...

- Eu sei que você não me ama. Eu sei que ainda tem receio de confiar em mim, mas eu te amo e nunca vou me arrepender dessa decisão. Você é e sempre será a minha bonequinha, Elena.

- E você é e sempre será o meu diabão, Dimitri. Só que eu preciso desse diabo forte e saudável, não com medo. Me deixe te ajudar com isso, converse comigo. Por favor.

- Por que não deixamos isso no passado?

- Porque quanto mais você procrastinar, mais você irá agonizar com isso. Dimitri, você não dorme direto á dias por causa dos pesadelos. Por favor, fala comigo, diabão. Confia em mim.

- Eu nunca tive uma infância muito boa. Meu pai brincava comigo de vez em quando, jogava bola comigo, mas depois ele me levava a clubes de tiro e bares para ouvir suas reuniões e aprender a ser um futuro chefe. Quando completei treze anos, um dia eu fui procurar minha mãe e a encontrei morta no quarto. Meu pai não estava lá, somente o corpo dela ensanguentado no chão. Eu chorei muito e pedi ajuda ao Bóris, ele ligou para alguém e depois vieram buscá-la.

- E o seu pai?

- Enquanto ela morria no chão, aquele filho da puta estava num bordel comendo uma prostituta dez anos mais nova que ele! Eu senti uma raiva incontrolável e peguei a arma que estava em cima da escrivaninha. Eu olhei para ele e pra vagabunda da amante dele e disse: digam suas últimas palavras, porque o Diabo não vai querer ouví-los. Aí ele riu e eu descarreguei o pente da arma neles.

- Dimitri, eu não fazia ideia. Eu sinto muito, amor.

- Não sinta, ele nunca me fez falta mesmo. Mas a minha mãe era linda, a pessoa mais bondosa que eu tinha visto em toda a minha vida, até que eu te conheci. Vocês iriam adorar uma a outra.

- Bom, pelo menos a sua mãe era uma ótima pessoa, pena que deu a luz a um diabão.

- O diabão que você adora perturbar, princesa.

- Mas como sua mãe morreu? Foi um acidente?

- Meu pai achou que ela estava traindo ele, mas na verdade ela estava planejando fugir comigo para longe, porque ela não queria que eu fizesse parte dessa vida imunda. Quando ele descobriu tudo, ele atirou nela e deixou ela ali pra morrer. Antes da minha mãe morrer, ela só disse: Eu te amo, meu filho. A mamãe sempre estará com você.

- A sua mãe era uma mulher forte, ela sempre se manteve forte pelo amor que tinha á você. Você a vingou e matou o assassino dela, isso já não basta?

- Bastou durante um tempo, mas depois as crises de raiva começaram e eu ficava fora de controle. Bóris começou a me introduzir na terapia cognitiva-comportamental e depois a me medicar. Funcionou durante um tempo, mas depois que eu te conheci as crises aumentaram. Não por sua culpa, amor, mas pelo fato de que você despertou sentimentos em mim que eu nunca senti por nenhuma mulher.

- Eu não entendo o porquê dessa obsessão comigo, Dimitri. Nós mal nos conhecemos e mesmo eu sentindo isso por você, é estranho e errado. Eu não posso me apaixonar pelo homem que me sequestrou e... fez aquelas coisas.

- Não há um dia que eu não me arrependa de ter feito aquelas coisas com você, amor. Não me deixe ficar perto de você quando eu estiver em crise ou eu vou te machucar. Me prometa.

- Mas eu só queria te ajudar, não podia deixar você sozinho!

- Elena, quando eu estou em crise, eu vou dizer e fazer coisas que você não vai querer saber. Eu não posso mais te machucar, eu não quero mais te machucar, então preciso que me prometa isso. Me prometa que quando eu estiver em crise, você vai ficar longe de mim.

- Mas Dimitri...

- Elena, por favor.

- Uhh... tá bem! Eu prometo...

- Ótimo, obrigado por isso, amor. Eu amo você.

- Eu sei disso, diabão.

Meu Stalker Possessivo 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora