A Investigação

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Meu coração disparou. Eu não conseguia processar a ideia de que minha calcinha estava na caixa de uma garota morta. Por que estava ali? Derick a havia pego? Por quê? Meus pensamentos corriam desordenados, e, de repente, as palavras de Luka voltaram à minha mente. Será que ele tinha razão?

Uma batida na porta me fez sobressaltar.

— Annia? Está tudo bem?

A raiva cresceu dentro de mim. Levantei-me de uma vez e abri a porta com força. Derick estava parado ali, sorrindo, mas eu joguei a caixa contra ele. Ela caiu no chão, espalhando todo o conteúdo.

— O que significa isso?

— Eu quem pergunto — minha voz saiu dura, cheia de indignação. — Você é algum tipo de pervertido?

Derick me olhou com uma expressão confusa, mas quando seus olhos pousaram no que estava na caixa, sua expressão mudou. O rosto dele ficou pálido.

— Onde você encontrou isso? — Ele se agachou para recolher as coisas devagar.

— O que a droga da minha calcinha está fazendo aí?! — gritei, minha voz trêmula de raiva e medo.

Derick não respondeu de imediato. Continuava recolhendo os objetos com uma calma perturbadora. Quando pegou a foto de Hanna, seus olhos se encheram de lágrimas, e uma delas caiu sobre a imagem.

— Você está... chorando? — perguntei, incrédula, meu coração congelando por um segundo. Nunca imaginei que o veria chorar, mas eu não estava disposta a cair em qualquer encenação. — Quer saber? Não importa! Você não vai me enganar! Por que minha roupa íntima está aí?

Ele enxugou os olhos com a manga da camisa cinza, levantando-se em seguida. Seus olhos ainda estavam vermelhos, o rosto cheio de dor.

— Onde você encontrou isso? — ele repetiu, a voz abafada pela emoção.

— Essa não é a questão aqui — respondi, firme.

— Onde você encontrou?! — Ele gritou, e eu dei um passo para trás, assustada. — Annia... — Derick se aproximou, e cada passo dele me fazia recuar mais um, o medo me dominando. A cena com Miller voltou à minha mente, e eu temi que aquilo se repetisse. Mas então, ele parou.

— Estava debaixo da sua cama — eu disse, com a voz trêmula.

Ele respirou fundo, visivelmente abalado.

— Annia... essa caixa estava desaparecida há três anos. Como ela foi parar debaixo da minha cama?

— O quê? — Ele estava tentando me enganar. Só podia ser isso.

— Me diz a verdade... — A voz dele soou mais calma, mas cheia de tensão. — Onde você a encontrou?

— Eu já disse! Estava debaixo da sua cama! — Eu o encarei, pronta para correr caso a situação saísse do controle.

Derick esfregou a testa com as mãos, claramente assustado. Ele começou a andar de um lado para o outro, enquanto eu tentava, sem sucesso, entender o que estava acontecendo. Era difícil saber se ele estava falando a verdade ou tentando me manipular.

— Derick? — me aproximei com cautela e coloquei a mão em seu ombro. Ele agarrou meu pulso com força, me puxando para si em um abraço. O gesto me pegou de surpresa. Eu estava apavorada, confusa e, ao mesmo tempo, furiosa.

— Me diz a verdade. Eu... eu não quero ter que chamar a polícia. — Minha voz vacilou, enquanto tentava processar o que estava acontecendo.

Ele respirou fundo, me soltando após alguns segundos.

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