Confronto Final

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Eu não via, mas sentia a neblina lá fora, densa e pesada, envolvendo o galpão como um manto frio e opressor. O vento úmido penetrava pelas frestas da porta e das janelas quebradas, e eu podia sentir o frio se espalhando pela minha pele, atravessando o tecido fino da minha roupa.

Algumas horas se passaram, mas o dia ainda estava claro, embora a luz que entrava fosse fraca. O tempo parecia parado, e a angústia de estar sozinha naquela cadeira.

A porta continuava fechada, e o silêncio era opressivo, quebrado apenas por pequenos estalos do próprio galpão. Tentei novamente mexer os braços, buscando alguma folga nas cordas, mas elas mordiam minha pele, firmes, deixando-me sem escolha a não ser esperar.

Meus olhos percorriam o lugar, tentando memorizar cada detalhe, cada possível saída, cada canto que eu pudesse usar a meu favor. Mas o silêncio se prolongava, e a dor nos pulsos aumentava, me lembrando que o tempo estava contra mim.

Foi então que escutei passos do lado de fora, abafados pela neblina, mas inconfundíveis.

Derick

Ele havia chegado. O som de seus passos aproximando-se do galpão fez meu coração disparar. Derick estava aqui, e eu estava com medo por ele. Eu sabia do que Luka era capaz, e ele estava prestes a envolver Derick em seu jogo sombrio. 

Cada passo de Derick era como uma contagem regressiva, um tic-tac sinistro, um lembrete de que o perigo estava prestes a alcançá-lo.

Tentei desesperadamente gritar, mas tudo que consegui foram ruídos abafados pela mordaça apertada. Minha garganta doía com o esforço, o desespero me fazendo lutar contra as corda

Os passos pararam do lado de fora do galpão. Eu podia ouvi-lo respirando, hesitante, talvez desconfiado de que algo estava errado. Fechei os olhos, tentando reunir forças para fazer algum som, qualquer coisa que o fizesse perceber o perigo

E tudo que consegui pensar, em meio ao pânico e ao desespero, foi em me jogar no chão. Não importava a dor. Com todas as forças que me restavam, inclinei meu corpo para o lado, forçando a cadeira a balançar.

Com um estalo seco, ela tombou, me levando junto. Meu ombro atingiu o chão com força, e a dor explodiu pelo meu braço, mas eu ignorei, concentrando-me apenas no objetivo: fazer o maior barulho possível. 

O impacto ecoou pelo galpão, uma pancada alta que cortou o silêncio, fazendo o som reverberar pelas paredes.

Eu ouvi o movimento do outro lado. Derick não hesitou, seus passos ficando mais rápidos e decididos. O eco do barulho parecia ter alcançado seu objetivo. 

As sombras dançavam na entrada enquanto ele abria a porta com um empurrão, seus olhos arregalados ao me ver caída no chão, amordaçada e presa.

Mas antes que ele pudesse dar um passo em minha direção, outro som veio do canto escuro do galpão, onde Luka havia se escondido, esperando.

Arregalei os olhos o máximo que pude, tentando desesperadamente alertá-lo, tentando fazer com que ele entendesse o perigo que se escondia atrás dele.

 Derick me olhou por um breve segundo, e eu vi o momento exato em que ele percebeu. Seu olhar se endureceu, os músculos de seu rosto se contraindo enquanto ele entendia o que estava prestes a acontecer.

Luka avançou com um grunhido, rápido e determinado, mas Derick estava preparado. 

No último instante, ele desviou para o lado, e Luka, desequilibrado pelo próprio impulso, perdeu o controle e caiu no chão com um estrondo que ecoou pelo galpão.

Aproveitei o momento de distração para me contorcer mais nas cordas, tentando soltar os pulsos enquanto observava a cena. 

Derick se afastou, colocando-se entre mim e Luka, pronto para enfrentar o que fosse necessário. Luka se levantou devagar, os olhos cheios de fúria, suas intenções agora mais claras do que nunca.

A verdadeira obsessão. 🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora