A Caixa Misteriosa

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Aceitei a proposta dele, aliviada por não estar sozinha em mais um momento de incerteza. Com um último olhar para a delegacia, segui Luka.

Ao longo do caminho, Luka tentou me acalmar, preocupado com a situação. Fiquei feliz, pois, mesmo sem o conhecer bem, ele estava sendo um bom amigo.

— O que você quer comer? — perguntou ele.

— Torta de morango — sorri, lembrando como era deliciosa.

— Escolheu sabiamente — ele sorriu de volta e foi até o caixa fazer o pedido.

Após alguns minutos, ele voltou, sentando-se em minha frente enquanto eu bebia um copo de água que a garçonete havia trazido momentos antes.

— Eu estou preocupada, mas não sei o que fazer — confessei.

— Eu imagino, Annia. Olha, vamos fazer o seguinte: vamos avaliar a situação e tentar desvendar quem essa pessoa é. Assim, conseguimos provas mais claras — sugeriu, com um tom encorajador.

— Você não pode falar com a sua tia? — perguntei, na esperança de que ela pudesse ajudar.

— Poderia, mas ainda assim precisamos de provas concretas — respondeu, balançando a cabeça.

— E vamos investigar? Tipo Sherlock Holmes?

— Acho que sim — ele sorriu. — Você não vai estar sozinha. Podemos nos encontrar diariamente depois do trabalho e investigar, fazer perguntas por aí.

— Eu não sei, Luka... — hesitei.

— Você tem uma ideia melhor? — ele perguntou, preocupado. Na verdade, eu tinha: ir embora, arrumar minhas malas e correr para Nova York. Mas ainda assim, não podia voltar.

— Tá, vale a tentativa — falei, cabisbaixa. Luka arrastou sua mão por cima da mesa até encontrar a minha e a tocou. Seu toque foi leve e reconfortante, e seu sorriso dizia: "Eu estou aqui, e vai ficar tudo bem."

Depois de nossa conversa, a sensação de alívio se misturou à ansiedade. Luka e eu decidimos que investigaríamos as mensagens e qualquer indício que pudesse nos levar a quem estava por trás das ameaças.

Ele me contou que, após o trabalho, poderia passar na casa de Derick para me buscar, e assim poderíamos começar a planejar nossa investigação.

Mais tarde, ele sugeriu que fossemos até sua casa, onde ninguém nos incomodaria, já que seus pais estariam viajando e Lia estaria na casa de algum namorado.

Chegamos à sua casa e fomos direto ao seu quarto. As paredes eram em tons de cinza, com algumas luzes penduradas em um branco quente. Havia um incenso doce que perfumava o ambiente, e o quarto estava organizado.

— Primeiro, precisamos listar as pessoas que podem ter alguma ligação com isso — disse ele, olhando para mim com seriedade.

— Bem, tem o Miller, meu ex — respondi, pensando em como ele poderia estar envolvido.

— E Derick, é claro — sugeriu, como se Derick fosse a pessoa principal da lista. — Precisamos também considerar o que você e Hanna tinham em comum: mensagens estranhas, presentes...

— Eu não recebi presentes, mas tenho medo de acabar como ela — confessei, o medo voltando a apertar meu peito.

— Não vai — ele garantiu, olhando nos meus olhos. — Estamos juntos nessa.

— Inclusive, o que você sabe sobre Hanna?

— Não muito, para falar a verdade — ele coçou a cabeça. — Ela era amiga da Lia e morava lá em casa, mas normalmente eu estava no quarto e não falava com ela.

A verdadeira obsessão. 🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora