Será uma conhecidencia?

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Alguns minutos depois, estávamos dentro da casa de Lia. Ela era semelhante à de Derick, mas menor e mais próxima da cidade, onde o barulho dos carros e algumas vozes podiam ser ouvidos. A chuva ainda jorrava lá fora, e eu estava sentada à sua mesa de jantar, com um copo de chá quente em minhas mãos. Fiquei feliz em ter pessoas em quem confiar quando as coisas ficavam estranhas, como Jenna e Lia.

— Desculpa por ter dito aquilo. Sei que Derick é seu amigo — eu disse, quebrando o silêncio.

— Está tudo bem — ela sorriu, amigável. — Você gosta dele, sabe disso, né?

— Acho que sim — respondi, hesitante.

— E talvez ele goste de você — ela disse, sorrindo, como se fosse claro o suficiente.

— Acho que não — eu ri, embora uma parte de mim quisesse acreditar no que ela estava dizendo.

— Eu vi como ele agiu com você na festa, todo protetor — Lia observou, enquanto bebia seu chá. — Ele normalmente não se importa, mas parece se importar com você.

— Ele sempre foi assim? Indiferente? — perguntei, curiosa sobre o passado dele.

— Não — ela coçou a ponta do nariz, pensativa. — Derick era extrovertido tanto quanto qualquer um na cidade. Mas um acidente aconteceu há três anos, fazendo com que sua noiva desaparecesse.

— Noiva? — minha curiosidade aumentou.

— Hanna, o nome dela era Hanna — Lia respondeu, e o nome fez minha mente vaguear. Lembrei do manuscrito que Derick havia escrito, onde ele deixava o nome dela à mostra, e depois da reportagem da garota desaparecida.

— O que aconteceu com ela? — perguntei, como se não soubesse nada do assunto.

— Hanna fazia parte do nosso grupo de amigos. Ela e Derick estavam juntos há um ano, e ele parecia amá-la de verdade — Lia começou. — Sempre eram vistos juntos, e Derick me dizia que queria se casar com ela e ter ao menos uma filha. Ele planejava pedi-la em casamento em breve. Então, numa noite, eles brigaram; não lembro sobre o que era, talvez ciúmes. No dia seguinte, ninguém a viu de novo. — Lia respirou fundo. — A polícia tentou encontrá-la, mas sem sucesso. Nós éramos boas amigas.

— Eu sinto muito — murmurei, sentindo um peso no peito.

— Eu também — Lia sorriu, tentando esconder a dor que ainda a afetava.

— Como ela era? — perguntei, querendo saber mais sobre a garota que tinha sido tão importante para Derick.

— Incrivelmente parecida com você — ela me olhou, e sua expressão era uma mistura de nostalgia e tristeza. — Hanna era pacífica, mas gostava de conversar. Ela também amava desenhar.

— Sério? — minha curiosidade aumentou. A ideia de que Derick tinha se interessado por mim por causa de alguém que era tão semelhante a mim era intrigante, mas ao mesmo tempo desconcertante.

— Sim.

— Então, por isso Derick gosta de mim? — perguntei, hesitante.

— Não necessariamente — ela passou a alça da xícara pelos dedos, pensativa. — Derick gosta de mulheres que sejam tão comunicativas e criativas quanto ele, mas que também apreciem o silêncio. Você faz o tipo dele.

Eu não sabia o que pensar. Isso era uma notícia boa ou ruim?

— A polícia não tinha nenhum suspeito? — perguntei, tentando processar a situação.

— Não. Quer dizer, suspeitavam de Derick, mas Hyuna estava na casa com ele quando brigaram e não o viu sair a noite toda. — Lia fez uma pausa, como se estivesse se lembrando de algo. — Mas acho que a coisa mais estranha era o que ela tinha me contado antes de desaparecer. Ela disse que estava recebendo mensagens estranhas e até presentes de alguém que não conhecia.

A verdadeira obsessão. 🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora