Encarei Derick por um instante e não consegui dizer nada, apenas limpei minha boca com a manga do meu suéter vermelho. Ele não tinha deixado transparecer que sentia interesse, tirando, claro, as olhadas intensas que ele me dava. Comecei a sentir calor. Eu estava sozinha naquela casa, com ele, sem saber se ele era o stalker ou não. De certa forma, isso me fazia sentir excitada. O perigo sempre me atraiu, e é difícil explicar que você gosta de ser amarrada e de asfixia erótica para seu namorado, e então ele te olha surpreso. Mas com Derick era diferente.
Mesmo sem nunca termos tocado no assunto e apenas lendo seus manuscritos, ele parecia um dominador nato. Parecia saber o que fazer e como tomar controle da situação. Dessa vez, o arrepio que me percorreu foi bom, quase prazeroso. Eu estava feliz por ele se sentir atraído por mim e torcia para que ele não fosse o stalker.
O silêncio na sala se tornou nítido. Derick desviou o olhar por um momento, talvez tentando decifrar seus próprios pensamentos. A luz da vela ao nosso lado projetava sombras dançantes nas paredes, criando uma atmosfera que tornava tudo ainda mais intenso.
— Você está pensando muito — ele disse, ignorando meu pequeno acidente com o vinho. Sua voz era suave, quase sedutora, e eu mal conseguia processar suas palavras.
— É... eu só... — gaguejei, a hesitação em minha resposta refletindo a confusão em minha mente. A última coisa que eu queria era parecer vulnerável, mas a verdade era que cada instante ao seu lado me deixava mais intrigada.
Ele se inclinou, seu olhar fixo em mim, como se estivesse lendo minha alma. - Às vezes, o que mais tememos pode ser exatamente o que queremos. - Suas palavras ecoaram em minha mente, desafiando meu instinto de precaução.
Enquanto eu lutava contra a ideia de me deixar levar, uma parte de mim queria explorar essa nova dinâmica. Derick era diferente de todos que eu já conhecera. Ele não apenas me atraía fisicamente, mas havia algo em sua presença que despertava minha curiosidade, como se eu estivesse diante de um enigma esperando para ser desvendado.
— Você se sente segura aqui? — ele perguntou, ainda mantendo aquele olhar penetrante que me fazia perder o foco.
Tentei desviar a atenção, mas era impossível. A tensão era real — Sim, eu me sinto bem. — A verdade era que, mesmo com todas as minhas incertezas, estar ao seu lado me fazia sentir viva. — É só... que tudo isso ainda é novo.
Ele sorriu, um sorriso que fazia meu estômago se contorcer de ansiedade e desejo. - Às vezes você só precisa de mais um tempo para se adaptar.
Percebi que não era apenas a adrenalina do perigo que me atraía. Era a conexão que estava se formando entre nós
O som de um vento forte lá fora trouxe à tona a realidade. O risco era real. Mas, como em um de seus contos, eu estava prestes a me perder em uma narrativa que eu mesma não conseguia prever.
— Vamos ver um filme? — sugeriu ele.
Assenti. Agora as coisas estavam mudadas; eu, que falava muito, estava quieta, e Derick era quem conduzia a conversa. Ele se levantou, levando a garrafa de vinho com ele, e eu peguei minha taça, agora quase vazia, e o segui até a sala. O ambiente estava escuro, mas ele ligou um cordão repleto de lâmpadas amarelas que iluminou o espaço com uma luz suave e acolhedora. Em seguida, foi até a lareira e a acendeu.
— Vou pegar um cobertor, vai fazer mais frio à noite
Enquanto ele buscava o cobertor, minha mente vagava. O calor da lareira e a luz amarelada criavam uma atmosfera que fazia cada segundo parecer mais significativo. Quando Derick voltou, estava segurando um cobertor grosso e aconchegante, que ele estendeu entre nós no sofá.
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A verdadeira obsessão. 🥀
Mistério / SuspenseEle está mais perto do que você imagina. "Ali, na parede diante de mim, vi fragmentos da minha vida que nem eu mesma lembrava: momentos de distração, uma foto minha indo ao mercado, até uma foto minha dormindo no sofá de Amber. A proximidade com q...