O Primeiro Grito da Manhã

284 26 8
                                    


O amanhecer se arrastava lentamente no hospital, e os raios suaves do sol começavam a iluminar o quarto, onde Yoko estava deitada, tentando lidar com o que pareciam ser as horas mais longas de sua vida. As contrações vinham e iam, e agora, a dor era uma presença constante, uma onda avassaladora que parecia testar toda sua resistência. Faye estava ao lado, apertando a mão de Yoko e murmurando palavras de incentivo, mas seus próprios nervos estavam à flor da pele.

Yoko respirava fundo, tentando se concentrar, mas entre os sussurros de Faye e o som dos monitores ao redor, um pensamento persistente a atormentava. A sensação de algo misterioso, algo que parecia fugir do seu controle, fazia seu coração bater descompassado. As palavras do médico, as expressões cuidadosas das enfermeiras... havia algo que não estava sendo dito.

"Faye... eu... sinto que tem algo que estão escondendo de nós. Algo sobre as meninas..." Yoko murmurou, seus olhos buscando alguma resposta no rosto de Faye.

Faye apertou sua mão mais forte, passando os dedos pelo cabelo de Yoko, tentando acalmá-la. "Amor, estamos aqui, juntas. Eles teriam nos dito qualquer coisa. Sei que está difícil, mas você é a mulher mais forte que eu conheço. Tudo vai dar certo," disse Faye, a voz suave, mas firme.

No entanto, o medo não deixava Yoko em paz. Sua mente oscilava entre a ansiedade e a esperança, e ela continuava a sentir a sensação incômoda de que algo estava prestes a acontecer.

As horas se arrastaram. Faye estava exausta, mas se recusava a sair do lado de Yoko, mantendo a mão dela firme, seus olhos fixos em cada movimento, em cada suspiro. Até que, de repente, uma contração ainda mais intensa a fez gritar, e Faye quase saltou da cadeira ao lado dela.

"Faye... eu... eu não aguento mais," Yoko murmurou, a voz trêmula, com lágrimas escorrendo pelo rosto. "Elas precisam nascer logo... eu... não sei o que está acontecendo, mas sinto que preciso ver elas."

Nesse momento, a porta se abriu, e o médico entrou, o rosto mais sério do que nunca. Ele se aproximou calmamente, mas seus olhos estavam focados em Yoko, e ele parecia estar buscando as palavras certas para dizer.

"Yoko, Faye... eu sei que esses momentos finais podem ser muito assustadores, mas a boa notícia é que você está prestes a conhecer suas filhas. Acredito que será em breve. Mas preciso que você mantenha a calma e confie em nós," disse o médico, sua voz calma, mas carregada de uma seriedade que não passou despercebida.

Yoko respirou fundo, e olhou para Faye, sentindo que estava prestes a entrar em um momento crucial. Sua intuição gritava, e, mesmo tentando se acalmar, as lágrimas escapavam dos seus olhos, misturadas a um sorriso ansioso.

" Amor ," Faye sussurrou, aproximando-se e segurando seu rosto entre as mãos. ". Seja forte, tá bem?"

Ela acenou com a cabeça, seu coração acelerado. O médico voltou-se para as enfermeiras e começou a preparar o que parecia ser o início do processo final do parto. O quarto, antes tranquilo, agora estava em uma movimentação intensa, com luzes mais fortes e uma equipe em prontidão ao redor delas.

E, de repente, tudo pareceu acontecer em câmera lenta.

"Faye..." Yoko disse, com a voz fraca, e Faye aproximou o rosto, seus olhos cheios de lágrimas de emoção e nervosismo.

"Eu... eu amo você... e nossas coelhinhas," Yoko murmurou, um sorriso suave em seu rosto, mesmo em meio à dor.

Faye apertou a mão dela, uma lágrima solitária escorrendo pelo rosto. "E eu amo vocês, com todo o meu coração."

Então, em um último grito de força, Yoko sentiu a dor intensa alcançar o clímax......



Continuação domingo , o que será que vai acontecer as duas gêmeas estão bem ? será que aconteceu algo ? Qual o motivo de tanta demora ? A autora não sabe o que se passa , vejo vocês aqui no domingo ... Beijosssss

Entre Cores e SilênciosOnde histórias criam vida. Descubra agora