Yoko ainda sentia o coração disparado enquanto caminhava pelo corredor em direção ao quarto de hóspedes, tentando ignorar o peso das imagens do sonho que a atormentavam. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto de Faye pálido, inerte em uma cama de hospital, e o som das máquinas monitorando seus sinais vitais ecoava em sua mente. Tentou respirar fundo ao se deitar, mas sentia um nó na garganta e o coração batendo rápido demais.
Ao cair no sono, o sonho retornou, tão vívido que Yoko acordou sobressaltada, os olhos arregalados e as mãos trêmulas. "Faye!", ela gritou, a voz carregada de desespero.
Em questão de segundos, Faye entrou correndo no quarto, ainda com a roupa de dormir, o rosto tomado de preocupação. Ela nem precisou perguntar nada; ao ver Yoko, seus olhos lacrimejantes e o rosto tenso, Faye apenas se aproximou e a abraçou. Yoko se agarrou a ela, soluçando incontrolavelmente.
"Foi só um sonho, meu amor. Está tudo bem," Faye murmurou enquanto acariciava os cabelos de Yoko, tentando acalmar os soluços que sacudiam o corpo dela.
Yoko encostou a cabeça no ombro de Faye, tentando se acalmar, mas a sensação de perda que o sonho trouxe ainda a dominava. "Faye, eu vi você... eu vi você no hospital. Estava tão machucada, entre a vida e a morte... Eu não suportaria se isso acontecesse de verdade."
Faye sentiu o aperto do medo nas palavras de Yoko e a segurou com mais força. "Eu prometo que estou bem. Foi só um sonho, meu amor, mas entendo como deve ter sido assustador. Vou evitar dirigir nos próximos dias, se isso te deixa mais tranquila."
Yoko assentiu, ainda sem conseguir falar, e Faye a beijou na testa, seus lábios transmitindo conforto e carinho. "Vou buscar um copo de água com açúcar, ok? Ajuda a acalmar."
Quando Faye voltou ao quarto, a cama estava vazia e ela ouviu o som da água caindo do chuveiro. Yoko estava no banheiro, e Faye hesitou por um momento antes de bater três vezes na porta. Sem resposta. Com receio de deixá-la sozinha, abriu a porta lentamente e entrou.
O vapor da água preenchia o ambiente, criando uma neblina suave no banheiro. Entre o vidro embaçado do box e a neblina, Faye conseguiu distinguir Yoko de costas, as curvas de seu corpo delineadas sob a luz suave. Faye sentiu o ar escapar de seus pulmões e, após alguns segundos, murmurou, com a voz trêmula, "Amor, eu estou aqui... Quer sua água com açúcar agora?"
Yoko deu um pulo de surpresa e, ao ver o rosto de Faye, sua pele corou, mas um sorriso brincou em seus lábios. Desligou o chuveiro, secou-se rapidamente e se aproximou de Faye, envolvendo-a em um abraço firme, como se precisasse sentir a presença dela para ter certeza de que estava realmente ali.
"Sinto tanto medo de te perder," Yoko sussurrou, a voz embargada. Faye segurou seu rosto gentilmente, seus olhos refletindo carinho e firmeza. "Estou aqui, Yoko. Não vou a lugar algum, e nada vai me afastar de você."
As palavras pareciam preencher o espaço entre elas, e Yoko, sem pensar muito, aproximou-se, deixando um beijo suave no pescoço de Faye. Sentiu a pele dela se arrepiar ao toque, e isso a fez sorrir, como se finalmente pudesse soltar parte da tensão que a oprimia.
O calor daquele beijo fez Faye perder o fôlego por um segundo, mas ela não recuou. Pelo contrário, envolveu Yoko em um abraço ainda mais apertado. As mãos de Yoko começaram a deslizar devagar pelo corpo de Faye, desabotoando lentamente sua blusa, os dedos tocando a pele em movimentos hesitantes, porém intensos.
Faye olhou nos olhos de Yoko, vendo nela uma mistura de desejo e fragilidade, e sentiu seu próprio coração acelerar. Com um gesto suave, virou Yoko contra a parede e aproximou seu rosto do dela, os lábios se tocando em beijos lentos e profundos, como se quisessem transformar aquele momento em algo eterno.
As mãos de Faye exploravam cada centímetro do corpo de Yoko, desenhando cada curva com um toque cuidadoso, enquanto Yoko, entre suspiros, se entregava àquele momento, esquecendo o medo, a tristeza e o pesadelo.
Faye sentiu a respiração de Yoko se tornar mais acelerada enquanto seus corpos se aproximavam ainda mais. Ela manteve o rosto bem perto, os olhos fixos nos de Yoko, como se cada movimento fosse uma promessa silenciosa. Seus lábios se encontraram novamente, desta vez em um beijo mais intenso, que parecia comunicar tudo o que as palavras não poderiam expressar.
Yoko, ainda encostada contra a parede, deixou escapar um gemido, e Faye deslizou suas mãos pela lateral do corpo dela, sentindo cada curva. A tensão entre elas era quase palpável, e Faye, sempre cuidadosa, sentia-se tomada por uma necessidade de mostrar a Yoko o quanto a desejava, o quanto ela era importante e o quanto estava ali, presente, para ela.
"Eu quero que você completamente " Faye sussurrou, os lábios roçando a orelha de Yoko, enquanto a puxava para mais perto, permitindo que seus corpos se encaixassem em perfeita sintonia.
Yoko passou as mãos pelos ombros de Faye, deslizando-as até suas costas, puxando-a para mais perto ainda, como se precisasse da proximidade para afastar qualquer vestígio de medo. O toque de Faye em sua pele era suave, mas cada carícia parecia incendiar seus sentidos.
Yoko deslizou as mãos pelo abdômen de Faye, sentindo o calor da pele dela sob seus dedos. Com um leve tremor na voz, ela murmurou, " Quando você me toca, sinto que tudo faz sentido."
Faye sorriu e deixou uma marca suave no pescoço de Yoko, descendo devagar, como se quisesse memorizar cada detalhe. Em meio ao calor do momento, ela sussurrou, "E quando eu faço assim " Faye começou a tocar nela com mais rapidez que o normal .
Yoko gemeu alto pedindo para que Faye não parasse.
As duas se perderam naquele instante, o banheiro em silêncio, exceto pelo som de suas respirações entrecortadas e o toque de pele contra pele e os gemidos. Faye continuou explorando o corpo de Yoko com suavidade, cada toque deixando uma trilha de calor, enquanto Yoko a puxava para mais perto, como se cada centímetro de proximidade fosse vital para sua paz.
Quando os lábios de Faye tocaram novamente os de Yoko, o beijo foi profundo e cheio de desejo, uma dança entre desejo e carinho, sem pressa.
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Entre Cores e Silêncios
Hayran KurguFaye, uma artista abstrata de poucas palavras, contrata Yoko, uma jovem tímida e desastrada. Com o tempo, Yoko começa a se comportar de maneira estranha, tornando-se mais introspectiva e distante. Faye, intrigada, percebe que há algo perturbador na...