A proxima noite chegou sem aviso, e o ar na mansão parecia mais denso, como se algo estivesse prestes a mudar. Rio passou o dia evitando Agatha, vagando pelos corredores da mansão e tentando, sem sucesso, encontrar uma saída. Cada porta trancada, cada janela barrada, tudo reforçava a sensação de aprisionamento. No entanto, o que mais incomodava era a forma como Agatha a olhava, como se estivesse esperando algo. Esperando que Rio cedesse.
Mas naquela noite, algo diferente estava prestes a acontecer.
Rio já estava em seu quarto, deitada na cama, quando ouviu o leve rangido da porta. Não precisou olhar para saber quem era.
— Não tenho direito nem a privacidade aqui? — Rio perguntou, a voz carregada de ironia, sem se virar.
— Não quando eu quero algo — Agatha respondeu suavemente, e Rio pôde sentir a presença dela se aproximando.
Ela se sentou na beirada da cama, e Rio sentiu o peso dela no colchão. O corpo de Agatha estava perigosamente perto, mas ainda assim, ela manteve uma distância calculada.
— Não estou com paciência para seus joguinhos esta noite — Rio resmungou, virando-se finalmente para encará-la.
Mas a expressão de Agatha era diferente. Não havia aquele sorriso frio e calculista, nem o tom de superioridade usual. Seu olhar estava mais... suave, como se estivesse ponderando sobre algo importante.
— Quem disse que isso é um jogo? — Agatha respondeu, a voz baixa e levemente rouca.
Antes que Rio pudesse reagir, Agatha se aproximou ainda mais, colocando uma mão fria na lateral de seu rosto. O toque a fez estremecer, mas ela não recuou. A vampira inclinou a cabeça, os olhos fixos nos de Rio, enquanto seus dedos deslizavam lentamente pela pele dela.
—Mesmo sem ler seus pensamentos. Eu posso sentir sua raiva, seu medo... — Agatha murmurou, o rosto cada vez mais próximo. — Mas também posso sentir outra coisa.
Rio abriu a boca para protestar, mas as palavras morreram quando Agatha a beijou. O toque dos lábios da vampira foi suave no início, mas logo se tornou mais intenso, mais desesperado. Rio, no começo, resistiu, as mãos instintivamente empurrando Agatha. Mas havia algo naquele beijo, algo que ela não conseguia entender, que a fazia querer mais.
Aos poucos, sua resistência enfraqueceu, e ela se viu cedendo, envolvendo os braços ao redor da vampira e puxando-a para mais perto. O desejo era inegável, misturado ao medo e à raiva que ainda fervilhavam dentro dela. Era como se Agatha estivesse mexendo com cada parte de seu ser, e Rio não sabia se odiava ou amava isso.
Quando finalmente se separaram, Rio estava ofegante, e o olhar de Agatha havia mudado. Havia uma faísca diferente ali, algo que ela tentava esconder, mas não conseguia.
— O que você quer de mim, Agatha? — Rio perguntou, a voz baixa, mas carregada de intensidade.
— Eu já disse... — Agatha começou, mas hesitou por um momento, como se estivesse reconsiderando suas palavras. — O plano era me alimentar de você. Queria acabar com isso rapidamente.
— E por que não fez? — Rio olhou para ela, os olhos fixos nos dela, desafiando-a a ser honesta.
Agatha desviou o olhar por um momento, algo raro para alguém tão confiante e poderosa como ela. Mas logo voltou a encarar Rio, a expressão agora mais dura.
— Porque você é diferente. — As palavras saíram quase como um sussurro.
— Diferente como? — Rio pressionou, o coração batendo rápido no peito. Era a primeira vez que sentia que poderia ter algum tipo de controle sobre a situação.
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Evil - Agathario
RomancePara quitar as dívidas de sua família, Rio Vidal é entregue à vampira Agatha Harkness. Determinada a não aceitar esse destino, ela tenta fugir, mas logo descobre que escapar de Agatha não será tão simples quanto imaginava.