Capítulo 11 - Brincar

718 107 58
                                    

Rio permaneceu ali, observando Agatha, seus olhos ardendo com uma mistura de desafio e desejo. Em sua mente, um plano se formava, um caminho perigoso que poderia levá-la à liberdade que tanto almejava. Se conseguisse deixar Agatha completamente desnorteada, talvez pudesse finalmente usar a adaga que guardou embaixo da cama - a única arma que tinha. O problema? Para fazer isso, precisaria também lidar com Wanda.

Matar Agatha não seria fácil, e a ideia de ter que eliminar sua filha a incomodava. Mas era uma necessidade. Se Wanda não morresse, com certeza a jovem viria atrás dela, determinada a vingar a mãe. Rio não queria esse tipo de conflito. Ao mesmo tempo, a ideia de provocar Agatha e fazer com que a vampira se entregasse ao desejo a deixava intrigada. Havia algo eletrizante em seduzir sua captora, e a ideia de perder a virgindade com ela era tentadora, mesmo que seu objetivo final fosse acabar com a vida de Agatha.

"Posso usar isso a meu favor", pensou Rio, um sorriso malicioso brotando em seus lábios. "Se eu conseguir que ela se sinta vulnerável, talvez eu consiga a oportunidade que preciso para atacar." Mas a dúvida logo surgiu. Havia algo mais profundo em sua conexão com a vampira, algo que a fazia hesitar. O desejo de acabar com Agatha se chocava com o impulso de se aproximar dela, e isso a deixava confusa.

- Sabe, Agatha - começou Rio, sua voz suave como veludo, enquanto se movia lentamente em direção à vampira. - Às vezes, você parece tão forte, mas é tão fácil de desestabilizar. E se eu quisesse realmente... - ela hesitou, mordendo o lábio inferior antes de continuar - ...fazer você perder o controle?

Agatha arqueou uma sobrancelha, sua expressão revelando um misto de curiosidade e irritação.

- Isso é o que você acha? Que pode me desestabilizar com palavras? Você não conhece o poder que eu tenho.

Rio se aproximou mais, fazendo um movimento insinuante.

- Mas e se eu conseguir? - ela provocou, sua voz um sussurro tentador. - Você se tornaria vulnerável, mesmo que apenas por um momento. E quem sabe, talvez isso me desse a oportunidade que estou esperando.

Agatha cruzou os braços, um olhar desafiador em seu rosto.

- Não se esqueça de que sou a que está no controle aqui, Rio. Você não é mais do que uma distração.

- Então por que está tão interessada em mim? - Rio insistiu, seus olhos brilhando com um ardor que desafiava a própria vampira. - Se sou apenas uma distração, por que se preocupa tanto?

Agatha hesitou, e por um breve instante, Rio viu a fragilidade na postura da vampira, como se ela estivesse lutando contra suas próprias emoções.

- Você não faz ideia de onde está se metendo - Agatha respondeu, mas havia um tremor em sua voz que Rio não pôde ignorar.

"Agora é a minha chance", pensou a jovem, cheia de determinação. "Se conseguir que Agatha se entregue ao desejo, posso fazer dela o que quiser." Ela começou a girar ao redor da vampira, a provocação em seus passos.

- Sabe, talvez você devesse se permitir um pouco de prazer - disse Rio, aproximando-se ainda mais. - O que tem a perder?

Agatha a encarou, seu olhar firme, mas Rio pôde sentir a tensão crescente entre elas.

- O que você quer realmente, Rio? - a vampira perguntou, a voz quase desafiadora, mas com um leve toque de curiosidade.

- Quero saber até onde você está disposta a ir para me manter aqui. Você está disposta a perder tudo por um desejo?

Os olhos de Agatha brilharam com intensidade, e Rio soube que estava se aproximando da borda. O jogo estava apenas começando, e enquanto os instintos de sobrevivência gritavam em sua mente, ela também não podia ignorar a adrenalina de estar tão perto de Agatha, mesmo que a linha entre amor e ódio estivesse se tornando cada vez mais tênue.

Evil - AgatharioOnde histórias criam vida. Descubra agora