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  Harry, Ártemis e Ronald saíram do campo sombrio, discutindo o desempenho suavíssimo da vassoura, sua aceleração e suas curvas precisas. Estavam na metade do caminho quando Harry viu algo que fez seu coração saltar — um par de olhos que luziam na escuridão.

Harry paralisou, o coração martelando as costelas.

— Que foi? — perguntou Rony.

Harry apontou, Ártemis pegou a varinha e murmurou:

— Lumos!

Um raio de luz se projetou pelo gramado, bateu no pé de uma árvore e iluminou seus ramos. Lá, agachado entre as folhas que brotavam, estava Bichento.

— Dá o fora daqui! — bradou Rony curvando-se para apanhar uma pedra
caída no chão, mas antes que pudesse fazer mais alguma coisa, Bichento havia desaparecido com um único movimento.

— Está vendo? — exclamou Rony, furioso, largando a pedra no chão. — Ela continua deixando o gato andar por onde quer, provavelmente comendo uns dois passarinhos como guarnição para acompanhar o Perebas...

Ártemis e Harry trocaram um olhar significativo, ambos cansados da briga entre os dois amigos. Harry ficou aliviado, por um momento tivera certeza de que aqueles olhos pertenciam ao Sinistro. Os três retornaram a caminhada ao castelo.

Um pouco envergonhado pelo momento de pânico, Harry não comentou nada com os dois amigos, nem olhou mais para a esquerda nem para a direita até chegarem ao bem iluminado saguão de entrada. Despedindo-se, Ártemis rumou para sua comunal.

Ao chegar no quarto, Ártemis entrou no banheiro. Quando se olhou no espelho notou que seu cabelo estava rapidamente ficando platinado, ela não conseguiria mais esconder. Pegou sua varinha no bolso e murmurou:

— Fidelius.

Com um único movimento, seus fios castanhos quase loiros estavam de volta e os platinados haviam sumido. Ela suspirou. Não sabia o motivo da troca repentina na cor de seu cabelo, só estava aliviada que encontrara uma solução.

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Ártemis se levantou pelo que parecia ser cedo. Suas colegas nas camas ao lado ainda dormiam. Ela se dirigiu ao banheiro. Ainda sonolenta olhou para seu reflexo no espelho. Seu cabelo estava todo e completamente loiro esbranquiçado.

— Que droga...

Ela levou suas mãos aos fios, parece que o feitiço só servira para antecipar o inevitável. Era assustador. Parecia que estava envelhecendo antecipadamente.

Sem acreditar, ela correu para buscar sua varinha e seu livro de feitiços. Tentaria qualquer coisa para mudar isso.

Após dezenas de tentativas, alguém bateu na porta.

— Ártemis! Saia logo daí. Preciso me arrumar!— gritou Alice. Ártemis suspirou fundo. Não teria como evitar. Girou a maçaneta e puxou a porta. Alice a encarava boquiaberta e confusa. — Por que...?

— Boa pergunta. Eu não sei. Ela começou com pequenas mechas, mas ontem eu usei o feitiço Fidelius para voltar ao normal, o que funcionou. Bem, por algumas horas. Hoje ele amanheceu assim — apontou para sua cabeça.

— Isso tem quanto tempo?

— Alguns dias.

— E por que não me contou?! — Alice disse,  dando um tapa no ombro dela.

— Ei! Eu não achei que tinha necessidade, afinal eu sempre dou conta de tudo.

Alice negou com a cabeça, ainda não acreditando em como a amiga poderia ser orgulhosa.

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