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Ártemis point of view

- Hagrid - murmurou Harry. E, sem pensar, fez menção de dar meia-volta, mas Rony e eu o seguramos.

- Não podemos - disse Rony, que estava branco como uma folha de papel. - Hagrid vai ficar numa situação muito pior se souberem que fomos à casa dele...

A respiração de Hermione estava rasa e desigual.

- Como... Puderam... Fazer... Isso? - engasgou-se a garota. - Como puderam?

Engoli em seco. Abracei os ombros de Hermione; ela pousou sua cabeça em meu peito, ainda soluçando.

- Vamos - falei por fim.

Voltamos ao castelo, andando devagar, para nos mantermos escondidos. A claridade ia desaparecendo depressa agora.

Quando chegamos à área ajardinada, a escuridão desceu, como por encanto, a toda volta.

- Perebas, fica quieto - sibilou Rony, apertando a mão contra o peito. O rato se debatia, enlouquecido. Rony parou de repente, tentando empurrá-lo para o fundo do bolso. - Que é que há com você, seu rato burro? Fica parado aí... AI! Ele me mordeu!

- Rony, fica quieto! - cochichou Hermione com urgência. - Fudge vai nos alcançar em um minuto...

- Ele não quer.. Ficar... Parado...

Perebas estava visivelmente aterrorizado. Contorcia-se com todas as suas forças, tentando se desvencilhar da mão de Rony.

- Que é que há com ele?

Notei algo esquivando-se em nossa direção, o corpo colado no chão, grandes olhos amarelos que brilhavam lugubremente no escuro, Bichento.

Se podia vê-los ou se estava seguindo os guinchos de Perebas, Harry não saberia dizer.

- Bichento! - gemeu Hermione. - Não! Vai embora, Bichento! Vai embora!

Mas o gato se aproximava sempre mais...

- Perebas... NÃO!

Tarde demais, o rato escorregou por entre os dedos apertados de Rony, bateu no chão e fugiu precipitadamente. De um salto, Bichento saiu em seu encalço, e antes que pudéssemos detê-lo, Rony se arremessava pela escuridão.

- Rony - gemeu Hermione.

Nos entreolhamos antes de correr atrás de Rony. Harry, que tinha a capa de invisibilidade em suas mãos, soltou-a quando saímos correndo atrás de Rony.
Ouviram os passos dele à frente e seus gritos para Bichento.

- Fique longe dele... Fique longe... Perebas, volta aqui...

Ouviu-se um baque sonoro.

- Te peguei! Dá o fora, seu gato fedorento...

Quase caímos em cima de Rony. O garoto estava esparramado no chão, mas Perebas já estava em seu bolso.

- Voltem para a capa... - ofeguei, meio sem fôlego. - Dumbledore... O ministro... Eles vão voltar para o castelo já, já...

Mas antes que pudessem se cobrir outra vez, ouvimos o ruído macio de patas gigantescas. Algo estava saltando da escuridão em nossa direção, um enorme cão negro de olhos claros.

Harry tentou pegar a varinha, mas tarde demais, o cão investira dando um enorme salto, e suas patas dianteiras atingiram o garoto no peito; Harry caiu para trás.

Harry tentou se levantar; ouviu o cão rosnar e derrapar se posicionando para um novo ataque. Rony estava de pé. Quando o cão saltou contra os dois, ele empurrou
Harry para o lado; e, em vez de Harry, as mandíbulas do bicho abocanharam o
braço estendido de Rony. Harry se atirou para cima dele, agarrou uma mão cheia
de pêlos do cão, mas o bruto foi arrastando Rony para longe com facilidade.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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