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— Ei, Ártemis — chamou Draco com sua voz arrastada.

Ártemis estava sentada em uma das poltronas na Sala Comunal. Estava lendo quando Malfoy apareceu em sua frente. Ela desviou seu olhar do livro e o encarou.

— Vamos à Hogsmead? — perguntou o garoto.

— Por que eu iria com você?

— Qual é, vamos esquecer nossas desavenças por um dia.

Ela olhou para ele desconfiada.

— O que está planejando, Malfoy? Se eu descobrir...

— Não estou planejando nada. Confie em mim.

— Meio difícil... — murmurou ela. — Tudo bem, mas não pense que somos amigos.

Crabbe e Goyle andavam ao lado esquerdo de Draco enquanto Ártemis estava do lado direito. Já haviam passado em diversas lojas, gastaram quase todo o ouro que tinham nos bolsos. Para Ártemis, até que não estava sendo tão ruim, tirando a parte das ofensas que o trio direcionava aos outros colegas, principalmente os grifanos.

Eles subiram a ladeira para visitar a Casa dos Gritos. Draco falava sobre o ataque que sofreu de Bicuço, o hipogrifo.

—... Devo receber uma coruja do meu pai a qualquer hora. Ele teve que ir à audiência para depor sobre o meu braço... Que ficou inutilizado durante três meses...

Crabbe e Goyle riram. Ártemis se segurou para não dar um soco em Draco ali mesmo.

— Eu bem que gostaria de ouvir aquele paspalhão grisalho se defender... "Ele não tem uma natureza má", honestamente aquele hipogrifo pode se considerar morto...

Malfoy de repente avistou Rony. Seu rosto pálido se abriu num sorriso maldoso.

— Que é que você anda fazendo,Weasley?

Malfoy ergueu os olhos para a casa em ruínas, às costas de Rony.

— Acho que você gostaria de morar aqui, não, Weasiey? Sonhando com um quarto só para você? Ouvi falar que a sua família toda dorme em um quarto só, é verdade?

Harry, que estava debaixo da capa de invisibilidade, segurou as vestes de Rony pelas costas para impedi-lo de pular em cima de Malfoy.

— Pare com isso, Draco — disse Ártemis segurando o ombro de Malfoy, que se soltou do aperto bruscamente.

Harry caminhou silenciosamente até as costas de Malfoy, Ártemis, Crabbe e Goyle, se abaixou e apanhou no caminho uma mão bem cheia de lama.

— Estávamos mesmo discutindo sobre seu amigo Hagrid — disse Malfoy a Rony. — Tentando imaginar o que ele está dizendo à Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas. Você acha que ele vai chorar quando cortarem...

A cabeça de Malfoy foi empurrada para frente quando a lama o atingiu, e,
de repente, de seus cabelos louro-prateados começaram a escorrer lama.

— Quem...?

Rony teve que se segurar na cerca para não cair de tanto rir.

Malfoy, Crabbe e Goyle se viraram no mesmo lugar, olhando para todos os lados, agitados, enquanto Malfoy tentava limpar os cabelos. Ártemis ficou imóvel, apenas observando.

— Que foi isso? Quem fez isso?

— É muito mal-assombrado isso aqui, não é, não? - falou Rony, com ar de quem está comentando o tempo.

Crabbe e Goyle ficaram assustados. Seus músculos avantajados eram inúteis contra fantasmas. Malfoy examinava, furioso, a paisagem deserta.

Harry se esgueirou pelo caminho até uma poça particularmente cheia de lama esverdeada e malcheirosa.

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