𝟏𝟖

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❝Medo de me perder?❞

❝Medo de me perder?❞

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CHERYL BLOSSOM

                            Estávamos na academia, eu e Thalia, e o assunto acabou indo naturalmente para a família. Fazia um tempo desde a última vez que eu via Thalia tão aberta para conversar, e a conversa fluiu enquanto fazíamos os exercícios.

A certa altura, comentei sobre o que ainda estava me incomodando: a briga recente que tive com a mãe dela. Eu tentava entender o que realmente tinha acontecido, mas a lembrança ainda me causava desconforto.

— Thalia, me diz... sua mãe sempre foi tão rígida assim? – perguntei, com um suspiro, tentando manter a expressão leve, mas ainda sentindo o peso da discussão. – Ela me deu uma bronca como se eu tivesse feito a pior coisa do mundo.

Thalia soltou um leve sorriso, mas seu olhar era compreensivo.

— Olha, Cheryl, pra ser sincera, não. Minha mãe nunca foi de fazer esse tipo de showzinho, não. Foi uma surpresa até pra mim. – Ela faz uma pausa. – Mas a minha mãe é assim, muito protetora. E, quando se trata da Toni, ela pode ser bem intensa. Ela deve estar tentando te "testar", sabe? Ver até onde você é capaz de ir por ela.

— Ela quer me deixar louca, isso sim. – Dei risada.

— Não deixe a dona Margot fazer a sua cabeça, Cheryl! A minha mãe já viveu a vida dela, já namorou quem ela quis. Agora tá na hora dela deixar a filha dela fazer isso também.

— Sabe, eu entendo o instinto de proteção, mas ela me disse coisas que... bom, doeram de verdade. E tudo porque ela acha que eu não sou boa o bastante pra Toni.

Thalia parou por um momento, refletindo, e depois respondeu com sinceridade.

— Minha mãe teve uma vida difícil. Ela sempre cuidou de nós sozinha, então aprendeu a ser meio "casca grossa", a ver o mundo como um lugar cheio de ameaças. A Toni, pra ela, é como o maior tesouro dela... e qualquer pessoa que se aproxima precisa provar que vale a pena.

— Ela precisa entender que a Toni não é mais uma criancinha, Toni sabe muito bem o que está fazendo.

— Pra mamãe, a Toni sempre vai ser a criancinha dela, não tem jeito.

— Mas, se eu namorasse a Toni, ela teria que entender rapidinho. Toni seria mais minha do que dela! Com todo respeito, mas é isso que eu penso.

— Então pensa em namorar a minha irmã? Seria muito bom te ter como cunhada.

— Foi só uma hipótese, calma. – Dei risada. – Mas só por birra eu namoraria a Toni pra irritar sua mãe.

— Aham, sei.

— Mas obrigada por me escutar. Eu sentia que precisava desabafar com alguém, sem ser a Toni. – Sorri.

— Por nada. Agora, vamos embora. Toni deve estar lá dormindo ainda, coitada. – Ela sorriu de volta, empurrando meu ombro de leve, num gesto amigável.

𝘛𝘏𝘌 𝘎𝘈𝘔𝘌 𝘖𝘍 𝘓𝘖𝘝𝘌 || 𝙲𝚑𝚘𝚗𝚒Onde histórias criam vida. Descubra agora