E se você se apaixonasse por sua "maior" rival?
Cheryl e Toni não se gostam, isso não é novidade para ninguém.Todo esse ódio muda quando Cheryl decide passar uns dias em São Paulo, obviamente elas não se deram bem de cara,mas depois elas vão percebe...
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CHERYL BLOSSOM
Foram dias sombrios. Dias em que o tempo parecia arrastar-se de forma cruel, como se o universo tivesse decidido testar meus limites. Toni continuava presa, e, embora eu confiasse nos advogados para resolverem aquilo, a ausência dela era um buraco constante no meu peito. Ela sempre foi minha âncora, minha força, e agora eu estava sozinha, lutando para não afundar.
Voltar à rotina não era apenas difícil; era uma batalha diária. Colocar os pés fora de casa, encarar o mundo e fingir que tudo estava bem era exaustivo. No entanto, eu sabia que precisava continuar. Não era apenas por mim, mas por ela. Toni não gostaria que eu desistisse ou me entregasse ao caos, então, mesmo com o coração pesado, eu seguia em frente.
Enquanto isso, a internet havia se tornado um campo de batalha. Safira era tratada como uma vítima, cercada de apoio e mensagens de carinho. Fotos dela circulavam nas redes sociais acompanhadas de hashtags e declarações emocionadas. As pessoas escolhiam acreditar na versão dela da história, pintando-a como uma heroína injustiçada.
Para mim, a realidade era bem diferente. As mensagens que eu recebia eram recheadas de ódio e julgamento. Meu rosto, minha voz, tudo em mim parecia ser motivo de críticas. Eu era chamada de mentirosa, oportunista, entre outras coisas que não consigo repetir nem para mim mesma. Era como se o mundo inteiro tivesse decidido virar as costas para mim.
Os dias sem Toni eram insuportáveis. Cada momento parecia mais vazio, mais difícil de suportar. A casa parecia maior, mais silenciosa, cheia de espaços que antes eram preenchidos pela presença dela. À noite, os pensamentos me consumiam. Eu me revirava na cama, sentindo o peso de cada decisão que havia tomado, de cada acontecimento que nos levou até ali.
Mesmo assim, eu me obrigava a continuar. Cada passo parecia um esforço colossal, mas havia uma determinação silenciosa em mim. Eu sabia que esses dias sombrios não durariam para sempre, mesmo que no momento parecessem intermináveis. Era uma luta constante, uma tentativa de sobreviver ao caos enquanto o mundo parecia desmoronar ao meu redor.
Depois de um show intenso, entre gritos de fãs e luzes que quase me cegavam, eu finalmente estava no camarim, tirando o figurino. O peso dos acessórios que usei me lembrava que a noite tinha sido um sucesso, mas, ao mesmo tempo, tudo parecia vazio. Toni. Não conseguia tirá-la da minha cabeça. Eu sentia falta da voz dela, do jeito como ela me abraçava depois de um dia difícil.
Betty estava ali, sentada no sofá, me observando em silêncio. Ela sempre sabia quando eu não estava bem, mesmo que eu tentasse esconder.
— Você foi ótima, Cher.
Forcei um sorriso enquanto tirava o salto alto que estava acabando com os meus pés.
— Obrigada, Betty. Mas sabe quando nada parece suficiente?
