𝟐𝟕

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Pelo jeito, você faz isso com todas, não é?❞

❝Pelo jeito, você faz isso com todas, não é?❞

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CHEYL BLOSSOM

                               As férias estavam quase acabando, o que era uma pena, pois significava que eu teria que ficar longe da minha namorada. Depois de tudo que aconteceu, principalmente na festa, eu precisava de ar puro, silêncio.

Falando em festa, ainda naquela noite, tudo aconteceu rápido demais depois que Safira caiu no chão. Assim que seu corpo desabou, o barulho chamou atenção, e, em questão de segundos, o quarto estava lotado. Pessoas da festa entraram uma após a outra, formando um círculo ao redor dela, enquanto eu tentava manter a calma.

Lembro de estar com o celular tremendo na mão, discando o número da ambulância. A voz da atendente parecia distante enquanto eu explicava a situação, minha mente presa entre a cena do corpo imóvel de Safira e a figura de Toni, que estava encostada na parede do quarto. Ela parecia em choque, perdida em seus próprios pensamentos, incapaz de reagir.

A ambulância não demorou muito, mas foi um tempo que pareceu eterno. Betty foi quem acabou indo com Safira até o hospital, insistindo que Toni ficasse. Foi melhor assim. Toni não estava em condições de sair dali, e minha prioridade naquele momento era ela.

Eu ajudei Toni a se recompor. Ela tremia, as mãos ainda sujas de sangue e os olhos vidrados. A culpa estampada em seu rosto me apertava o peito. Enquanto o quarto esvaziava e a festa se dissipava em murmúrios, eu só conseguia pensar em como ajudá-la a passar por isso.

Horas depois, recebemos a notícia: Safira estava em coma. Não sei se foi alívio ou desespero o que senti ao ouvir aquelas palavras. Alívio porque ela ainda estava viva. Desespero porque, de alguma forma, tudo parecia ainda mais sério agora. Toni ficou em silêncio ao receber a informação, o olhar perdido, como se estivesse tentando processar o peso do que havia acontecido.

Eu sabia que aquela noite marcaria nossas vidas para sempre. Sabia que as coisas jamais seriam as mesmas.

Depois de tudo aquilo, com o medo de Toni ainda presente, decidi que seria a oportunidade perfeita para voltar à fazenda onde passei boa parte da minha infância. Seria bom para ela conhecer um pouco mais de mim e, talvez, esquecer um pouco aquela noite de horrores.

Achei que seria bom para nós duas respirarmos longe da cidade e dos problemas recentes. Além disso, queria apresentá-la ao lugar que moldou tantas das minhas memórias e, claro, à minha família. Meus pais, minha irmã Antonella e até minha avó se animaram com a ideia.

A fazenda era um refúgio. Um pedaço de terra que parecia isolado do mundo, com seus campos verdes, o lago reluzente ao sol e aquela casa grande e simples que parecia ter mais histórias do que anos. Era o tipo de lugar que fazia você sentir que o tempo passava mais devagar, e era exatamente disso que eu precisava.

𝘛𝘏𝘌 𝘎𝘈𝘔𝘌 𝘖𝘍 𝘓𝘖𝘝𝘌 || 𝙲𝚑𝚘𝚗𝚒Onde histórias criam vida. Descubra agora