Fogo cruzado

Promessa

Sentado no sofá, com Felix tão próximo, Hyunjin percebeu que sua saudade era muito mais profunda do que ele imaginava. A presença de Felix o preenchia de uma forma que ia além das palavras, como se toda a ausência e dor dos últimos meses se dissipassem naquele instante.

Sentindo o calor do corpo de Felix contra o seu, Hyunjin deixou que seu braço o envolvesse mais firmemente, puxando-o para ainda mais perto. Felix respondeu ao abraço, afundando o rosto no pescoço de Hyunjin. A respiração dele era quente e calma, e isso causou um leve arrepio em Hyunjin, que fechou os olhos, absorvendo cada sensação.

— Pensei tanto nesse momento — sussurrou Hyunjin, com a voz embargada, as palavras quase engasgando na garganta.

Felix levantou o rosto, encarando Hyunjin de perto. Seus olhos estavam brilhantes, com uma ternura que fez o coração de Hyunjin acelerar.

— Eu também... — respondeu Felix, a voz suave e sincera. — Mas agora você está aqui. E é isso que importa.

Hyunjin deslizou a mão pela nuca de Felix, os dedos acariciando os fios macios dos cabelos longos, e puxou-o levemente para outro beijo. Dessa vez, o toque foi mais profundo, mais intenso, uma fusão silenciosa de tudo o que haviam guardado dentro de si.

Quando o beijo se desfez, eles permaneceram próximos, testas encostadas, respirando juntos, sentindo o calor do outro. Hyunjin quebrou o silêncio:

— Você... foi a única coisa que me manteve em pé, sabia? A única coisa pela qual eu queria continuar.

Felix sorriu, os olhos cheios de carinho, mas também com um toque de tristeza.

— Fico feliz por ter sido essa força pra você. Mas... quero que, um dia, você seja essa força para si mesmo também. Que não dependa de ninguém para se levantar.

Hyunjin assentiu, segurando a mão de Felix e entrelaçando seus dedos.

— Vou trabalhar nisso. Prometo. Mas agora... posso te abraçar só mais um pouco?

Felix riu suavemente e se aconchegou de volta nos braços de Hyunjin, repousando a cabeça em seu ombro.

Felix fechou os olhos, sentindo-se afundar nos braços de Hyunjin como se aquele fosse o lugar ao qual sempre pertenceu. A cada segundo que passava, ele queria se fundir mais e mais a Hyunjin, como se pudesse se tornar uma parte inseparável dele. Sentir o calor daquele corpo ao seu redor, o cheiro familiar e suave que vinha de Hyunjin, trazia uma paz que ele nem sabia que precisava.

Com as mãos pequenas, Felix enroscou os dedos nos cabelos de Hyunjin, que haviam crescido durante aqueles meses de recuperação. Os fios longos e macios deslizavam entre seus dedos, quase tão compridos quanto os seus próprios. Hyunjin suspirou, fechando os olhos ao toque delicado de Felix e encostando a cabeça no sofá, como se quisesse prolongar aquele momento para sempre.

— Você não tem ideia do quanto isso me faz bem — murmurou Hyunjin, sua voz baixa e suave. — É como se... como se você fosse o único lugar seguro pra mim agora.

Felix sorriu levemente, seu olhar fixo no rosto de Hyunjin, que parecia mais relaxado e vulnerável do que nunca. Ele ajeitou-se no colo dele, envolvendo o pescoço de Hyunjin com os braços, os corpos próximos, quase fundidos.

— Então é aqui que eu vou ficar, até você não precisar mais de um lugar seguro. — Felix falou baixinho, mas com uma firmeza que transmitia todo o seu apoio. — E mesmo assim... eu ainda vou estar aqui.

Hyunjin olhou para ele, com um brilho nos olhos que parecia ser de gratidão e afeto profundo.

— Eu sinto que nada que eu fale agora possa ser o suficiente pra te agradecer.