A espera

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Hyunjin saiu do palco em êxtase, o coração ainda batendo forte ao som dos gritos do público. Cada fibra do seu corpo estava energizada pela performance, mas o pensamento que o dominava agora era um só: Felix. Ele não via a hora de se comunicar com o namorado, de contar sobre a energia do show, de ouvir como tinha sido a apresentação de Felix naquela noite.

Entrando no camarim, ele pegou o celular, ainda pingando de suor, e rapidamente digitou uma mensagem:

"Acabei de sair do palco. Te amo. Como foi o show? Quero te ver logo."

Ele apertou "enviar", mas, estranhamente, a mensagem ficou parada, sem o visto de entrega.

Hyunjin franziu o cenho, olhando a tela. Talvez ele esteja ocupado, pensou, tentando se tranquilizar, mas a inquietação o atingiu como um pressentimento.

Então, a porta do camarim se abriu abruptamente. Jay entrou com passos firmes, seguido por alguns membros da produção, todos com expressões sérias e fechadas. Jay olhou para Hyunjin com uma intensidade que fez seu coração disparar de uma maneira completamente diferente.

— Jay? — Hyunjin perguntou, sentindo o sangue congelar nas veias ao ver a expressão do empresário. — O que aconteceu?

Jay hesitou por um segundo, como se buscasse as palavras certas. Ele respirou fundo, o rosto sombrio e cheio de preocupação.

— Hyunjin... eu preciso que você fique calmo, mas algo aconteceu no show do Felix.

Hyunjin sentiu o chão desaparecer sob seus pés. O nome de Felix, dito com tanta seriedade, o fez gelar por completo.

— O quê? — ele conseguiu dizer, a voz trêmula. — O que aconteceu? Ele tá bem? Ele se machucou?

Jay olhou para ele com pesar, e isso foi o suficiente para fazer Hyunjin sentir as lágrimas já brotando em seus olhos.

— Hyunjin... ele foi... ele foi atingido. Alguém disparou uma arma no show dele. A equipe médica já está com ele agora, mas a situação é grave.

Hyunjin arregalou os olhos, o ar preso nos pulmões. Ele mal conseguia processar as palavras, como se a realidade estivesse desmoronando ao seu redor.

— Não... não pode ser... — Ele deu um passo para trás, a mão sobre a boca, os olhos arregalados em puro desespero. — Onde ele tá? Eu... eu preciso ver ele. Agora.

Jay se aproximou e pousou uma mão no ombro de Hyunjin, tentando passar um pouco de conforto.

— Estamos organizando tudo. Vou te levar até ele, mas precisamos ir com calma, ok? Só... respira.

Hyunjin balançava a cabeça, as lágrimas já caindo pelo rosto, o corpo tremendo.

— Calma? Como eu posso ter calma, Jay? É o Felix! — ele gritou, a voz embargada pela dor. — Ele... ele precisa de mim agora. Ele precisa de mim!

— Eu sei, eu sei, garoto — Jay murmurou, puxando Hyunjin para um rápido abraço, que ele aceitou em completo desespero. — Vamos, vou cuidar para que você chegue lá o mais rápido possível.

A produção tentou acompanhá-los enquanto saíam do camarim, mas Hyunjin não ouvia nada além da própria respiração descompassada e do bater enlouquecido do coração. Ele mal conseguia enxergar entre as lágrimas. Em sua mente, a única imagem que importava era a de Felix, e tudo o que ele queria era chegar até ele antes que fosse tarde demais.

...

O caminho até o hospital foi um tormento. Hyunjin estava desmoronando, e por mais que tentasse se controlar, as lágrimas continuavam caindo sem cessar, silenciosas, mas acompanhadas por uma respiração trêmula e descontrolada. Cada minuto que passava parecia uma eternidade, e a sensação de impotência era sufocante.

Fogo cruzadoOnde histórias criam vida. Descubra agora