Presente grego

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Boa noite, para falar a verdade eu sempre quis uma fanfic de Hannibal Lecter e Will Graham com aquisição acidental de bebês, mas eu nunca achava algo assim então eu criei uma! Sou uma boa escritora? Nem tanto, mas eu tentei juro! Espero que todos que lerem gostem um pouco do que eu criei.

Capítulo 1: Presente Grego

Will Graham nunca foi exatamente amigo do destino e suas complexidades. Ele sempre evitou acreditar em forças sobrenaturais ou celestiais, preferindo a racionalidade e as explicações lógicas. No entanto, ao encarar a assistente social sentada à sua frente, ele começava a se questionar seriamente se não havia, em algum lugar, um ser superior cuja única diversão fosse testar sua paciência. Porque, francamente, parecia que irritá-lo era o passatempo favorito de alguma entidade divina com muito tempo livre nas mãos.

A vida de Will sempre pareceu uma longa sequência de fatalidades, interrompida apenas por breves momentos de estabilidade, quase agradáveis, como pausas no meio de uma tempestade interminável. Agora, depois do caso do "Picanço de Minnesota", ele se encontrava em um desses estranhos intervalos de calma. Suas conversas com Hannibal continuavam, Jack estava afundado em papelada, incapaz de gritar com ele, e Alana estava ocupada cuidando de Abigail, mantendo-se a uma distância segura, o que o poupava de perturbações. À primeira vista, isso poderia parecer uma benção; um raro e bem-vindo respiro. Mas Will não era ingênuo a ponto de acreditar que a paz duraria. Ele sabia, quase como um instinto, que algo estava prestes a desmoronar. Sempre estava.

Ele tentava não incluir nos cálculos os pesadelos recorrentes e o medo que o acompanhava como uma sombra. Afinal, esses eram velhos conhecidos, companheiros silenciosos que ele já havia aceitado como parte de sua vida. Não, o que realmente marcava uma diferença desta vez era a notícia que o abalou: sua mãe, que desaparecera quando ele ainda era apenas um bebê, havia sofrido um acidente. E, com isso, deixara para ele uma herança de problemas. Will se via dividido entre a frieza que sempre associou a ela e a curiosidade incômoda de quem havia sido essa mulher que o abandonou, e, ainda mais difícil de aceitar, se deveria sentir algo agora que o destino, sempre cruel, a trouxe de volta para sua vida de forma tão abrupta.

Era claro que, sob a superfície, a sensação de que essa calmaria era apenas o prelúdio de mais caos começava a corroer qualquer ideia de descanso que ele pudesse ter. Como sempre, as tragédias e os lapsos de normalidade vinham juntos, indistinguíveis, misturando-se em algo que ele nunca sabia como processar.

Tudo começou naquela tarde, logo após uma aula que Will ministrou sobre o caso do "Picanço". Seus alunos estavam visivelmente empolgados, especialmente ao saberem que foi ele quem capturou o Serial Killer. Ao final da aula, uma assistente o chamou discretamente, informando que havia uma visita esperando por ele em seu escritório.

Ao chegar à sala, Will encontrou uma mulher de meia-idade sentada à sua frente. Seus cabelos, tingidos de loiro, revelavam raízes escuras que começavam a despontar, uma pequena negligência que falava muito mais do que simples desleixo. Ela vestia roupas formais, típicas de uma funcionária de escritório, mas parecia desconfortável naquele ambiente impessoal e quase opressor da sede do FBI. Will não precisou se esforçar para entender sua história — sua habilidade de empatia quase a despia de qualquer segredo.

Ele notou imediatamente a ausência do anel em seu dedo, onde agora apenas restava uma sombra pálida, uma marca deixada pelo tempo e pelo casamento terminado. Ela era, com toda a certeza, recém-divorciada. O excesso de maquiagem era outro indício, uma tentativa sutil, mas evidente, de chamar a atenção, talvez buscando reafirmar sua própria autoestima ou simplesmente atrair olhares que confirmassem que ainda era desejável. Porém, sua postura a traía: os ombros ligeiramente curvados denunciavam cansaço, não apenas físico, mas emocional. Ela estava exausta, não só da rotina de escritório, mas da própria vida.

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