Epílogo

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Capítulo 24: Epílogo

A Itália se tornou o lar que Will sempre sonhara, superando até mesmo suas expectativas mais otimistas. A culinária rica e vibrante, os locais repletos de história e, acima de tudo, o fato de estar com Hannibal e Eloise tornava tudo ainda mais especial. Ali, nos braços da vida que construíram, Will sentia como se finalmente tivesse encontrado seu lugar no mundo.

Os anos passaram como se fossem um sonho, tão rápidos quanto mágicos, e, olhando para trás, era difícil definir o quão extraordinários esses momentos tinham sido. Após o casamento — uma celebração de amor como nenhuma outra — e uma lua de mel que os levou a percorrer inúmeros países e viver experiências únicas, Hannibal trouxe Will e Eloise para a sua vila na Itália. O lugar era um verdadeiro refúgio, deslumbrante em sua beleza e tranquilidade, uma mistura perfeita de história, luxo e natureza.

Aprender italiano foi uma experiência enriquecedora para Will, ainda que desafiadora. Eloise, sendo uma criança, aprendeu o idioma com facilidade, rindo e correndo por entre as vinhas e colinas como se sempre tivesse pertencido àquele lugar. Hannibal, com sua facilidade linguística, dominava o italiano com uma elegância natural, mas Will se esforçou e, com o tempo, passou a falar com a mesma confiança que demonstrava em suas outras paixões. O som das palavras italianas fluindo de sua boca agora lhe parecia quase tão familiar quanto os cenários que o cercavam.

Hannibal, por sua vez, floresceu de forma extraordinária de volta à Europa. Naquele ambiente culturalmente sofisticado, ele parecia em casa. O brilho em seus olhos denunciava o orgulho que sentia pela vida que havia construído. Ele se gabava — de forma sutil, é claro — do marido gentil e brilhante que tinha ao seu lado e da bela filha, Eloise, que crescia a cada dia mais forte e encantadora. A família que formaram parecia intocável, uma imagem perfeita de harmonia e felicidade.

E, de fato, eram uma família perfeita aos olhos de todos. Cada gesto de carinho entre Hannibal e Will, cada risada de Eloise ecoando pela casa e pelos jardins... Tudo indicava que haviam alcançado algo raro: uma felicidade profunda, construída com amor e respeito mútuo. Viviam agora em um capítulo tranquilo e gratificante de suas vidas, e qualquer um que olhasse para eles veria uma união imbatível, tão sólida quanto as paredes da vila que agora chamavam de lar.

— Pai, pai, pai! — Eloise de oito anos entrou correndo na sala, sua voz ecoando pelo ambiente com uma energia que sempre fazia o coração de Will se aquecer.

— Alguém está muito animada hoje, olá, meu amor. O que fez na escola? — Will perguntou, sorrindo enquanto se abaixava para ficar na altura da filha, seu tom gentil e acolhedor.

Eloise parou por um segundo, ainda ofegante de tanto correr, mas seu entusiasmo não cedia.

— Estudamos sobre animais domésticos e selvagens, sabe? Aquilo sobre... como humanos escolhem as características dos animais, e não a natureza? — Ela franziu o rosto por um instante, pensando com cuidado antes de soltar. — Ah! Seleção artificial!

— Isso mesmo, meu bem, seleção artificial! É impressionante, não é? — Will respondeu rindo, contagiado pela empolgação da filha.

— A professora pediu para fazermos uma lista de animais com os quais temos contato, e eu disse que temos mais de doze cães! Ela achou incrível! Então eu vou tirar fotos deles e falar sobre cada um. — Eloise explicou, sua voz subindo uma oitava de tanto entusiasmo. Antes mesmo de Will responder, ela já estava correndo para o jardim onde os cachorros resgatados da família ficavam.

Will a observou enquanto corria pelo gramado, cercada pelos cães, e riu consigo mesmo, balançando a cabeça em admiração. Era difícil acreditar que aquela criança vibrante e cheia de vida era o mesmo bebê que ele segurara em seus braços, anos atrás, duvidando de sua própria capacidade de ser pai. Eloise não só prosperara, como se tornara uma menina incrivelmente inteligente e curiosa. Ela herdara a paixão de Will pelos cães e o amor de Hannibal pela arte e pela culinária. Entre suas horas desenhando, ajudando Hannibal na cozinha ou mergulhando nos livros, ela era, sem dúvida, a pequena joia perfeita da família.

A taste for familyOnde histórias criam vida. Descubra agora