Capítulo 7

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Despertar e Revelações.

A manhã estava calma, mas para Jack, o peso da noite anterior ainda pairava como uma sombra. Ele não conseguia deixar de pensar em Ava e no que ela havia passado. A cada passo que dava pelo hospital, sua mente se enchia de uma mistura de raiva e preocupação. Sua esposa estava ali, mas ele não conseguia afastar a sensação de que tudo o que eles haviam feito estava prestes a desmoronar, como um castelo de cartas prestes a cair.

Ele estava sentado ao lado da cama de Ava, seus dedos entrelaçados com os dela. Seus olhos estavam fechados, e Jack observava atentamente o rosto dela, seus pensamentos distantes. Seus amigos estavam no corredor, aguardando ansiosamente, mas Jack não conseguia se afastar nem por um segundo.

A porta se abriu suavemente, e a médica entrou, um sorriso profissional nos lábios, mas seus olhos eram gentis, cheios de compaixão.

— Senhor Legrand, como ela está? — perguntou a médica, aproximando-se da cama.

Jack levantou o olhar, e sua expressão endureceu, mas havia uma leve suavidade em sua voz quando ele falou.

— Ela está melhor, mas... ainda estou preocupado. O que aconteceu com ela? — Sua voz demonstrava uma tensão que ele não podia esconder. A gravidade da situação ainda não o havia abandonado.

A médica olhou para Ava por um momento e depois para Jack, uma calma reconfortante se espalhando em seu olhar.

— Ela está se recuperando bem. A pressão na cabeça foi intensa, mas os exames não indicaram danos graves. A boa notícia é que a gravidez dela não foi afetada. O bebê está bem, e Ava vai ficar bem, apenas precisa de repouso. — Ela colocou uma mão reconfortante sobre o ombro de Jack. — Ela deve acordar em breve, mas se você quiser, pode entrar. Vou dar um momento para vocês ficarem sozinhos.

Jack assentiu, agradecendo com um olhar, e a médica saiu, deixando-o a sós com Ava. Ele sentou-se novamente ao lado dela, suas mãos novamente envolvendo as dela com delicadeza. A respiração dela estava mais calma agora, e Jack sentia uma paz temporária se instalar no peito dele.

Poucos minutos depois, Ava começou a se mover. Seus olhos lentamente se abriram, e ela piscou algumas vezes, como se tentando ajustar sua visão à luz suave do ambiente. Quando os olhos dela finalmente focaram, ela olhou diretamente para Jack, e o alívio passou pelo rosto dele.

— Jack... — Ela murmurou, sua voz suave e um pouco rouca.

O coração de Jack acelerou ao ouvi-la chamar seu nome, e ele inclinou-se para frente, tocando suavemente seu rosto. Seus olhos estavam preocupados, mas havia também um alívio profundo. Ela estava ali, com ele, viva e segura.

— Estou aqui, Ava. Como você está se sentindo? — Ele perguntou, sua voz baixa, cheia de preocupação.

Ava sorriu, tentando se recompor enquanto ainda parecia confusa. Ela acariciou sua barriga, a gravidade da situação voltando a ela à medida que a memória do ataque se reavivava.

— Eu... Eu acho que estou bem. Só... confusa. O que aconteceu? — Seus olhos se arregalaram um pouco, tentando recordar os eventos.

Jack hesitou por um momento, mas sabia que ela precisava saber a verdade, mesmo que fosse doloroso.

— Você foi atacada por alguém, Ava. Um homem. — Ele parou por um momento, seu olhar pesado, antes de continuar. — O que você lembra dele? O que aconteceu lá fora?

Ava fechou os olhos, tentando juntar as peças do quebra-cabeça que parecia ter ficado fragmentado em sua mente. Ela pensou por um momento, e quando abriu os olhos novamente, o medo estava lá. Um medo profundo e irracional, algo que ela não queria sentir, mas que agora se infiltrava em seus pensamentos.

— Ele... ele estava vestindo um casaco escuro, com um capô. Eu não consegui ver muito do rosto dele, mas... os olhos, Jack... os olhos eram como fogo. Ele... ele me olhava de uma forma que eu não consegui entender. Ele estava tão... frio. Eu só me lembro de ouvir a voz dele, dizendo coisas que eu não consegui compreender direito, algo sobre nos encontrar, sobre o que fizemos. Ele parecia saber tudo. Eu... não consegui reagir a tempo.

Jack apertou a mão dela, seu coração apertando no peito. Ele sabia que Ava não estava mentindo. Ela estava dizendo a verdade, e isso só tornava tudo mais perigoso. Aquele homem não estava apenas atrás deles, ele estava bem mais próximo do que eles imaginavam.

— Ele nos conhece, Ava. Ele sabe quem somos, o que fizemos. E o pior... ele quer que paguemos. — Jack disse, a raiva em sua voz agora tomando forma. — Não vamos deixar que ele nos destrua. Eu prometo a você, ninguém vai nos separar.

Ava olhou para ele com um olhar firme, mas seus olhos estavam cansados. Ela ainda estava fragilizada pela dor e pelos eventos, mas sabia o quanto Jack era protetor e determinado. Ela confiava nele.

— Eu confio em você, Jack. Sei que você vai nos proteger. Não vamos deixar que isso nos vença.

Enquanto eles permaneciam ali, no silêncio acolhedor da sala de hospital, algo pesado pairava sobre eles. As ameaças ainda não tinham terminado, e o passado parecia estar cada vez mais próximo. Mas, por um momento, Jack e Ava estavam juntos, unidos, e isso era o que mais importava.

As palavras de Ava eram a única coisa que ele precisava ouvir naquele momento: "Não vamos deixar que isso nos vença".


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