Sedução e Segredos Macabros!

Capítulo 10

 Ponto de Vista de Jack - A Paternidade.

Jack Legrand se recostou na cadeira de couro da biblioteca da mansão, seus olhos observando a paisagem cinzenta através da janela. A chuva batia suavemente contra o vidro, criando um som calmante, mas sua mente estava longe de qualquer sensação de tranquilidade. Ele não conseguia parar de pensar nas últimas semanas, em como a vida dele e de Ava havia mudado, em como tudo parecia tão... diferente.

A paternidade. Algo que Jack nunca imaginou que seria parte de sua vida, mas que, de alguma forma, agora estava ali, prestes a tomar forma em sua realidade. Ele sempre foi o tipo de homem que controlava tudo ao seu redor, que não deixava nada ao acaso. Sempre um passo à frente, sempre manipulando as situações para obter o que queria. Mas a ideia de ser pai... de criar uma vida, de cuidar de alguém além de si mesmo, era uma perspectiva nova e, se ele fosse honesto consigo mesmo, assustadora.

Olhou para a foto na mesa, onde ele e Ava estavam no dia de seu casamento, tão jovens e cheios de esperança, com os olhos brilhando de promessas e planos para o futuro. Agora, com Ava grávida de quatro meses, ele começava a perceber que o futuro deles seria moldado por algo mais profundo, algo que ele não poderia controlar. Ela estava carregando a nova geração dos Legrand, e, por mais que ele tentasse afastar o pensamento, sabia que a responsabilidade era imensa.

Nunca foi de demonstrar seus sentimentos, e por isso, Jack se sentia perdido às vezes, especialmente agora. Ele se orgulhava de sua capacidade de manter o controle, de não se deixar afetar por nada. Mas a paternidade mexia com algo dentro dele. A ideia de proteger seu filho, de garantir que ele crescesse em um mundo onde a ambição, a lealdade e o poder fossem ferramentas para conquistar, e não algo a ser destruído, o deixava inquieto.

Ele havia sido criado em um ambiente onde a força era a única linguagem falada, onde os sentimentos eram apenas uma fraqueza disfarçada. Mas agora, com Ava e a criança que ela carregava, ele sentia algo que não sabia identificar. Era como se o amor, que sempre considerou uma ilusão frágil, tivesse agora um peso real, um propósito que ele não poderia ignorar. Esse ser humano, seu filho, seria sua responsabilidade. E ele faria de tudo para garantir que o filho deles tivesse o poder de comandar o mundo de maneira imbatível, como ele e Ava sempre fizeram.

A mente de Jack rapidamente se voltou para Ava. Ele a observou nos últimos meses, notando como ela estava mudando, não só fisicamente, mas de uma forma emocional que ele ainda não conseguia entender completamente. Ela estava mais sensível, mais vulnerável, mas também mais determinada. Ela havia se tornado ainda mais possessiva, se entregando ao instinto de proteger a criança, e ele sabia que parte disso vinha dele. Ela sempre fora forte, mas a gravidez havia intensificado essa força de um modo que ele nunca imaginara.

— Você vai ser uma mãe incrível — ele disse em voz baixa, mais para si mesmo do que para qualquer outra pessoa. Ele sabia disso, mas não sabia como dizer a ela sem parecer fraco, sem abrir mão do controle que ele prezava tanto. Ele não podia demonstrar sua vulnerabilidade, nem para ela. Não agora.

Mas o que mais o consumia era a ideia de que, de alguma forma, ele tinha falhado ao não ser o suficiente para proteger Ava completamente. As ameaças que continuavam a surgir, a sensação de que estavam sendo observados a cada passo, tudo isso o fazia se sentir impotente. Ele odiava esse sentimento. O que ele mais temia, além de perder Ava, era falhar como pai.

Ele se levantou da cadeira, as mãos se apertando contra a madeira da mesa, e respirou fundo, tentando afastar as emoções conflitantes que o invadiam. Ele tinha uma missão, e essa missão era proteger sua família a todo custo. Não importava o que fosse necessário fazer. Nenhum obstáculo, nenhum inimigo, nada o impediria de garantir que seu filho crescesse em um mundo onde a força e o poder reinassem.

A paternidade era algo que ele ainda não entendia totalmente, mas uma coisa era certa: ele faria tudo o que fosse necessário para garantir que seu filho fosse um Legrand no mais puro significado da palavra. E Ava, ao seu lado, seria a parceira perfeita nesse jogo.

Com um suspiro decidido, Jack olhou novamente para a janela. A chuva não havia parado, mas ele já estava pronto para o que estava por vir. Ele sabia que ser pai significava se preparar para qualquer coisa, até mesmo para o que ele nunca imaginara. E ele estava mais do que pronto.