O Medo de Perder.
A sirene da ambulância cortava a noite como um grito desesperado, enquanto a equipe médica trabalhava rapidamente, fazendo o possível para estabilizar Ava. O rosto de Jack estava contorcido pela angústia. Ele segurava a mão de sua esposa com força, seus dedos entrelaçados aos dela, mas não sentia a resposta dela, não havia mais movimento. Ava havia desmaiado.
"Não, não, não...", Jack repetia mentalmente, como se sua força mental fosse o suficiente para trazê-la de volta. Seus olhos estavam fixos nela, e ele mal podia respirar enquanto observava o movimento frenético dos paramédicos. A dor de vê-la tão frágil, tão indefesa, era esmagadora. O medo de perdê-la engoliu seu peito, e uma sensação de desespero tomou conta de seu corpo.
— Ava... — ele murmurou, sua voz quebrada. — Você vai ficar bem, eu prometo. Não me deixa, não agora, não quando estamos tão perto de ser completos...
Enquanto ele murmurava palavras de consolo que nem ele acreditava, os paramédicos continuavam o tratamento, tentando estancar o sangramento do ferimento no ombro de Ava. O som do monitor cardíaco e o movimento incessante da ambulância eram os únicos sons que Jack conseguia ouvir, até que sua mente parecia se apagar por um momento.
Aviões de medo e raiva tomavam conta de sua mente. Ele odiava o que aquela pessoa havia feito a ela, odiava ser impotente naquele momento. E, pior de tudo, ele sabia que aquele homem ainda estava vivo, e nada o impediria de fazer mais mal a ela. O pensamento de perder Ava... ele não sabia o que seria de sua vida sem ela.
No carro que seguia atrás da ambulância, seus amigos Isabelle, Luma, Charles e Lewis estavam em silêncio, seus pensamentos dominados pela situação que acabaram de presenciar. Nenhum deles sabia ao certo como se sentir em relação a tudo o que estava acontecendo. O crime cometido, as ameaças, a violência — tudo parecia estar acontecendo rápido demais, mais rápido do que poderiam acompanhar. Mas agora, o que mais os preocupava era o que aconteceria com Ava.
Isabelle, sentada ao lado de Luma, não conseguia parar de olhar para a estrada, mas seus olhos estavam desfocados. A preocupação estava estampada em seu rosto, e ela não podia deixar de pensar em tudo o que haviam feito. Eles estavam envolvidos em algo muito maior agora.
— Eu não posso acreditar que isso está acontecendo. — Isabelle finalmente quebrou o silêncio, sua voz trêmula. — Ava... ela... o que vai acontecer com ela? Como ela está?
Luma a olhou com um olhar preocupado, mas seus olhos estavam tão turvos de preocupação quanto os de Isabelle. Ela apertou a mão de sua amiga, tentando passar algum consolo, embora soubesse que não havia muito que pudesse fazer.
— Ela vai ficar bem. — Luma tentou falar com confiança, mas suas palavras soaram vazias até para ela mesma. — Jack... ele está com ela. Ele não vai deixar nada acontecer.
Charles, no banco da frente, tinha os olhos fixos no retrovisor, observando a ambulância que se distanciava mais e mais a cada quilômetro. Ele estava quieto, pensando no que fazer a seguir. Mas a pergunta que mais o torturava era: o que faria se algo acontecesse com ela?
— Jack... — Charles murmurou, mais para si mesmo do que para os outros. — Ele está segurando a onda, mas eu vejo a dor nos olhos dele. Ele... não vai aguentar se perder ela.
Lewis, sentado ao lado de Charles, se virou para ele, uma expressão sombria no rosto.
— Nenhum de nós vai. — Sua voz era calma, mas havia uma dureza nela. — Estamos todos dentro disso até o pescoço, e agora... agora é hora de enfrentarmos as consequências. O que quer que venha, precisamos estar preparados.
Isabelle fechou os olhos por um momento, tentando processar tudo. Era difícil acreditar que, em um dia normal, estavam todos juntos, apenas desfrutando da companhia uns dos outros, e agora estavam enfrentando algo tão aterrador. Mas mais do que qualquer outra coisa, o medo de perder Ava estava assombrando a todos.
Ponto de vista de Jack:
No interior da ambulância, Jack estava tenso, seus músculos rígidos, os olhos fixos na mulher que amava, que estava ali, mas que parecia distante, fora de seu alcance. O medo de perder Ava o consumia. Ele sentia o cheiro do sangue, o som da respiração dela — tão frágil, tão leve — e o único pensamento que corria em sua mente era: não posso perder ela.
Ava era tudo para ele. A mulher que ele amava mais do que qualquer outra coisa no mundo. Ele a havia conquistado, a havia feito sua, e agora, ele a veria partir?
O olhar dos paramédicos se alternava entre ele e Ava. Era como se todos esperassem por um milagre. Mas a única coisa que Jack sabia era que, se algo acontecesse com ela, ele não sabia quem seria sem ela.
Quando a ambulância se aproximou do hospital, Jack deu um último olhar para Ava. Ela ainda estava inconsciente, mas seu coração batia mais forte ao vê-la ali. Ela estava viva. E, enquanto ela estivesse viva, havia esperança. Mesmo que fosse uma esperança frágil.
Ponto de vista de Isabelle:
Isabelle sentia uma sensação de impotência que a consumia. Ela olhou para Luma, Charles e Lewis, mas ninguém parecia ter uma resposta para aquilo. Todos estavam igualmente atônitos, ainda tentando compreender o que havia acontecido, ainda tentando entender como algo tão simples como uma noite com amigos havia se transformado em uma luta pela vida de Ava.
Ela olhou para a estrada à frente, o horizonte escuro e ameaçador, e uma única palavra ecoou em sua mente: consequências.
E, como se estivesse respondendo à pergunta não dita, Luma falou baixinho:
— Nada vai ser o mesmo depois de hoje.
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Sedução e Segredos Macabros!
HorrorBoa Tarde, Queridos Leitores! Em uma cidade marcada por segredos sombrios e paixões proibidas, um grupo de amigos se vê envolvido em uma trama de terror que nunca imaginaram enfrentar. Conforme sentimentos intensos se misturam com revelações sombria...