Proposta

208 14 1
                                    

Que roupa eu coloco?
Acabo vestindo uma calça jeans e uma blusa preta do Guns’n’Roses que ganhei de presente da minha amiga Ana. Solto o cabelo e às 13h interfone toca.

Que pontual! Certa de que é ela, não atendo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Que pontual! Certa de que é ela, não atendo.
Que tente de novo.
Dez segundos depois, toca novamente.
Sorrio.
Pego o interfone e pergunto indiferente:

— Sim?

— Desce. Estou te esperando.

Uau! Nem um bom-dia, nem nada.
A Senhora Mandona está de volta!
Depois de beijar a cabeça da Luete, saio de casa esperando que meu look com jeans não lhe agrade nem um pouco e que ela desista de sair comigo. Mas fico maravilhada
quando chego à rua e avejo de calça jeans e blusa preta ao lado de uma espetacular Ferrari vermelha que me deixa sem palavras. Ah, se meu pai visse isso!

O sorriso volta a meus lábios. Adorei!
— É sua? — pergunto, aproximando-me de Rafa.

Dá de ombros e não responde.
Então presumo que o carro é alugado e me apaixono à primeira vista por aquela máquina imponente. Passo a mão com delicadeza, enquanto sinto que Rafa olha para mim.

— Posso dirigir? — pergunto.

— Não.

— Ah, vaaaaaai — insisto.

— Não seja desmancha-prazeres. Deixa, por favor! Meu pai tem uma oficina mecânica e te garanto que sei o que fazer.

Rafaela olha para mim. Eu olho de volta.
Ela suspira e eu sorrio. Por fim, nega com a cabeça.

— Me mostre Madri e, se você se comportar direitinho, talvez eu deixe você dirigir.

— Isso me empolga e ela continua:
— Eu dirijo e você me diz aonde ir. Então, aonde vamos?

Fico pensando um minuto, mas em seguida respondo:

— O que acha de irmos à parte mais turística de Madri? Plaza Mayor, Puerta del Sol, Palacio Real, conhece?
Não responde, então dou a direção e mergulhamos no trânsito. Enquanto ela dirige, aproveito o fato de estar numa Ferrari. Surreal! Aumento o volume do rádio. Adoro essa
música de Juanes. Rafa abaixa o volume. Aumento de novo. Ela abaixa mais uma vez.

— Assim não consigo ouvir a música! — protesto.

— Está surda?

— Não... não estou, mas um pouco de animação dentro de um carro não é nada mau.

— Mas também tem que cantar?
Essa pergunta me pega tão de surpresa que respondo:

— Qual é o problema? Você não canta nunca?

— Não.

— Por quê?

Contrai a expressão do rosto enquanto pensa... pensa... e pensa.

The Boss / RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora