Uma delícia

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Ao chegar ao escritório na manhã seguinte, não me surpreendo ao encontrar Rafaela trabalhando. Como se nem reparasse na presença dela, deixo minhas coisas na mesa e o
telefone interno começa a tocar. Rafaela. Quer que eu vá à sala dela.

— Bom dia, senhorita Andrade.

— Bom dia, senhora Kalimann.

Logo vejo Julio Merino, um rapaz da empresa, sentado na mesinha redonda da sala de Rafa, com uns papéis nas mãos.

— Senhor Merino — diz Rafaela, recostando-se na cadeira —, poderia me trazer um cafezinho?
O jovem se levanta.

— Sim, senhora Kalimann... é pra já.

Quando passa ao meu lado, faz cara de impaciência e eu tento segurar o riso. Assim que eu e Rafaela ficamos a sós na sala, ele suaviza o tom:

— Dormiu bem?

— Muito mal... estava sentindo sua falta.

Noto seus lábios se encurvando.

— Com certeza não tanto quanto eu senti a sua.

— Até parece... tenho certeza de que eu senti tanto quanto você ou até mais.

Nos olhamos. Um duelo de olhares. Já aprendi a sustentar o seu olhar.

— Essa noite você vai dormir comigo no hotel.

— Ok.

Adorei a proposta. Fico louca só de pensar e já imagino que será um bom momento para contar a ela o que aconteceu ontem.

— O que acha de brincarmos com outras pessoas?

Meu estômago se contrai. Brincarmos acompanhados? Sei o que significa e já estou há muito tempo sem fazer isso. Engulo a avalanche de emoções que ficaram entaladas na minha garganta.

— Por mim tudo bem, se você quiser.
Sem levantar da cadeira, move a cabeça.

— Está excitada? — pergunta ao notar meu nervosismo.

Faço que sim. Rafa sorri e se levanta.

— Por favor, senhorita Andrade, entre no arquivo.

Sem pensar duas vezes, me dirijo ao arquivo e minha respiração fica entrecortada. Ali dentro, Rafa chega perto de mim, meu traseiro esbarra nos arquivos e, apoiando seus
quadris nos meus, sinto sua mão se enfiando por dentro da minha saia e tocando minha coxa direita.

— Há muito tempo que não te ofereço e não vejo a hora de fazer isso de novo.

— Rafa...

— Continuo chateada contigo e você merece um castigo.

— Um castigo?

— É... minha pequena. E hoje à noite você vai saber qual é.

Voltamos a nos enfrentar num duelo de olhares.

— Gostaria de te lembrar — murmuro — que o castigo que você me deu em Barcelona foi me deixar excitada naquela casa de swing e depois me levar embora sem realizar
nenhuma daquelas fantasias.

Ela sorri e passa o nariz pelo meu cabelo.

— Nunca se sabe, Bia... nunca se sabe.
Rafaela separa minhas pernas. Toca a tirinha da minha calcinha.

— Seu castigo está te esperando no meu hotel — sussurra ao meu ouvido.
— Quando sair do escritório, pega o carro e vai direto pra lá.
Tira a mão de baixo da minha saia e se afasta.

The Boss / RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora