The Boss / Rabia

o que você tá fazendo comigo?

Voltei garotas!!!
Tem gente se apaixonado e não tá sabendo falar né!?

No dia seguinte, no lindo chalé de Rafaela e após uma noite de paixão e loucuras, nos deitamos nuas para pegar sol enquanto planejamos um passeio a Zahara de los Atunes.

Não tocamos mais no nome de Fernando. Nenhuma de nós quer falar sobre ele. Rafaela beija minha tatuagem. Ela adorou. Cada vez que transamos, ela me olha todo safada e diz:

"Peça-me o que quiser."

Isso me deixa louca. Completamente louca.

Rafaela me chamou para ir à casa de uns amigos seus em Zahara, e gostei da ideia.

Podemos curtir uns dias com eles e depois voltar pro chalé, que, aliás, eu adorei. É uma graça.

À noite, Rafaela me leva de volta pra casa do meu pai, que encontro sentado num balanço do pátio dos fundos.

- Essa menina serve pra você, moreninha.

- Ah... é? Por quê? - pergunto, achando graça, enquanto me sento ao lado dele.

- É uma Mulher com M maiúsculo. Tem quantos anos?

- Trinta e um.

- Boa idade pra uma mulher.

Isso me faz sorrir e ele continua:

- Te olha da mesma forma que eu olhava pra sua mãe e isso me deixa satisfeito. E ouve bem o que estou te dizendo. Até pouco tempo atrás eu pensava que Fernando era o homem ideal pra você. Mas, depois de conhecer Rafaela, mudei de ideia. Vocês duas são feitas uma pra outra. Dá pra ver que ela é uma mulher digna e de princípios e que cuidará de
você. Não é uma depravada como aquele sujeitinho que conheci em Madri, cheio de agulhas e brincos.

De novo me faz rir. Ele está certo. Rafaela é uma mulher de princípios, mas tenho certeza de que, se meu pai conhecesse seu comportamento sexual, cairia para trás. Mas isso é
minha intimidade.

- Pai... Gosto de Rafaela, mas não sei quanto tempo nossa relação vai durar.

Surpreso, ele olha para mim.

- O que está acontecendo, moreninha?

Minhas palavras fervem dentro de mim. Gostaria de contar ao meu pai que Rafaela é minha chefe, mas não posso. Tenho medo da reação dele. Gostaria de botar pra fora um monte
de dúvidas e todos os medos, mas me contenho.

- Não está acontecendo nada, pai - respondo finalmente. - É só que é difícil manter um relacionamento a distância. Você sabe que ela mora na Alemanha e eu aqui. E, quando ela terminar o que veio fazer em Madri, nós duas teremos de voltar aos nossos trabalhos e, bem... você já entendeu.

Ele faz que sim com a cabeça e, com sua habitual prudência, acrescenta:

- Ouça, minha querida. Você já não é uma criança. É uma mulher e é assim que devo te tratar. Por isso, a única coisa que posso te dizer é que aproveite o momento e seja feliz. De nada adianta ficar pensando no que vai acontecer, porque o que tiver que acontecer... vai acontecer. Se você e Rafaela estão destinadas a ficarem juntas, não haverá distância que as separe. Mas seja cautelosa e um pouco egoísta, e pense em você. Não quero te ver sofrer à toa, quando você mesma já está me dizendo que a situação de
vocês é complicada.

As palavras do meu pai, como sempre, me confortam. Não sei se é pela idade, pela experiência de ter perdido minha mãe há alguns anos, mas, se tem uma coisa que ele sempre deixou claro e sempre transmitiu pra mim e pra minha irmã, é que a vida é pra
ser vivida.