Enrico Niccolo
31 de março
- Tyler, não é só porque eu dormi no ombro da Madison que quer dizer que eu estou apaixonado por ela!
- Você nunca se sentiu confortável para dormir assim em uma pessoa, que não fosse eu, a Zoe ou o tio Nathan! - Ele rebate.
Suspiro, cansado da discussão. Eu e Tyler estamos discutindo sobre isso desde segunda-feira. Ele insiste que estou apaixonado por Madison, mas isso é impossível. Afinal, eu nunca me apaixonei por ninguém. Não é agora que isso vai acontecer.
- Tyler, vá tomar banho para vermos a Zoe!
- Mandão! - Me acusa, e sai da cozinha para fazer o que eu mandei.
Volto a minha atenção para o prato, com um misto quente, em cima da mesa. Será que a Madison já comeu hoje? Acho que vou ter que ir descobrir.
Olho para o relógio em minha parede, vendo que já são, exatamente, oito horas da manhã. Me levanto da cadeira e vou até meu armário. O abro e pego um pote azul, pequeno. Volto para a mesa, abro o pote, e pego o meu misto quente, que ainda está intacto, e o coloco dentro do pote, em seguida, o fecho novamente.
Saio do meu apartamento e bato duas vezes na porta de Madison, torcendo para ela estar em casa.
Após dois minutos a porta se abre, me revelando Madison, que está com a cara inchada. Ela está com uma grande camiseta, masculina, vermelha, e, aparentemente, por baixo ela está apenas vestindo uma calcinha. Seus cabelos loiros estão presos em um coque bagunçado.
- Bom dia. - Ela diz, me tirando do transe.
- Bo-bom dia. - Gaguejo.
Porra! As pernas expostas dessa mulher são uma tentação gigantesca!
- Entre. - Ela pede e eu faço.
- Eu te acordei? - Pergunto assim que ela fecha a porta.
- Sim, mas eu estava precisando mesmo acordar.
- Você já tomou café da manhã?
- Não.
- E você pretendia tomar?
- O que? - Ela questiona, com os olhos levemente arregalados.
- Você pretendia tomar café da manhã, Madison? - Pergunto novamente.
- Claro! - Ela sorri falsamente, e segura em seu colar.
Ela está mentindo. Eu sei disso.
- Eu sei que você não ia. - Revelo.
- O que você quer no meu apartamento, Enrico?
Dou dois passos em sua direção.
- Eu quero me certificar de que você se alimente.
- Do que você está falando?
- Eu sei dos seus problemas com alimentação.
- Não sei do que você está falando.
- Não adianta mentir para mim, piccola mia. (Minha pequena)
- Independente se estou mentindo ou não, isto não é da sua conta. - Diz, ríspida.
- Eu trouxe um misto quente para você. - Ela olha para o pote em minha mão.
- Por que? - Ela me questiona.
- Porque eu quero me certificar de que você vai se alimentar.
- Não preciso que você cuide de mim.

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Mia Sole
Roman d'amourEnrico Niccolo, um italiano, mulherengo, traumatizado. Não se apega à ninguém. É grosseiro com tudo e todos. Ele nunca se apaixonou de verdade por ninguém, e nunca imaginou que um dia se apaixonaria. Será que isso pode mudar, com a mudança de uma jo...