Capítulo 24

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Enrico Niccolo


02 de abril


- Por que você nasceu? Por que, de tantas pessoas, justo você teve que nascer como meu filho? - Minha mãe me pergunta gritando, mas não consigo responder. - Me responda, Enrico Niccolo! - Ela exige gritando, e me levanta a sua mão.

Fecho meus olhos já prevendo o que vai acontecer e caio no chão, devido à força do tapa. Coloco a minha mão em meu rosto e sinto a ardência do local que foi atingido há poucos segundos. Logo lágrimas começam a escorrer pela minha bochecha.

- Você não serve para nada, além de dar desgosto para as pessoas! - Ela grita e eu abro os meus olhos.

- Mamma... - Começo a falar, ainda no chão, mas ela me interrompe.

- Não fale em italiano comigo!

- Mãe... - Ela me interrompe novamente.

- Não me chame de mãe! Eu não sou mãe de um assassino! - Ela grita e chuta a minha barriga, fazendo com que eu me encolha e feche os olhos novamente.

Solto um gemido de dor e ela apenas ri. E, então, começa a me dar diversos chutes enquanto eu imploro para ela parar, gemo de dor e choro sem parar, mas isso só parece fazer com que ela tenha mais vontade para me espancar. Me encolhi mais ainda no chão, em posição fetal, mas isso só piora a minha situação, pois ela começa a dar chutes mais fortes.

De repente os chutes param e ela diz:

- Eu irei te matar, assassino!

Ela se agacha e me pega pelo cabelo. Mas, antes de algo a mais acontecer, sinto mãos quentes e pequenas em meu rosto.

Abro meus olhos, assustado, e me deparo com Madison na minha frente. Ela se afasta quando ela nota que eu acordei e eu me sento na cama, com o rosto virado para ela.

- An, me desculpa, Enri! Eu não queria te acordar, mas você parecia estar tendo um pesadelo, e eu não podia te deixar como você estava. - Ela se explica.

Eu estava totalmente perdido e sem ajuda, e Madison me resgatou dos braços da minha genitora. Madison acabou de me tirar da escuridão. Madison acabou de ser o meu sol.

- Ei, está tudo bem. Você acabou de me salvar, mia sole. - Olho em seus olhos e sorrio fraco. (Meu sol)

- Você me chamou de quê? - Ela me pergunta de uma forma curiosa e suave, não de uma forma irritada.

- Mia sole... Este é o apelido perfeito para você.

- O que? Por quê?

- Um dia eu irei te explicar tudo.

Agora percebo que Madison está usando uma calça jeans azul e uma camiseta branca colada. Seus longos cabelos loiros estão presos em um rabo de cavalo.

- Aconteceu algo? Você está bem? - Pergunto, preocupado.

- Ah, eu estou bem.

- Se sente aqui! - Dou dois tapinhas na minha cama, e ela se senta na minha frente. - Me desculpe, mas por que você está aqui?

- Ontem, devido ao que aconteceu, você esqueceu o seu celular em cima da mesa da minha cozinha. Eu vim trazê-lo para você. - Ela aponta para o celular na cabeceira da cama. - Mas, quando bati na porta, quem a abriu foi o Tyler, ele me disse que você estava aqui e que eu poderia vir te entregar, porque você gostaria de me ver.

- E ele estava muito certo sobre isso. - Sorrio sem mostrar os dentes.

Ela sorri de volta, e continua me contando o que aconteceu:

Mia SoleOnde histórias criam vida. Descubra agora