Capítulo XXVI

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de junho de 1994.


Hoje sinto como se estivesse me afogando em meus próprios pensamentos, presa em um turbilhão do qual não sei escapar. A cada dia, o peso de todas as expectativas que carrego me sufoca mais. Há momentos em que penso em largar tudo, deixar o mundo que conheço para trás e simplesmente seguir o que sinto, sem olhar para trás. Mas o medo... ah, o medo. Ele me paralisa. Medo de abandonar tudo o que fui ensinada a ser, medo de desapontar, medo de perder o que conheço.

E, no meio desse caos interno, minha mente sempre volta para ela. Hermione. É estranho como, não importa o que eu esteja fazendo ou pensando, ela sempre encontra um jeito de aparecer em minha mente, como um feitiço do qual não posso me livrar. Durante todas as férias, me peguei imaginando onde ela estava, o que fazia, se pensava em mim. No começo, tentei me convencer de que essa preocupação era apenas o reflexo do vínculo que compartilhamos como companheiras. Mas não é isso. Eu sei que não é isso.

Na clareira, tudo pareceu desmoronar. Eu estava com ela, e por um instante, o mundo ficou em silêncio. Era só ela e eu. Sua presença era uma força magnética, algo que não consigo ignorar, não importa o quanto tente. Eu estava pensando em beijá-la. Merlin, como eu queria beijá-la. Era um desejo tão forte, tão visceral, que quase me fez esquecer quem eu era ou as consequências que isso traria.

E então Theo apareceu. Sua chegada foi como um balde de água fria, um lembrete cruel de que o mundo ao nosso redor não desaparece só porque eu quero. Quando ele chegou, eu me senti frustrada. Não mostrei, claro, mas por dentro era um turbilhão de emoções conflitantes. Parte de mim estava aliviada por não ter cedido ao desejo, por não ter cruzado uma linha que talvez não tivesse volta. Mas outra parte... outra parte não para de se perguntar: o que teria acontecido se eu tivesse cedido?

Será que ela teria me correspondido? Será que ela sente o mesmo, ou tudo isso está apenas na minha cabeça?

Eu queria respostas, mas ao mesmo tempo, tenho medo de obtê-las. Porque, no fundo, sei que Hermione tem o poder de me destruir. E o pior? Acho que eu permitiria.

Selene B. Dolohov

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Selene nunca admitiria que fugiu de alguém. Se alguém lhe perguntasse, ela sorriria com um toque de ironia e diria que estava apenas brincando com seus "amigos". Mas, no fundo, ela sabia que chamar aquelas pessoas de amigos era uma enorme concessão, talvez até uma mentira. Para ela, aqueles colegas não passavam de sombras medíocres, meros ecos de expectativas que a sociedade impunha. Por isso, quando Draco os encontrou no campo de treinamento, sua presença foi o pretexto perfeito para Selene desaparecer. Assim que ele começou a conversar com seu primo, ela aproveitou a distração e saiu sem olhar para trás.

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⏰ Última atualização: 9 hours ago ⏰

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mávres kardiés | Hermione GrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora