(História 5) Em meio ao brilho da aristocracia francesa, Delilah Montgomery vive um casamento sombrio com um conde violento, enquanto o peso das expectativas sociais sufoca seus verdadeiros anseios. Quando Oliver Crane, o carismático herdeiro de um...
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Delilah
Permaneço parada de costas para o guarda-roupas enquanto Victor me encara com seu olhar severo. Eu deveria estar animada com o fato de finalmente poder sair desse infortúnio de castelo, mas não consigo nem por um segundo, imaginar que isso pode dar certo.
Não estou nem um pouco disposta a me expor desnecessariamente, conhecer pessoas que não faço a menor questão de conhecer e, principalmente, não quero que Oliver saiba o quanto estou infeliz.
Se é a imagem da Delilah sonhadora e alegre que ele tem na cabeça, seria essa imagem que ele manteria para sempre, no que dependesse de mim. Não faz o menor sentido continuar alimentando os sentimentos que tenho por ele, estando presa à outro homem.
Por mais que Victor seja um crápula e me destrate em toda oportunidade que pode, como se guardasse um ódio intenso pela minha pessoa, eu não considero a possibilidade de traí-lo pois esse tipo de coisa não é do meu feitio. Por mais que haja mil motivos e que muitos em meu lugar não pensariam duas vezes antes de se atracar a outra pessoa para afagar os seus anseios mais profundos, eu estou longe de ser assim.
Tudo o que Oliver e eu vivemos foi muito doce e vou guardar esses momentos com muito carinho em meu coração, mas... acabou.
E quanto antes eu aceitar isso, melhor.
Meu cônjuge se aproxima um pouco mais de mim e, em um movimento rápido me segura pelo queixo, afundando seus dedos na minha pele macia e analisa as manchas arroxeadas em torno do meu pescoço. Manchas as quais, ele mesmo foi o responsável.
Um frio atinge minha espinha ao me lembrar dos momentos de desespero que me assolavam horas antes, neste mesmo quarto. Meus olhos encontram os seus, gélidos, sem nenhum grão de sentimento ou remorso, analisando-me friamente. Em seguida, Margareth aparece na porta a fim de evitar que Victor me fizesse algum mal novamente.
Com um pouco mais de força ele aperta minha mandíbula e solta, me empurrando para trás, fazendo eu perder o equilíbrio por alguns instantes ao cambalear.
— Trate de se arrumar. E vista algo decente para a ocasião. — Me olha de cima a baixo. — De preferência algo que cubra o seu pescoço.
Para um homem como ele, seria no mínimo humilhante ter de apresentar sua esposa à seus amigos cheia de marcas e olhos fundos. Afinal de contas, na cabeça deles isso seria apenas uma prova de que o mesmo tem uma esposa mal criada e desobediente em casa, além de seu casamento ser um verdadeiro fiasco.
Baixo a fronte ao sentir um incômodo crescente em minha garganta. Talvez seja a impotência, o medo, a raiva, ou todas essas coisas misturadas que me causam tamanho desconforto.
— Senhor... — Marg se aproxima de forma submissa de seu patrão, o tom de voz controlado e reverente. — Minha senhora não está se sentindo bem essa noite e acredito que seria bom para ela um pouco de repouso. — Victor arqueia uma sobrancelha, mas depois parece chegar sozinho à conclusão de que o motivo de toda a minha indisposição, foram suas recentes agressões.