Luigi, agora com quase dois anos, brincava no tapete do studio com seus bloquinhos coloridos, rindo de vez em quando, enquanto tentava empilhar as peças. Ele era o centro das atenções, e eu não conseguia desviar o olhar por muito tempo. Ainda me surpreendia como aquele pequeno ser iluminava tanto nossos dias. Olhei para Teto, que estava sentado ao meu lado, e me peguei pensando, como sempre, em como ele conseguia ser a mistura perfeita de estabilidade e surpresa na minha vida.
- Vem, vou te levar para um lugar. - falou de repente, me tirando do devaneio.
- Agora? - franzi a testa, desconfiada. - O que você tá aprontando?
- Confia em mim. - se levantou e estendeu a mão para mim, com aquele sorriso impossível de resistir.
Deixamos Luigi com Matheus e Clara, e logo estávamos no carro. Teto parecia animado, mas não me dava nenhuma pista de onde estávamos indo. Tentei arrancar algo dele durante o trajeto, mas ele só ria, se divertindo com a minha curiosidade crescente.
Depois de um tempo, o carro entrou em um condomínio que eu não conhecia. Era tranquilo, com ruas arborizadas e casas espaçosas, o tipo de lugar que parecia ter saído de um sonho. Olhei ao redor, confusa. Paramos em frente a uma enorme casa com jardim.
- Onde a gente tá? - perguntei, enquanto saía do veículo.
Sávio tirou uma chave do bolso, virou-se para mim e sorriu daquele jeito cheio de mistério.
- Na nossa casa. - senti meu coração parar por um segundo.
- O quê? Como assim? - pisquei, tentando absorver o que ele tinha acabado de dizer.
Sem responder, ele pegou minha mão e me guiou até a porta. Quando abriu, eu fiquei sem palavras. A sala era aconchegante e moderna, com detalhes que imediatamente reconheci como sendo nossos. Uma parede cheia de discos, uma prateleira com meus livros favoritos. Era como se cada canto tivesse sido pensado para nós dois.
- Você fez tudo isso? - perguntei, minha voz embargada pela emoção.
- Fiz. Quer dizer, não sozinho. Matheus, Clara e até Lucas e Luigi deram uns pitacos. - deu de ombros, tímido. - Eu só queria que tivéssemos um lugar para chamar de casa, de verdade.
- Mas e o apartamento?
- Lá é pequeno, já não cabe nossa história. - deu um beijo em minha testa.
As lágrimas vieram antes que eu pudesse impedir. Abracei T com força, enterrando o rosto em seu peito, sentindo a segurança que só ele me trazia.
- Eu nem sei o que dizer... É tudo tão perfeito.
- Agora a gente tem um lugar para começar tudo do nosso jeito.
Ainda absorvendo cada detalhe da casa, saímos para explorar o jardim. Era lindo, com espaço suficiente para Luigi correr, brincar e crescer. Havia flores bem cuidadas, uma árvore que parecia perfeita para balanços, e uma energia tranquila que envolvia tudo.
Eu estava tão distraída com o lugar que nem percebi que Teto tinha ficado para trás. Quando me virei para chamá-lo, meu coração parou. Ele estava ali, ajoelhado no meio do gramado, com uma pequena caixinha aberta na mão, revelando um anel delicado e brilhante.
- Sávio... - minha voz saiu quase como um sussurro, a emoção subindo como uma onda.
Ele me olhou com aquele sorriso que eu amava, mas dessa vez seus olhos tinham algo mais, um brilho de nervosismo e intensidade.
- Sam, eu estive pensando nisso há meses. Na verdade, desde que a gente começou a construir tudo isso junto. - fez um gesto com o dedo, apontando-o para ele e depois para mim. - Você é a pessoa que me faz querer ser melhor, que me desafia e que me dá paz. Eu quero passar todos os meus dias com você, criando memórias, rindo das coisas bobas, cuidando do Luigi e, quem sabe, aumentando essa família. - senti as lágrimas começarem a cair enquanto ele continuava. - Essa casa é só o começo, amor. Quero construir uma vida inteira com você. Então, aqui, nesse lugar que é nosso agora... você aceita se casar comigo? - levei as mãos ao rosto, tentando conter as lágrimas, mas era impossível.
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