Destinos Cruzados | Daryl Dixon | The Walking Dead

25

—Ainda estou viva– Alessa sussurrou olhando para o teto, afirmando mais para ela mesma do que para Daryl.

  Fazia algumas horas que o brilho do sol havia invadido o trailer. Desde que eles se deitaram, Alessa não fechou os olhos nem por um minuto, aterrorizada com a ideia de dormir e nunca mais acordar. Daryl também não dormiu, mas ele não estava com medo, ele apenas queria estar com Less até a última batida do coração dela.

—Eu sei– ele respondeu com a sua voz baixa e rouca.

—Talvez... Não sei... Talvez o Dwight não tenha atirado em mim com uma flecha contaminada– Alessa pensou nisso horas antes, mas não queria dizer em voz alta para não gerar nenhum tipo de esperança entre eles.

—Eu ainda não confio nele... Ele vai morrer– Daryl falou com a voz dura– eu vou matar ele.

—Mas não faz sentido... Ele me salvou no Santuário e depois ele ajudou vocês mostrando quando o Negan iria atacar... Por que ele me mataria agora? Ele não precisava atirar em mim naquela hora, talvez ele tenha atirado para distrair o Simon, não sei– Alessa argumentou.

—Hmh– Daryl resmungou, parecia estar cogitando as palavras dela.

—Eu não tinha visto ele lá. Eu estava parada. Se ele quisesse atirar na minha cabeça, ele teria conseguido, mas ele mal aceitou o meu braço, a flechada foi de raspão.

—Talvez ele só seja muito ruim de mira– Daryl falou, mas nem ele acreditava naquilo. Ele já viu Dwight atirar e matar alguns dos próprios amigos de Daryl, o desgraçado sabia mirar.

—Se você for pensar assim, então talvez aquela flecha realmente pudesse estar contaminada, mas não significa que ele estivesse mirando ela em mim– ela falou e Daryl franziu as sobrancelhas confuso.

—Como assim?– ele perguntou.

—Talvez o Dwight quisesse acertar o Simon e parar ele antes que ele me alcançasse...– Alessa suspirou– eu só quero dizer com tudo isso que eu também senti raiva do Dwight. Droga, eu quis matar ele quando eu percebi o que esse machucado no meu braço significava... Mas nada disso faz sentido. Ele não queria que isso acontecesse comigo. Ele fez muita merda pelo Negan, mas ele está tentando mudar. Ele está tentando compensar as coisas.

—Não é o suficiente. Nada do que ele fizer nunca vai ser o suficiente– Daryl respondeu com um tom firme e Less se calou.

  Alessa sabia que o Dwight era o encarregado de Daryl quando ele era prisioneiro no Santuário. E depois de todas as coisas ruins que o salvador fez com o Dixon sob o comando de Negan, Alessa entendia aquele ódio que Daryl nutria por ele.

—Quer sair?– ela quebrou o silêncio mudando de assunto– eu não quero ficar deitada aqui esperando o meu anjo da morte resolver trabalhar.

  Daryl tirou a cabeça de cima do peito dela e a olhou. Seus olhos analisavam a feição de Less buscando por qualquer resquicio da contaminação, mas não encontraram. Ele deu um sorriso de canto e concordou.

—O que você quer fazer?– ele perguntou calçando as botas.

—Que tal procurarmos por suprimentos?– ela devolveu a pergunta terminando de enfaixar o braço em um novo curativo.

—Tem certeza que quer ir para tão longe assim de Hilltop?– Daryl questionou preocupado.

—Sim– Alessa olhou para ele com determinação– está pronto?– ela perguntou e ele acenou positivamente– então vamos.

  Alessa abriu a porta do trailer e quando seus olhos se adaptaram a claridade do dia, ela pôde ver Rick e Jesus olhando boquiabertos para ela. Os dois estavam conversando há alguns metros, mas quando viram a porta abrindo eles pararam, prontos para consolar o Dixon.