Capítulo 72

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No dia seguinte, Chris acorda se sentindo em êxtase. Ela se relembra da noite anterior, sorrindo sozinha repassando cada cena em sua mente. Aquela com certeza foi uma das melhores noites de sua vida, se não a mais prazerosa. Parecia que Street sabia exatamente o que fazer e como fazer especificamente nela, sabendo seus pontos de tesão e sabendo como explorar eles sem pressa, e com vontade. E então um pensamento entra na mente de Chris, desfazendo o seu sorriso e a deixando inquieta. Talvez o fato de Street ser tão bom seja pela sua vasta experiência adquirida ao longo dos anos. A lista imensa de mulheres que ele já deve ter se relacionado, o jeito mulherengo de sair pegando a primeira que der chance para ele. Chris se sente enjoada. A ideia de ser apenas mais uma a incomoda, apesar de ela logo se lembrar do pedido de namoro que ele havia feito.

Você não sai da minha cabeça desde o dia que eu te conheci.

Como seria isso possível? Street querendo namorar? Ele nunca nem tinha namorado sério. Será que ele conseguiria manter um relacionamento monogâmico? Será que ela seria suficiente para ele? E se Chris passasse por mais uma traição?

Chris dá um salto da cama querendo afastar aqueles pensamentos.

E o time? Como eles manteriam um relacionamento secreto? Como Chris poderia viver algo tão importante sem compartilhar com Luca?

Chris entra debaixo do chuveiro, abrindo apenas a torneira de água gelada.

Como eles iriam trabalhar juntos? Como eles enfrentariam operações arriscadas sem comprometer o raciocínio deles?

Foi impulso...

Ela se relembra de Street explicando como havia reagido quando viu o traficante apontando uma arma para ela. 

Não daria certo. Não teria como Chris e Street namorarem. 





- Vou com Street pegar as coisas dele no hotel e levar lá pra casa. Quer ir junto? Podemos pedir uma pizza depois! - Luca se aproxima de Chris enquanto ela guardava seus pertences na mochila. O turno havia acabado de terminar e Chris nunca tinha sentido as horas passarem tão devagar.

- Ah, não... Valeu! Eu tenho um compromisso... - Ela mente.

- Tá tudo bem? Achei você meio desanimada hoje...

- Não! Tudo certo! - Ela sorri para ele. - Só estou um pouco cansada. - Chris se relembra da noite anterior mais uma vez e engole em seco.

- Quando Street volta, Luca? - Deacon pergunta.

- Ele vai tirar os pontos daqui a alguns dias!

- E aí vai ficar nos auxiliando da sala de operações. - Hondo complementa. - Em algumas semanas ele retorna para as atividades.

- Finalmente o time 50-David completo novamente! - Luca levanta os braços comemorando. Chris o olha e sorri automaticamente. É difícil não ela não abrir um sorriso quando vê o amigo alegre. E ela também estava feliz por Street estar de volta ao time. Mas seu olhar logo se abaixa ao lembrar que um dos motivos de ela não poder ficar com Street é justamente esse. O time. 





- Pegou tudo? - Luca pergunta enquanto fechava a mala de Street.

- Sim... Não trouxe muita coisa. - Ele responde guardando alguns livros na mochila.

- Se quiser podemos passar no seu antigo apartamento também...

- Não. - Street responde prontamente. - Não precisa. 

- Street... - Luca ajeita a sua postura e tenta encontrar as palavras. Ele fica em silêncio por um momento, ainda pensando. - Talvez a gente possa ir em um momento que sua mãe não esteja em casa...

Street fica com a cabeça baixa. Sua respiração fica um pouco mais forte e ele começa a se sentir irritado. Pensar em sua mãe, algo que ele evitou fazer com maestria nos últimos meses, o deixava com raiva. 

- Não precisa. E não quero. Vamos! - Ele finalmente responde.

- Eu chamei a Chris para vir junto... - Luca comenta enquanto andavam até o carro dele. Street olha imediatamente para o amigo. - Mas ela disse que tinha um compromisso... - Ele abre o porta-malas e guarda a única mala de Street, junto com a mochila.

- Ah... Sim... - Street suspira, desanimado. 

A caminho de casa, Street checa seu celular. 

Nenhuma ligação. 

Nenhuma mensagem. 

Ele abre a conversa com Chris e suas últimas mensagens foram sobre coisas relacionadas ao trabalho, trocadas dois dias antes de ele sentir o corpo dela pela primeira vez. Ele encara a tela do celular, com a conversa ainda aberta. Ali não havia nenhuma evidência do que tinha acontecido entre eles. Os beijos fervorosos, o momento íntimo e de prazer que haviam tido, Chris gemendo seu nome baixinho para ele. Ela não havia enviado nenhuma mensagem. Ele também não, mas propositalmente, apesar de ter ficado o dia inteiro, no ócio do repouso, pensando nela. Ele não queria sufocá-la ou apressá-la. Sabia que Chris pensava muito sobre as coisas e quis dar o tempo que ela precisasse. Mas quanto tempo será que ela precisaria?





Cinco dias se passam e a última vez que Chris havia conversado com Street foi quando ela deixou ele na porta da casa de Luca, após ter levado ele ao hospital para refazer os pontos. Ela sente sua falta. Sente saudades dos seus braços fortes. Da sua mão calorosa a pegando com vontade. Dos seus beijos em seu pescoço. Sente saudade de conversar com ele. De se encantar por seu sorriso. Os dias nunca haviam sido tão penosos e angustiantes para ela. Ela já tinha perdido a conta de quantas vezes havia digitado uma mensagem para Street e apagado logo em seguida. De quantas vezes havia clicado em seu contato para fazer uma ligação para ele e desistido. De quantas vezes havia repassado em sua mente a noite que passaram juntos. Ela estava em um conflito interno e não sabia o que fazer. Seu coração dizia sim para o pedido de Street mas sua mente gritava um não estridente. 

Ela precisava ser racional. 

Aquele namoro jamais daria certo. 

No mesmo dia, Luca convida todos do time para irem à sua casa após o turno para comemorarem o retorno de Street. No dia seguinte ele estaria oficialmente de volta à SWAT, ainda afastado dos trabalhos externos, mas trabalhando ativamente no QG. 

- E aí, Street! - Deacon o cumprimenta sendo o primeiro a entrar em casa.

- Podem ir entrando! - Luca grita ainda do quintal, tirando um engradado de cerveja do carro. Tan e Hondo entram logo em seguida e Chris propositalmente anda devagar atrás de Luca, desejando quantos segundos fossem possíveis para tentar acalmar seu coração antes de ver Street.

Street os recebe com um sorriso largo no rosto e com apertos de mão. Quando avista Chris passando pela porta seu olhar se ilumina, mas logo depois uma onda de desânimo o atinge, já sabendo o que o meio sorriso de Chris significava.

SWAT - A história de Christina AlonsoOnde histórias criam vida. Descubra agora