San Antonio, Texas, 1953
Quando Lauren descobriu acidentalmente o segredo de Zayn Malik, já fazia um ano que viviam em San Antonio. Naquele ano, ela viu uma transformação nele, e ela ficou se perguntando se não seria ela a causa dessa mudança. E foi aí que ela se viu diante do segredo.
Estavam dirigindo para um bar com música nos limites da cidade para passarem juntos, uma das poucas noites de folga de Lauren. Ela se acostumara a vê-lo esporadicamente, visto que ele não aparecia nos dias que dizia que iria e aparecia subitamente quando ela menos esperava, mas, intimamente, não gostava da situação. Toda vez que se separavam, mesmo depois de uma noite de diversão e amor, Lauren se sentia feliz por um tempo. E quando os dias se seguiam e a ausência de Zayn ficava cada vez maior, ela se deprimia e os clientes de Hazel começavam a reclamar. E logo Zayn voltava, miraculosamente reaparecendo na porta de trás para levá-la para comer enchiladas e para um passeio.
Foi o que aconteceu naquela noite, depois de seis semanas sem notícias dele. Lauren mostrara-se perturbada e mencionara a Hazel que sairia para procurá-lo, quando, do nada, lá estava ele, sorrindo seu meio-sorriso e enfeitiçando-a com seus olhos preguiçosos. Zayn tinha um jeito de enfeitiçar Lauren que a fazia se esquecer de toda a sua tristeza e da solidão dos dias sem ele; Zayn a fazia subitamente feliz, reafirmando-lhe a convicção de que não havia nada no mundo que não fizesse por ele.
Lauren não sabia que Zayn tinha esse efeito na maioria das pessoas e que ela não era a primeira, tampouco seria a última, a cair em sua magia.
Um pouco do carisma de Zayn era parte de sua natureza; nascera com ele. Outra grande parte, porém, Lauren passou a perceber no último ano, era ensaiada. Zayn treinava uma maneira de andar, fazia poses que sabia que surtiriam efeito. Lauren chegou a surpreendê-lo diante do espelho, praticando seu travesso olhar de esguelha, um olhar um tanto sensual que ele havia aperfeiçoado, pois sabia que poucas pessoas resistiam. Também se vestia com esmero. Quando conheceu Zayn em El Paso, ele estava asseado e limpo, porém suas roupas eram de baixa qualidade. Nos dias atuais, ele se vestia bem, usando o dinheiro que Lauren ganhava deitada de costas.
Mas não era só nisso que Zayn mudara. E Lauren não sabia determinar o que era até descobrir inadvertidamente o que ele estava escondendo no banco de trás de seu carro.
Ela dissera:
— Estou com frio, Zayn — ao que ele não respondeu. Ele continuou sentado de maneira distraída, tamborilando os dedos no volante, o joelho subindo e descendo tão a seu modo, sempre em movimento, carregado de curiosa energia que nunca parecia descarregar. Por isso Lauren se virou no assento e se inclinou para pegar uma manta no assoalho atrás dela. E quando ela a puxou, de lá saíram os artigos escondidos.
Ela disse:
— O que é isso?
E Zayn, vendo o que tinha acontecido, rapidamente virou o carro, pisando no freio, agarrando a manta das mãos dela e gritou:
— Por que está espionando as minhas coisas?
Ela o encarou, temendo por um instante que ele batesse nela. Por isso, disse:
— Desculpe. Eu estava com frio...
— Veja o que você fez — murmurou ele, esticando-se pelo banco para arrumar os livros e papéis espalhados.
— O que é isso, Zayn? Para que serve tudo isso?
— O que lhe parece? — resmungou na defensiva, lançando um olha reservado pelo canto do olho.
— Mas você não lê, Zayn. Nem mesmo gosta de livros — quando Lauren viu a pasta com o logo azul da escola, suas sobrancelhas se arquearam.
— Ah, Zayn! Você está frequentando a escola?
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Scorpion
أدب نسائيUm rosto. Um nome. Um caminho. E apenas uma pergunta: O passado só nos deixa quando nós o deixamos?