Cap 15

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Ainda que uma escuridão mais intensa que a noite a envolvesse, Jane sabia onde estava. Em um quarto, no Scorpion. E ela estava na cama, deitada nua entre lençóis frios de cetim. Eles tocavam em sua pele nua fazendo-a se sentir como se estivesse flutuando em um redemoinho de sensações maravilhosas; eram leitosos e sedosos, como uma opalescência sólida. Ela pensou em madrepérola. Se acendesse, a luz, sabia qual seria a cor dos lençóis: um verde líquido tremulante com tons de água-marinha, com ilusões oleosas de rosa e violeta, mudando a cada movimento do seu corpo.

E também havia um leve perfume no ar — a fragrância de gardênias recém-colhidas. Ela imaginou os botões brancos flutuando na água de um vaso redondo de prata do outro lado do quarto, delicados com suas pétalas brancas, como estrelas suaves no negro da noite. O aroma rodopiava ao seu redor, preenchendo-lhe os pulmões, deixando-a tonta e com a cabeça leve como se estivesse inalando o exótico e proibido ópio.

E também havia um tipo de perfume em seus ouvidos, as notas suaves de uma harpa, quase imperceptíveis, vindas de alto-falantes escondidos, mas parecendo como se nuvens as tivessem produzido.

Ela se sentia lânguida, livre, Atemporal.

Quando alguém entrou no quarto, ela só sentiu. Nenhuma luz entrou quando a porta foi brevemente entreaberta e depois fechada. Quem quer que tivesse invadido o seu banquete de sensações havia feito isso da escuridão na escuridão. Ela sentiu a presença do invasor no quarto. O ar perfumado pareceu ser ligeiramente deslocado. Ela pensou ter ouvido o beijo de um pé descalço no carpete alto. E logo ela sentiu a presença invasora chegar perto da cama e acima dela, respirando suavemente. Ela sabia quem era. Era ele.

Ficou completamente parada. Seu coração acelerava o ritmo. Sua pele estremecia conforme seus sentidos se aguçavam. Ela quase sentia o seu cheiro. O perfume a fez pensar em amêndoas.

Quando o lençol foi lentamente afastado do seu corpo, ela fechou os olhos. Sentiu o ar frio resvalar seus seios nus. E, então, uma mão, quente e experimentadora, flutuou sobre sua pele, como uma escorpião explorando uma flor. Ele sentiu-lhe os seios, tocou-lhe os mamilos, fê-la gemer. Ele se sentou na cama. Ela sentiu sua proximidade. As mãos escorregaram por trás de suas costas quando ele levou a boca aos seios. Ele a manipulou com perfeição ali, pelo que pareceu ser uma eternidade, até que ela entrelaçasse os dedos em seus cabelos, erguendo-lhe o rosto para o seu. Seus beijos deixaram-na tonta. Ele tinha barba. E isso a excitou muito mais. Ah! Como ele sabia beijar.

Ela queria ficar lá para sempre, banqueteando-se com a sua boca, sua língua, mas quando ele deitou o corpo firme ao longo do seu, ela passou a querer outras coisas, coisas mais urgentes. Pegou a ereção entre as mãos. A respiração dele se acelerou. Ela se moveu na cama, escorregando no cetim como se estivesse nadando, mudando de direção. E ela se banqueteou com ele ali embaixo também, enquanto ele continuava com os beijos deliciosos em sua barriga e no interior de suas coxas.

Subitamente, ele a suspendeu de volta e a ajustou em seu colo. Beijavam-se sentados, frente a frente no escuro, uma mão dele entrelaçada em seu cabelo, a outra sentindo-lhe o seio. Ela ainda o segurava, mas com delicadeza, a fim de não levá-lo ao fim tão rapidamente. Ela permitiu que ele se contivesse para que a relação durasse e perdurasse.

Suavemente, ele a deitou de barriga para baixo e se deitou por cima, invadindo-a naquela posição, devagar, agonizantemente devagar com as mãos debaixo dos seios.

Ela gozou quase imediatamente.

Depois ele voltou a deitá-la de costas e a beijou novamente. Ela envolveu os braços ao redor do pescoço e se agarrou a ele. Ele coagiu as pernas a se abrirem e a tateou com os dedos exploradores. Ela não falava nada; porém, ela lhe contava com o corpo o que queria. Ela pousou a mão sobre a dele e guiou-lhe o dedo para o seu interior. Ele a beijava aos limites da loucura, abraçando-a tão forte contra o corpo firme e suado que ela mal conseguia respirar.

Em seguida, ele afastou a mão, deitou-se sobre ela, e estava em seu interior novamente, desta vez, porém, vigorosamente. Ela agarrou o lençois ao seu lado. Arqueou o pescoço, pressionou a cabeça contra o travesseiro. Ele era tão rijo... Quando chegou ao ápice pela segunda vez, foi como se seu coração tivesse parado.

E depois ele se retirou, afastou o peito dos seios, e, por um instante, ela flutuou sozinha no espaço. Mas logo ele a segurava novamente, as mãos fortes nas coxas quando ele voltou a beijá-la, em uma exploração da língua. Ela curvou as pernas ao redor do pescoço dele e se sentiu mergulhar em um mar de sensações quentes.

Estremeceu e gritou alto. Em seguida, ela o alcançou e assumiu o comando. Nada mais de recuar, seu corpo disse ao dele. Agora, firme, rápido, mais rápido...

Mas mesmo quando foi a vez dele, ele não se esqueceu dela. Enquanto o corpo balançava em um ritmo tão antigo, ele desceu a mão e a tocou em um pequeno ponto que, naquela hora, era o seu centro. Os dedos dele se moveram em sintonia com o corpo, até ele finalmente gozar, e ela também, ao mesmo tempo.

Quando Jane despertou pouco tempo depois, ele já tinha ido; seu perfume nos lençóis, e o calor e umidade remanescentes do ato de amor eram as únicas provas de que ele, de fato, estivera lá.

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