Cap 24

77 7 2
                                    

Selena não conseguia se conter, tamanha a excitação que por nadar nua na piscina de Luna Maaujre.

Já tinha feito isso sete vezes desde aquela primeira vez audaciosa em janeiro, e hoje não seria diferente, apesar do dia cinzento de março. Contudo, foi frustrada bem quando começava a descer o zíper do jeans. Estava parada, descalça e sem camisa, com as mãos no zíper, já se excitando com o mergulho para a sua empregadora voyer, quando, de repente, alguém apareceu na passagem que levava à piscina.

Era um jovem de sunga e com uma toalha sobre o braço que a chamou:

— Oi, tudo bem? Posso dar um mergulho rápido antes de você tratar a piscina?

Confusa — ela nunca havia encontrado alguém na propriedade de Luna Maaujre — Selena rapidamente recuou e disse:

— Ah, claro. Fique à vontade.

O jovem, que devia ter pouco mais de vinte anos, disse:

— Obrigado.

Jogou a toalha de lado e mergulhou. Ele deu algumas voltas e só depois emergiu do lado em que Selena estava e se suspendeu para fora da piscina.

— Ufa! Isso foi bom! Eu precisava tirar as teias de aranha de ontem à noite!

Selena observou o desconhecido se enxugar e se questionou quanto à sua tranquilidade em nadar na piscina da senhorita Luna. Quem diabos seria aquele?

— Sabe — disse o rapaz enxugando os cabelos. - Você me parece familiar. Será que já a vi antes?

Selena pegou a rede da piscina e a guiou pela superfície da água.

— Não sei. É possível.

— Já sei. Foi na Peppys?

— Peppys? Aquela boate agitada na Robertson? — Selena riu. — Você jamais me veria lá. Não creio que meu namorado aprovasse.

— Será que foi pelo campus da UCLA? Você estuda lá?

— Não. Fui para a Cal State Northridge. Sou graduada em artes cênicas.

— Ah, você é atriz. Do que já participou? Talvez eu a conheça de alguma peça;

— Bem, já representei alguns papeis. Estive em um episódio de All My Children há alguns meses.

— Puxa, verdade?

Selena o viu fazendo uns exercícios de alongamento, o jovem decididamente não parecia estar com pressa e se sentia em casa ali.

— Então — começou Selena devagar. — Você é amigo da senhorita Maaujre ou algo assim?

— Pode-se dizer que sim.

— Ela é uma boa patroa?

— Não saberia lhe dizer — ele tocou as pontas dos dedos dos pés e se alongou. — Não trabalho para ela. Por quê?

— Só estava me perguntando, sabe... Talvez ela tenha contatos no cinema. Eu bem que poderia me servir de alguma ajuda, se é que me entende.

O desconhecido apanhou a toalha, enrolou-a no pescoço e parou para dar uma bela olhada em Selena.

— É. Entendo o que quer dizer.

Seus olhos se encontraram por um instante, em seguida a moça disse abruptamente:

— Bem, está na hora! Obrigado por segurar as pontas para que eu pudesse nadar. Espero não tê-la atrasado — e desapareceu pelo caminho de volta.

Selena o viu se afastar. Será que o jovem estava dando em cima dela?

Isso fez Selena estremecer. Aquele era o problema daquela cidade. Ainda mais na indústria cinematográfica.

Resolvendo que seria arriscado demais abaixar as calças àquela altura, ainda mais com aquele jovem à espreita, Selena, com certa relutância, deixou de lado as intenções sexuais, continuou com as calças e começou a limpar a piscina de Luna Maaujre.

Os passos de Joe podiam ser ouvidos no piso de mármore enquanto ele se aproximava do solário. Quando ele apareceu à porta, bem vestido em Port Authority e Stubbies, o cabelo seco e um sorriso radiante, ele disse:

— Bom dia, senhoras — e entrou na selva de samambaias e trepadeiras.

Luna e Maggie Kern saboreavam um brunch leve de torradas e ovos pochê, acompanhados de chá enquanto repassavam a agenda do dia. A primária de New Hampshire estava se aproximando e Luna investiu um bom montante de dinheiro em determinados bolsos políticos para garantir a vitória de Zayn.

Maggie olhou para Joe enquanto ele se sentava e se servia de um copo de suco de laranja.

— E então? — perguntou. — O que descobriu?

Ele se recostou, era um jovem confiante de sua bela aparência e personalidade, e lançou-lhe o melhor dos seus sorrisos.

— Ela é no minimo bi, não é casada, mas tem um namorado. Digamos que tem certa educação, é graduada em artes cênicas. É articulada, não fala como um macaco. Parece saudável. Seus dentes são bonitos, devem ter resina de verniz. E está faminta. Muito faminta... Se é que me entendem...

Maggie olhou para Luna, que deu um leve aceno.

— E agora — disse Joe, inclinando-se para a frente. — Importam-se em me dizer por que queriam essas informações?

— Bem — disse Maggie, fazendo cena para colocar adoçante no chá e mexer. — Temos de ter cuidado com quem passa por esses portões.

— Por que não pediram para os seguranças verificarem, como sempre fazem?

— Existem certas coisas que um investigador particular não consegue descobrir, Joe. Obrigada por conseguir as informações para nós.

— Claro — ele disse com um dar de ombros e se levantou. Mas acho que ela pensou que eu estava dando em cima dela.

— Joe!

Ele riu.

— Desculpe, mãe — ele disse, inclinando-se e beijando Maggie na testa. — Tia L, sempre que precisar de mim, estou a postos. Até mais!

Maggie riu e balançou a cabeça.

— Ah, esses jovens de hoje...

— É — Luna concordou com uma voz distante, pensando em Selena, a moça da piscina. — Esses jovens...

ScorpionOnde histórias criam vida. Descubra agora