EU, O ESTRANHO DE MIM

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Surpresa ficou a moça em me ouvir.

- Otelo, você... - Emocionada estava a ela.

Levantei de minha cama, ergui meus braços fui até a Suzan, e a abracei. Passando segundos, já me sentia tão transparente a ela. Então como se fosse antes, levei minha boca até a dela.

- Espera! - Reclamou a garota.

- O que foi?

- Não posso.

- Por que não pode?

- Você sabe. - Disse ela pagando sua bolsa qual estava sobre a poltrona vermelha do quarto. - Bom te ver assim Otelo. - Dito isso Suzan saiu, fechando a porta devagar e me deixando cabisbaixo.

Realmente, eu sabia que eu a havia traído com a Thalia e então engravidar a mesma em Nova Luar.

Mas cheguei até aqui e não posso deixar ela ir assim.

Abri a porta do quarto, passei por pessoas de branco (médicos) quais andavam para todo lado. Da porta de saída do hospital vi a moça caminhar. Percebi que ela chorava.

- Suzan!!! - Na chuva corri até ela.

Ignorância; Ela continuou a andar dessa vez mais rápido.

Chegando próximo, abracei a garota por trás.

- Espera, sou eu, Otelo, aquele de Nova Luar. Esqueceu?

Insistente; Dessa vez mais rápido, levei minha boca até encontro a dela, assim roubando um beijo. Por um segundo ela cedeu.

Fechei meus olhos. A sensação era como antes. Por fim ela cortou, desviando o rosto.

- Não, - Abrindo a porta de um carro preto, qual a aguardava. - Eu não esqueci quem você é!

Já ao carro ela seguiu, me deixando para trás.

- Otelo o que aconteceu, porque saiu assim desesperado? - Era a psicóloga, qual estava de guarda chuva, atrás de me perguntar.

- Suzane, ela estava aqui.

- Ela estava, mas preferiu ir.

- Preferiu ir sem mim.

- Talvez não seja o momento. Talvez tudo esteja acontecendo de forma rápida demais, acalme se Otelo.

- Não, a verdade é que tudo está muito lento! - Como indignação reivindiquei - Minha cabeça está uma bagunça

Nasci em nova Luar e acordei no Rio de Janeiro. Eu devia estar louco, mas ver a Suzan aqui me faz acreditar que... alguma coisa faz sentido.

- Você tem razão. Vamos entrar, te contarei tudo a respeito.

Estávamos em uma sala qual parecia ser um escritório. Elisabeth pediu que me sentasse a uma cadeira. Assim fiz.

Um homem de branco adentrou a sala. Após cumprimentar Elisabeth, veio até mim.

- Senhor Ronnie que bom, vê lo recuperado.

- Otelo, a mais ou menos um ano atrás, você chegou aqui no Lagoa da Barra. Ensaguentado, assustado e desesperado, falava que via uma luz que te queimava por dentro.

você acabara de sofrer um acidente junto a sua mãe.

Você havia batido seriamente sua cabeça. Tivemos que tirar parte de seu cérebro, qual era responsável por suas memórias.

Seu caso foi o mais complicado. Mesmo descacordado, resmungava, chamava por nossos nomes, parecia lutar com algo.

Não sabíamos como ajudá lo.

Otelo - Realizando um sonho impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora