Capítulo 3

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Nina Novaes.

- Bom, a partir de agora vou te deixar sob os cuidados do Dr. Alex - pude ver pelo canto dos olhos ele abrir um largo sorriso ao ouvir Fernanda. Por que ele estava sorrindo daquele jeito? - Não a assuste, Alex! Ela vem de ótimas indicações. Qualquer coisa não hesite em me chamar, Nina, estarei sempre a sua disposição - ela apertou minha mão me encorajando.

- Obrigada, Fernanda, de verdade.

- Imagina! E me chame de Nanda - disse já atravessando o corredor.

E um momento constrangedor reinou no local. Me virei para o médico que até então me observava minuciosamente, como se avaliasse um de seus pacientes. Resolvi avaliá-lo também, afinal fui impedida na sexta pelo álcool. Maldita Sofia.

Era alto, tinha a pele branquinha e olhos extremamente claros, seu cabelo loiro continha um topete bagunçado muito sexy, usava barba rala, ombros largos e um porte físico daqueles caras que acordam bem cedo para suar a camisa todos os dias. Iria matar Sofia de inveja.

- Espero que tenha apreciado a paisagem - o cretino disse sem vergonha alguma, percebendo que examinava seu corpo.

- Digo o mesmo, doutor - falei tentando ao máximo não corar por ter sido flagrada. Passei por ele e observei dois recém-nascidos no berço aquecido logo à minha frente. Provavelmente estariam em observação e o Alex estaria os examinando.

- Eu com certeza apreciei! Agora ainda mais - me virei rapidamente ao entender que se tratava da minha bunda. Cretino! Ele sorria para mim, me mostrando novamente aquela perfeita fileira de dentes brancos.

- Se não se incomodar, gostaria de saber o que eu posso fazer para ajudá-lo.

Ele pareceu retomar sua pose de mentor e desfez o sorriso.

- Os dois acabaram de nascer, são gêmeos. Ficarão em observação por meia hora e então você pode auxiliar as enfermeiras a vesti-los e colocar as pulseiras de identificação. Eu já os avaliei e está tudo certo. Se me der licença, preciso conversar com minha paciente e mãe dos bebês. Boa sorte, anjo - deu uma disfarçada piscadela e me deixou ali, sem conseguir o responder, pois estava bem ocupada babando por ele.

Oh, céus. Eu realmente estava bem encrencada. Ele possuía uma voz rouca e sensual, perfeita para os meus ouvidos. O tipo de homem que era confiante de si, que sabia exatamente o que estava fazendo e agia sem medo de errar.
E fora com esses pensamentos que fiquei fitando os dois lindos bebês recém-nascidos à minha frente.

(...)

O resto do dia, meu mentor vulgo rapaz-muito-bonito do bar, vulgo Dr. Alex, não tornou a fazer gracinhas para mim, muito pelo contrário, agiu como um perfeito profissional e me ajudou sempre que precisava. Fez questão de almoçar comigo, mesmo que correndo, e me mostrar a maioria dos seus amigos de trabalho. Logo me dei bem com todos de cara, alguns eram mais velhos, outros mais novos assim como eu e Alex, mas todos muito sérios e respeitados. Pude observar como Alex agia com os amigos e me surpreendi com seu bom humor mesmo dentro de um hospital.

Quando às seis horas chegaram, informando o fim do meu expediente, fui em busca da minha bolsa e me despedi das enfermeiras que já tinha feito amizade. Passei na sala de meu chefe e acertamos tudo o que tínhamos para acertar. Depois, ao passar pela recepção, fui dar um abraço em Fernanda. Não mencionei, mas ela me ajudou muito hoje também.

- Obrigada pela ajuda e por todas as dicas, Nanda - disse a abraçando. - Eu amei meu primeiro dia.

- De nada, doutora. Eu fico feliz que você tenha gostado da gente e do serviço.

Anjo (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora